quarta-feira, 16 de fevereiro de 2022

VIDA REPUBLICANA PODE VIRAR PATRIMÔNIO IMATERIAL DE OURO PRETO

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Ouro Preto

15 de fevereiro de 2022

Por Karina Peres

Com mais de 100 anos de tradição, a vida republicana dos estudantes da Universidade Federal de Ouro Preto pode virar patrimônio imaterial do município. O pedido foi feito por Otávio Luiz Machado, ex-aluno da República Aquarius e entregue à Prefeitura de Ouro Preto. Ele conta com o apoio de mais de 50 repúblicas federais.

Otávio explica que o pedido tem como objetivo gerar um reconhecimento oficial da vida republicana da UFOP como um bem cultural de Ouro Preto. “Numa cidade estudantil em que os estudantes são parte do processo de construção de identidade cultural da cidade, são responsáveis pela preservação de dezenas de prédios tombados como patrimônio histórico há décadas e divulgam Ouro Preto para o mundo inteiro através de ex-alunos e ex-alunas (que inclusive voltam todos os anos), então o reconhecimento é uma questão de justiça e de incentivo para que os estudantes ampliem a sua relação com a comunidade ouropretana e façam mais por Ouro Preto”, informou Otávio.

Segundo o autor do pedido, o município terá diversos ganhos caso a vida republicana seja reconhecida como patrimônio imaterial, um deles é na divulgação do turismo na cidade. “Ouro Preto iria ganhar em termos de pontuação no ICMS Cultural e de divulgação turística, considerando que a própria UFOP poderá ampliar sua atuação para atender esses turistas com projetos exclusivos, como é o caso do Centro de Convenções e do Museu de Ciência e Técnica. Queremos mais ex-alunos (as) voltando, mais ações sociais e culturais a partir das repúblicas em prol do povo de Ouro Preto, temos esse potencial de expansão, inclusive em parceria com o poder público municipal e a sociedade civil ouropretana”, afirmou.

Apesar do pedido ter sido assinado por repúblicas federais, o autor afirmou que repúblicas particulares também apoiam a iniciativa por meio deum abaixo assinado. Entretanto, o ex-aluno de uma república particular que preferiu não se identificar, afirmou que as repúblicas particulares não foram avisadas do pedido e não estão sabendo do abaixo assinado. Além disso, ele explicou que a ideia é válida, mas que precisa ser repensada. “Acredito que a ideia tenha que ser levada a frente, mas o documento entregue à prefeitura é ineficiente pois não abrange totalmente a vida republicana e estudantil dentro de todas as repúblicas de Ouro Preto. Nele está sendo levado em consideração um número pequeno de repúblicas, que não refletem a vida geral do estudante da UFOP e não fala de fato qual o enriquecimento cultural que isso iria proporcionar para a cidade e os moradores. Então acho que é necessário um estudo maior sobre a quantidade de repúblicas, um estudo econômico e social por meio de dados que mostrem realmente o ganho que isso pode trazer e como aconteceria essa aproximação com a comunidade”, afirmou.  

Memórias transformadas em projetos

Somente na República Aquarius, são mais de 200 ex-alunos que guardam a memória de diversos momentos da história de Ouro Preto. Desse modo, Otávio explica que está em andamento o projeto Ouro Preto Patrimônios que visa envolver as repúblicas e a comunidade do município. “Estamos tentando de forma muito ousada resgatar histórias de vida e de lugares que passaram despercebidos da história oficial de Ouro Preto. Envolvendo ex-alunos, ex-alunas e a população. O que a comunidade do município tiver de histórias e quiser compartilhar conosco é só entrar em contato pelo número (34) 99777- 3102”, contou.

Além disso, a população também pode apoiar o projeto assinando um abaixo assinado na República Aquarius, localizada na rua Paraná. 

Jornal O Liberal

Região dos Inconfidentes

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