Com poucos dias de diferença, Miguel de Cervantes e Willian Shakespeare morreram em 1616, quatro séculos atrás. Mais do que essa coincidência – se elas existem –, outras pontes unem os escritores que, cada um a seu modo, nos faz pensar a arte e a humanidade na atualidade.
Uma dessas relações será defendida pelo escritor e professor João Cezar de Castro Rocha no projeto Literaturas: Questões do Nosso Tempo, hoje, às 20h, no Sesc Palladium. A proposta do professor é mostrar que os dois autores desenvolveram estratégias e formas literárias que respondiam a desafios semelhantes ao que temos hoje. “Você, como jornalista, deve se perguntar: até quando o jornal impresso irá sobreviver?”, indaga. “E Cervantes se perguntava se o tipo móvel iria persistir. Hoje fazemos a mesma pergunta quando nos deparamos com os meios digitais”, explica Rocha.
Embora os tipos móveis datem o século XV, os livros se tornaram populares apenas três séculos depois. “Cervantes escreveu o primeiro projeto literário capaz de responder ao desafio do impresso. Hoje, precisamos enfrentar uma forma capaz de responder ao que nos impõe o meio digital”, observa.
Quanto a Shakespeare, Rocha o toma como mais atual que nos séculos XVIII e XIX. “Shakespeare é o primeiro sampleador completo da cultura ocidental. Hoje, compreendemos que não existe original. Tudo é apropriação e cópia da cópia”.
Ele conta que, a partir do século XVIII, Shakespeare passou a ser reconhecido como o grande gênio, criador de um universo próprio. “E com isso, perdemos a dimensão que o torna nosso contemporâneo. O genial dele não é ter inventado personagens que não existiam. Isso não é verdade. Shakespeare se apropriava de peças de outras pessoas e, claro, acrescentava sua forma de olhar e fazer literatura”.
E assim como fez Shakespeare, Rocha defende que é preciso nos apropriarmos. “Precisamos nos encorajar a ler os clássicos que responderam aos desafios de uma época. Entrar em contato com eles é encontrar novas formas de nos fazermos perguntas para respostas que ainda não dispomos”, pontua.
Embora os tipos móveis datem o século XV, os livros se tornaram populares apenas três séculos depois. “Cervantes escreveu o primeiro projeto literário capaz de responder ao desafio do impresso. Hoje, precisamos enfrentar uma forma capaz de responder ao que nos impõe o meio digital”, observa.
Quanto a Shakespeare, Rocha o toma como mais atual que nos séculos XVIII e XIX. “Shakespeare é o primeiro sampleador completo da cultura ocidental. Hoje, compreendemos que não existe original. Tudo é apropriação e cópia da cópia”.
Ele conta que, a partir do século XVIII, Shakespeare passou a ser reconhecido como o grande gênio, criador de um universo próprio. “E com isso, perdemos a dimensão que o torna nosso contemporâneo. O genial dele não é ter inventado personagens que não existiam. Isso não é verdade. Shakespeare se apropriava de peças de outras pessoas e, claro, acrescentava sua forma de olhar e fazer literatura”.
E assim como fez Shakespeare, Rocha defende que é preciso nos apropriarmos. “Precisamos nos encorajar a ler os clássicos que responderam aos desafios de uma época. Entrar em contato com eles é encontrar novas formas de nos fazermos perguntas para respostas que ainda não dispomos”, pontua.
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