segunda-feira, 14 de julho de 2025



Existem dois tipos de pessoas inseguras no mundo:

A primeira é óbvia: aquela que se diminui diante do sucesso alheio. Que vê a conquista do outro e imediatamente pensa “eu nunca vou conseguir isso”. Que transforma cada post de felicidade alheia em mais uma prova de que ela não é boa o suficiente.

A segunda é mais sutil – e talvez você se reconheça nela: é aquela que infla o ego justamente porque não se sente suficiente. Que precisa ser a melhor em tudo. Que vê o sucesso do outro como uma ameaça à sua imagem. Que compete secretamente mesmo com as amigas mais próximas.

Confesso que já fui as duas. E descobri que a mulher com ego inflado sofre tanto quanto a que se diminui – ela só mascara melhor.

💡 A comparação é o termômetro da sua insegurança – quanto mais você compara, menos você se estima.

 

Por que pessoas aparentemente confiantes vivem se comparando?

Vou ser direta: porque autoconfiança não é autoestima.

Você pode ser extremamente confiante nas suas habilidades profissionais ou até pessoais, e ainda assim se sentir um lixo quando vê sua prima mais nova casando. Pode arrasar em todas as apresentações do trabalho e desmoronar quando sua amiga posta fotos do corpo perfeito na praia.

A autoconfiança é sobre o que você faz. A autoestima é sobre quem você é.

E aqui mora o perigo: muitas de nós constroem uma armadura de autoconfiança achando que isso vai resolver a falta de autoestima. Inflamos o ego com conquistas, resultados, aplausos. Precisamos ser as melhores, as mais bem-sucedidas, as mais elogiadas.

Mas sabe o que acontece? Quanto mais você precisa provar, mais você se compara. É um ciclo vicioso que nunca termina.

 

Como a comparação revela suas feridas mais profundas?

A comparação é um alarme. Um sinal de que algo dentro de você ainda não foi curado.

Quando você se incomoda com o sucesso alheio – seja te diminuindo ou competindo – seu inconsciente está te dizendo: “Olha, tem algo aqui que você ainda não conquistou internamente”.

Pense comigo:

  • Você se compara fisicamente? Provavelmente não fez as pazes com seu corpo.
  • Se incomoda com o sucesso profissional dos outros? Talvez não esteja realizada na carreira.
  • Compete com relacionamentos alheios? Possivelmente não está satisfeita com o seu.

A comparação sempre aponta para onde você ainda não se sente completa.

E o mais cruel? Quando você tem o ego inflado, você até pode “ganhar” algumas comparações. Pode ter o melhor carro, a melhor casa, o melhor cargo. Mas isso nunca é suficiente. Sempre vai ter alguém com algo melhor. E você vai viver nessa corrida exaustiva.

 

O que acontece quando você mede seu valor pela régua dos outros?

Deixa eu te contar uma verdade que aprendi da pior forma: quando você usa a régua dos outros para medir seu valor, você sempre vai sair perdendo.

Sabe por quê? Porque você está usando escalas diferentes para medir suas falhas e as conquistas alheias.

Quando você tem baixa autoestima e se diminui, você:

  • Maximiza as conquistas dos outros
  • Minimiza suas próprias vitórias
  • Compara seus bastidores com o palco dos outros

Quando você tem baixa autoestima e infla o ego, você:

  • Minimiza as conquistas dos outros (“ah, ela só conseguiu porque…”)
  • Maximiza suas próprias vitórias
  • Precisa sempre estar um passo à frente
  • Vive provando que é melhor

Os dois lados da mesma moeda da insegurança.

 

Por que seu ego inflado é só outra máscara?

Vamos falar sobre aquela mulher que parece super segura. Que está sempre impecável. Que tem resposta para tudo. Que compete até com a sombra.

Eu já fui ela. E posso te garantir: por dentro, ela está em pedaços.

O ego inflado é uma estratégia de sobrevivência. É como se você dissesse: “Se eu for a melhor em tudo, ninguém vai perceber que lá no fundo eu me sinto um lixo”.

Mas sabe o que é mais triste? Essa mulher vive uma vida exaustiva. Ela:

  • Não pode relaxar nunca
  • Precisa manter a imagem perfeita sempre
  • Compete com todo mundo, inclusive amigas
  • Nunca está satisfeita com suas conquistas
  • Vive com medo de ser “superada”
  • Tem medo que descubram que ela é “uma fraude”

 

Como parar de se comparar quando a insegurança está na raiz?

