sexta-feira, 28 de maio de 2021

Jovens com dores no quadril. Isso não é normal

Um sinal de alerta se acende nos consultórios de ortopedia: os adolescentes e jovens adultos estão cada vez mais sofrendo com dores no quadril. O Dr. David Gusmão explica o que está acontecendo com eles e como reverter este quadro.

 

Enfermidade normalmente associada à população idosa, as dores do quadril estão se tornando cada vez mais comuns nos mais novos. Se por um lado os números de modo geral estimam que 15 milhões de brasileiros sofrem de algum tipo de artrose, é preocupante perceber que dentre eles é crescente o registro de adolescentes e adultos jovens neste índice.

 

Segundo o médico ortopedista Dr. David Gusmão, as principais razões para esta situação é que “os jovens são praticantes de atividades físicas e há aqueles que têm pequenas alterações no formato dos ossos do quadril. Este tipo de pacientes está cada vez mais comum no consultório do médico especializado em quadril.

 

Segundo o especialista, “o impacto femoroacetabular (IFA) do quadril é uma das principais causas da dor do quadril em adolescentes e também nos adultos jovens. A pessoa sente este incômodo devido ao contato anormal entre os ossos do quadril que ocorre durante os movimentos. É preciso ficar alerta e se cuidar enquanto é tempo, pois o IFA é um importante fator de risco para o desenvolvimento de artrose no quadril no futuro. Se essa dor no quadril tiver relação com alteração óssea, a pessoa precisa  submeter-se a um tratamento o quanto antes”.

 

Vale lembrar que cada caso é um caso, daí a importância de um tratamento individualizado. Segundo Dr. Gusmão, é importante observar que a fase do desenvolvimento esquelético varia de acordo com a idade e desenvolvimento hormonal de cada adolescente. “Logo, é importante que o ortopedista observe o quanto a pessoa possui da cartilagem de crescimento para não prejudicar o desenvolvimento ósseo”, detalha.

 

A título de curiosidade, Dr. Gusmão comenta que nos quadris normais, durante movimentos do dia a dia ou atividades físicas, não há contato agressivo entre o fêmur e o acetábulo. ‘Mas, quando a pessoa está em um quadro de IFA, o que se vê é o impacto anormal entre as estruturas que compõem o quadril (colo do fêmur e o osso acetábulo) e consequentemente o comprometimento de toda a biomecânica dessa articulação, lesão do labrum e da cartilagem articular’. Vale lembrar que isso pode acontecer com pessoas que fazem atividades físicas que ‘envolvam grandes amplitudes de movimento do quadril, como futebol, tênis, corrida, ballet, artes marciais, crossfit, e esportes com saltos”, acrescenta.

 

Para quem precisa de tratamento cirúrgico, o médico ressalta que os pacientes podem passar por uma intervenção benéfica que traz uma mudança significativa para suas vidas. “Agora é possível tirar a dor do paciente, aumentar a durabilidade da articulação natural e elevar também a amplitude de movimento do quadril, permitindo que a pessoa faça maior esforço físico sem sentir qualquer tipo de incômodo”, completa Dr. Gusmão.

 

Segundo o médico, essa descoberta do Impacto femoroacetabular aliada à videoartroscopia revolucionou a especialidade do quadril. “Apesar de isso ter acontecido há mais de 20 anos, isso ainda é muito incipiente no universo da medicina, e por essa razão, muitos cirurgiões ainda não estão capacitados a fazer a artroscopia de quadril”, pondera.


Fabiano de Abreu 
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Gestão geral grupo MF Press Global 



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