Estudo desmitifica a tese de que cobrança de pênalti é loteria:
Da Agência USP
São Paulo
Um dos momentos mais tensos do futebol é, com certeza, a cobrança de pênaltis, principalmente daqueles que decidem títulos. Para muitos, errar um pênalti é imperdoável. Mas o que leva um atleta a errar uma penalidade? Cansaço? Nervosismo? Um estudo sobre os efeitos da fadiga e do estresse nas cobranças dos penais, realizado no Laboratório de Fisiologia do Comportamento, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, aponta que a falta de treino seria um dos motivos para os erros.
O Laboratório, que é ligado ao NEC – Programa de Neurociâncias e Comportamento do Instituto de Psicologia da USP, é coordenado pelo professor Ronald Ranvaud e a pesquisa na área de “Técnicas Psicofísicas aplicadas ao Esporte” tem o apoio da doutoranda Martina Navarro.
A pesquisa consistiu numa simulação feita em computadores em que os “batedores” eram os estudantes de graduação da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, dos cursos de Educação Física e Esporte.
Na simulação, três círculos representavam o goleiro, a bola e o batedor alinhados como na vida real. O círculo que representava o batedor ia em direção à bola e, no instante em que um se sobrepusesse ao outro, cabia ao atacante a tarefa de escolher o lado em que a bola iria (direito ou esquerdo, não era permitido chutar no meio do gol).
O goleiro se movimentava aleatoriamente para a direita ou para a esquerda e o instante em que ele “saltava” variava entre 51 milisegundos (ms) a 459ms antes que batedor e bola se sobrepunham. Eram ao todo nove tempos diferentes crescendo em progressão aritmética, ou seja, 51ms, 102ms,153ms, até os 459ms. A décima possibilidade diferente era o goleiro não se mexer, esse modo foi inserido para que o batedor não atrasasse a cobrança esperando o goleiro.
Os testes feitos inicialmente, com os estudantes descansados e isolados, mostraram que com 459ms de diferença entre o salto do goleiro e o momento do chute, o índice de acerto chegava ao patamar dos 100%.
Foi então realizada uma competição entre os alunos dos dois cursos, com a presença de torcida. “Nessas condições o desempenho dos voluntários na situação em que em laboratório era 100%, saturou em 80%, ou seja, em 20% das vezes, mesmo o tempo sendo suficiente para a cobrança (459ms), ele errava do mesmo jeito”, descreve Martina. O índice nas simulações se aproxima muito do real uma vez que cerca de Œ dos pênaltis são perdidos.
No teste da fadiga, em que anilhas eram colocadas nas alavancas para dificultar o movimento, simulando o cansaço, o índice de erro foi praticamente o mesmo.
São Paulo
Um dos momentos mais tensos do futebol é, com certeza, a cobrança de pênaltis, principalmente daqueles que decidem títulos. Para muitos, errar um pênalti é imperdoável. Mas o que leva um atleta a errar uma penalidade? Cansaço? Nervosismo? Um estudo sobre os efeitos da fadiga e do estresse nas cobranças dos penais, realizado no Laboratório de Fisiologia do Comportamento, do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP, aponta que a falta de treino seria um dos motivos para os erros.
O Laboratório, que é ligado ao NEC – Programa de Neurociâncias e Comportamento do Instituto de Psicologia da USP, é coordenado pelo professor Ronald Ranvaud e a pesquisa na área de “Técnicas Psicofísicas aplicadas ao Esporte” tem o apoio da doutoranda Martina Navarro.
A pesquisa consistiu numa simulação feita em computadores em que os “batedores” eram os estudantes de graduação da Escola de Educação Física e Esporte (EEFE) da USP, dos cursos de Educação Física e Esporte.
Na simulação, três círculos representavam o goleiro, a bola e o batedor alinhados como na vida real. O círculo que representava o batedor ia em direção à bola e, no instante em que um se sobrepusesse ao outro, cabia ao atacante a tarefa de escolher o lado em que a bola iria (direito ou esquerdo, não era permitido chutar no meio do gol).
O goleiro se movimentava aleatoriamente para a direita ou para a esquerda e o instante em que ele “saltava” variava entre 51 milisegundos (ms) a 459ms antes que batedor e bola se sobrepunham. Eram ao todo nove tempos diferentes crescendo em progressão aritmética, ou seja, 51ms, 102ms,153ms, até os 459ms. A décima possibilidade diferente era o goleiro não se mexer, esse modo foi inserido para que o batedor não atrasasse a cobrança esperando o goleiro.
Os testes feitos inicialmente, com os estudantes descansados e isolados, mostraram que com 459ms de diferença entre o salto do goleiro e o momento do chute, o índice de acerto chegava ao patamar dos 100%.
Foi então realizada uma competição entre os alunos dos dois cursos, com a presença de torcida. “Nessas condições o desempenho dos voluntários na situação em que em laboratório era 100%, saturou em 80%, ou seja, em 20% das vezes, mesmo o tempo sendo suficiente para a cobrança (459ms), ele errava do mesmo jeito”, descreve Martina. O índice nas simulações se aproxima muito do real uma vez que cerca de Œ dos pênaltis são perdidos.
No teste da fadiga, em que anilhas eram colocadas nas alavancas para dificultar o movimento, simulando o cansaço, o índice de erro foi praticamente o mesmo.
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