A primeira coisa que você precisa entender: não adianta tentar parar de se comparar se você não tratar a causa raiz – sua insegurança.

É como tomar remédio para dor de cabeça quando o problema é a coluna. O sintoma volta porque a causa continua lá.

Então vamos ao que realmente funciona:

  1. Reconheça em qual extremo você está: você se diminui ou infla o ego? Ou alterna entre os dois dependendo da área da vida? Sem julgamento, apenas observe.
  2. Identifique suas áreas de comparação: onde você mais se compara? Aparência? Dinheiro? Relacionamentos? Carreira?
  3. Questione a régua que você usa: você está sendo justa consigo mesma? Está comparando sua realidade completa com pedaços editados da vida alheia?
  4. Pratique o reconhecimento sem competição: quando alguém conquistar algo, ao invés de se comparar, pratique dizer (mesmo que mentalmente): “Que bom para ela. O sucesso dela não diminui minhas possibilidades.”

 

Sua comparação tem travado sua vida

Anota isso que eu vou te falar: a comparação repele sua prosperidade.

Quando você vive se comparando – seja se diminuindo ou competindo –, você vibra em uma energia de escassez. É como se dissesse ao universo: “Não tem suficiente para todos. Se ela tem, eu não posso ter.”

É um pensamento de falta: você foca apenas naquilo que você ainda não tem – e que enxerga na outra pessoa.

Mas a verdade é que o universo é abundante. O sucesso da sua amiga não rouba suas oportunidades. A felicidade da sua prima não diminui suas chances de ser feliz.

Quando você para de se comparar e começa a celebrar genuinamente as conquistas alheias, você sai da vibração da escassez e entra na vibração da abundância.

Mas além disso: quando você para de focar naquilo que te falta, e começa a ser grata pelo que você é e possui, o universo entende que pode te mantar mais. É assim que as coisas que antes geravam comparação, começam a gerar prosperidade.

 

Como transformar comparação em combustível para crescimento?

A comparação pode ser transformada em algo útil quando você muda a pergunta.

Ao invés de perguntar “Por que ela tem e eu não?”, pergunte:

  • O que essa comparação está me mostrando sobre meus desejos?
  • Que área da minha vida precisa de mais atenção?
  • O que eu posso aprender com o sucesso dela?
  • Como posso usar isso como inspiração, não competição?

A comparação vira combustível quando você a usa para se conhecer melhor, não para se diminuir ou competir.

 

Quando a gratidão substitui a comparação

Existe uma prática potente, que transforma sua energia instantaneamente: gratidão.

Mas não aquela gratidão forçada, de posts motivacionais. Falo da gratidão genuína que nasce quando você realmente reconhece o que já tem.

Toda noite, antes de dormir, pratique:

  • Gratidão a você mesma, por algo de positivo que tenha realizado.
  • Gratidão a alguém que tenha te ajudado de alguma forma.
  • Gratidão a quem tenha te desafiado e despertado uma sombra sua, da qual você ainda não tinha consciência.

Quando você foca no que tem ao invés do que falta, algo muda. Você sai do modo escassez e entra no modo abundância.

 

A pergunta que muda tudo

Deixa eu te fazer uma pergunta que pode transformar sua relação com comparação:

Você quer ser feliz ou quer ganhar?

Porque quando você vive se comparando – seja se diminuindo ou competindo –, você está escolhendo ganhar (ou perder) ao invés de ser feliz.

A felicidade genuína não depende de ser melhor que ninguém. Ela nasce quando você:

  • Para de competir com os outros
  • Começa a colaborar com a vida
  • Celebra suas conquistas sem precisar compará-las
  • Reconhece que cada jornada é única

Seu único compromisso é ser melhor que você mesma ontem.

A comparação sempre foi sobre insegurança – nos dois extremos. Tanto faz se você se diminui ou se infla o ego tentando ser melhor que todo mundo. As duas são formas de dizer “eu não sou suficiente”.

Mas você é. Sempre foi.

O dia que você entender isso no fundo da alma, a comparação perde o poder sobre você. E aí sim, você começa a viver de verdade.

Porque a vida não é uma competição. É uma dança. E cada uma tem seu próprio ritmo.

Agora me conta nos comentários: em qual extremo da comparação você se reconheceu? Como a insegurança tem se manifestado na sua vida – através do ego inflado ou da autodepreciação?

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