sábado, 30 de março de 2013

Memorial aos judeus Mortos na Alemanha durante a Segunda Guerra Mundial

São 2.711 colunas espalhadas pelo arquiteto Peter Eisenman, que servem como metáfora do horror.
O memorial é um grito silencioso à memória aos judeus mortos durante a segunda guerra.
Ocupa o centro das atenções de uma Alemanha que procura se retratar ao mundo, a sua vergonha.


Berlin

Cidade Prevista de Carlos Drummond de Andrade

Cidade prevista

Irmãos, cantai esse mundo
que não verei, mas virá
um dia, dentro em mil anos,
talvez mais... não tenho pressa.
Um mundo enfim ordenado,
uma pátria sem fronteiras,
sem leis e regulamentos,
uma terra sem bandeiras,
sem igrejas nem quartéis,
sem dor, sem febre, sem ouro,
um jeito só de viver,
mas nesse jeito a variedade,
a multiplicidade toda
que há dentro de cada um.
Uma cidade sem portas,
de casas sem armadilha,
um país de riso e glória
como nunca houve nenhum.
Este país não é meu
nem vosso ainda, poetas.
Mas ele será um dia
o país de todo homem.


(Carlos Drummond de Andrade, A rosa do povo, em Poesia e prosa.

História de Domingos Marques Afonso

O território de São domingos do Prata era constituído de densas florestas habitadas pelos índios botocudos. O primeiro desbravador foi Domingos Marques Afonso que obteve sesmaria de terra fértil e convidativa para a atividade agrícola. Após a ocupação e iniciada a exploração do terreno, o desbravador se viu perdido em plena floresta, onde permaneceu vários dias, alimentando-se de frutas e raízes. Sem esperança de se salvar, esperava ser morto pelos índios e animais ferozes. imbuído do espírito religioso, gravou seu pensamento em uma raiz de sapoquema, fazendo uma promessa pela intercessão do seu homônimo, São Domingos de Gusmão, que doaria um patrimônio no lugar onde se achava plantada a sua roça de milho. pelo seu esforço e ajudado pela fé, conseguiu chegar são e salvo a sua casa. Este fato se deu em 1.758 e, em 1.870, a inscrição na raiz de sapoquema foi encontrada por Severiano Costa Lima e confirmada pelas narrações de pessoas que conviveram com Domingos Marques Afonso. "Aqui passei uma noite às claras, esperando o momento de ser atacado pelos Bugres e pelas onças ou ser picado por uma cobra venenosa". 23 de março de 1.758, Domingos Marques Afonso. Em 1.760, Domingos Marques Afonso e Antônio Alves Passos deram início a construção da capela dedicada a São Domingos Gusmão, onde hoje se ergue a Igreja Matriz de São Domingos do Prata, topônimo formado pelo Santo Padroeiro e completado pela alusão ao Rio da Prata que banha a cidade, denominação esta já existente desde a formação do arraial por pessoas que acorreram à região em busca de terras férteis para cultivar. Assim, quem nasce em São Domingos do Prata, denomina-se "Prateano".

Cristovão Colombo ou Américo Vespúcio

À quem se deve realmente a descoberta das Américas, à Cristovão Colombo, à Américo Vespúcio ou aos próprios índios nativos da região? Essa pergunta intrigante tem provocado muita controvérsia nas últimas décadas. Alguns historiadores creditam aos nativos que chegaram do estreito de Bering, entre a Sibéria e o Alasca, à 40.000 anos o verdadeiro descobrimento das Américas. Outros pesquisadores atribuem aos escandinavos por volta do ano 1.000 quando chegaram ao Canadá e retornaram sem desembarcarem devido aos imensos blocos de gelo, enquanto que outros estudiosos acreditam que fragmentos de cerâmicas encontrados no Equador em 1956, apresentam semelhanças marcantes com cerâmicas produzidas no Japão há mais de 5.000 anos. Alguns admitem que uma viagem do monge budista até o lado do “grande mar”, ou oceâno pacífico, teria chegado até o México no século V, conforme comprovam o uso de dragões alados como motivo de cerimônias mágicas encontrados em cerâmicas mexicanas, uma vez que este símbolo especificamente representava a dinastia do monge chinês. Daí a mera semelhança dos latinos, incluindo os índios brasileiros, com traços dos povos orientais.
Enfim, muitas são as teorias que tentam explicar os verdadeiros descobridores das Américas. Até pouco tempo, Cristovão Colombo era tido como um homem de larga visão e caráter obstinado, o sábio defensor da certeza de que a Terra era redonda, o homem que fez um ovo parar em pé e abriu as portas do Oceâno Atlântico, e de repente não é mais nada disso. O escritor e historiador americano Kirkpatrick Sale, em seu livro “The Conquest of Paradise” relata um homem vulgar, apreciador da ganância do ouro, obcecado pelos títulos de nobreza e extremamente confuso em suas observações de navegação. Apesar de realizar quatro viagens às Américas, nunca soube descrever fielmente onde realmente esteve. Além de demonstrar uma ferocidade bestial com os nativos, trazendo consigo e sua tripulação formada na maioria por ladrões e desocupados, doenças como a febre, tuberculose e a varíola, que dissiparam milhares de nativos logo nos primeiros contatos em terra. Sobre Colombo, dos seus primeiros vinte anos pouco se sabe. Há razões para acreditar que nasceu em Gênova no ano de 1451, mas muitos historiadores não estão de acordo. Há quem atribua o seu nascimento nas regiões da Córsega, Maiorca, Aragão, Galícia e até em Portugal. Sabe-se pelo menos que seu idioma favorito era o Castelhano, pois servia-se dele para suas correspondências. Em 1472, tem-se notícia que esteve no mar como corsário, que serviu de trampolim para ingressar na frota do grande corsário francês Coullon, o Velho. Numa investida frustante, viu-se náufrago na costa portuguesa, por onde viveu escondido por oito anos, dos 25 aos 33.
Existem várias contestações envolvendo a origem do nome do continente americano. Segundo relatos históricos, o nome América advém de uma homenagem feita a um italiano chamado Américo Vespúcio, explorador que viveu entre 1454 e 1512.
   
