Muitas vezes, a imprensa divulga pontuações de QI exorbitantes – como, por exemplo, crianças inglesas alcançando números acima de 200 – sem explicar a base metodológica por trás desses resultados. Essa prática pode induzir o leitor ao erro, pois o ser humano tende a comparar de forma simplista tais números sem conhecer os detalhes técnicos.
Em testes com desvio padrão (DP) ajustado para 24, é possível encontrar pontuações extrapoladas de 196 ou até 200 pontos. No entanto, no Brasil, os testes de QI aceitos e reconhecidos, como o WAIS, WASI, SON-R e WISC, utilizam, em geral, um desvio padrão de 15, o que impõe um teto de 160 pontos. Para que um brasileiro atinja pontuações superiores, seria necessário realizar o teste no exterior ou que um profissional ajustasse os resultados utilizando o DP 24. Mesmo nesses casos, uma pessoa com 196 pontos (DP 24) equivale a uma pontuação de 160 pontos (DP 15), de acordo com a normatização brasileira e internacional.
Ou seja, uma pessoa com pontuação acima de 160, deveria ser explicado a razão desta como por exemplo, o cálculo feito. Por exemplo, Roger tem 175 pontos num teste antigo feito pela Mensa que já não existe mais. Seria o equivalente a 99 de percentil hoje em dia, o que é bastante alto.
Ademais, é importante salientar que sociedades de alto QI, que aceitam membros com resultados provenientes de testes realizados por elas mesmas, costumam utilizar percentis em vez de pontuações absolutas. Isso ocorre porque a atribuição de pontos só é válida quando o teste é realizado de forma supervisionada e por meio dos instrumentos aceitos, que demandam um processo rigoroso de aplicação – muitas vezes levando mais de um dia para serem concluídos.
Em anexo, segue uma referência explicativa formato artigo sobre esse tema, para que a imprensa possa analisar os fatos com mais cuidado antes de publicar tais informações. Divulgações equivocadas ocorrem, por exemplo, quando os percentis apresentados não corroboram com as pontuações anunciadas, levando a erros na interpretação dos dados. Portanto, ao divulgar a existência de crianças ou indivíduos superdotados, é fundamental solicitar o exame de QI para análise detalhada e o contato do psicólogo responsável pela aplicação do teste.
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