Toda cidade que se preza tem uma praça, uma esquina e um local onde as pessoas reúnem para discutirem futebol.
Na cidade que nascí era assim, por isso o futebol sempre esteve presente em minha vida, desde a época da adolescência onde joguei em um time amador.
Época que todo torcedor tinha na ponta da língua a escalação da Seleção Brasileira.
A TV tinha acabado de chegar, até então o Rádio é que predominava nas transmissões esportivas.
O capitalismo ainda não tinha chegado ao futebol, na transformação de tudo em mercadoria.
Os jogadores profissionais não eram assediados por clubes estrangeiros.
O lucro dos clubes eram pequenos, os jogadores jogavam por esporte, os que recebiam para jogar, ganhavam pouco, jogavam mais por amor a camisa e ao clube.
Jogavam mais pelo prazer do que pelo dinheiro, que era pouco.
A ganância ainda não estava nos limites de hoje.
Hoje a qualidade do esporte está em segundo plano, os clubes rendem-se ao marketing, são reféns das cotas de televisão, que é quem paga os salários e garantem a estrutura necessária.
Não acho que tudo de antigamente no esporte era melhor que hoje.
Só que hoje os clubes deixam de ver o lado dos torcedores, muitos vendem seus principais jogadores.
A comercialização de seus jogadores é a maior fonte de renda.
Interessante, que muitos clubes por mais que vendem jogadores, andam sempre em crise, endividados.
Cristóvão Martins Torres