© Revista Eletrônica de Ciências - Número 19 - Maio / Junho de 2003.

 Desse modo, a homenagem deixou de ser prestada a Cristóvão Colombo, que seria genuinamente o descobridor de tais terras. Quando Colombo atingiu a América, mais precisamente na parte onde se encontra hoje a América Central, ele achava que tinha chegado às Índias. Por isso, muitos historiadores deram o mérito da descoberta a Américo Vespúcio, por ter sido o primeiro navegador a afirmar e a divulgar - baseadas nas descrições feitas durante a viagem - que as terras que Colombo havia alcançado pertenciam a um novo continente.
As declarações de Vespúcio ganharam crédito na Europa, e foram reconhecidas, porém, Américo faleceu no ano de 1512, sem imaginar que seu nome fora dado ao continente.

Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola

Américo Vespúcio foi um navegador italiano, nasceu em Florença, em 9 de março de 1454. Faleceu em Sevilla, Espanha, em 22 de fevereiro de 1512. Foi educado em Pisa e na França, dedicando-se desde cedo à geografia, astronomia e cosmografia.
Realizou diversas viagens pela América, muitas delas são até hoje questionadas pelos historiadores em virtude de contradições de registros náuticos desencontrados em cartas. Em 13 de maio de 1501, partiu de Lisboa e no fim do mesmo ano chegou no Cabo Santo Agostinho, passou pelo litoral brasileiro, baía de Guanabara, rio da Prata até alcançar a costa meridional da Patagônia.
Nessa altura percebeu que havia navegado pela costa de um novo continente, despreendido da costa asiática. Retornou a Lisboa em 22 de julho de 1502, e divulgou a notícia na Europa. Em 1503, partiu novamente em viagem chefiada por Gonçalo Coelho. Em 1505, passou a servir a coroa espanhola, e não mais viajou.



A Carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei D. Manuel


A carta que o escrivão Pero Vaz de Caminha escreveu ao rei d. Manuel é considerada o primeiro documento da nossa história, e também como o primeiro texto literário do Brasil e é o mais minucioso e importante documento relacionado à viagem da esquadra de Cabral ao Brasil e foi publicada pela primeira vez apenas em 1817, mais de trezentos anos após haver sido redigida, como parte do livro Corografia Brasílica..., de autoria de Manuel Aires do Casal. Isto significa que, até essa época, a história contada sobre a viagem de 1500 foi substancialmente diferente da narrada depois.

O texto de Pero Vaz de Caminha tem a preocupação básica de informar, procurando transmitir o  máximo possível de dados a respeito do que ocorria e do que o escrivão via, ouvia e sentia.

O fato de ser um texto informativo alia-se a outras importantes dimensões do documento, pois insere-se no esforço conjunto dos europeus, concretizado nos textos de viagem da época (especialmente nos escritos por integrantes das expedições), no sentido de construir alteridades, à medida mesmo que os navegantes entravam em contato com diversas terras e povos — alguns, como os índios e o futuro Brasil, totalmente desconhecidos deles —, com os quais seria preciso conviver dali em diante e, para conseguir dominar, sobretudo conhecer.

O escrivão português foi minucioso na elaboração do seu inventário de diferenças, incluindo não somente pessoas, mas animais, plantas, relevo, vegetação, clima, solo, produtos da terra, etc.

O texto do escrivão foi além. Reunindo o que viu às categorias que construiu, Caminha completou o ciclo: propôs ao rei, no final de seu texto, caminhos concretos para o aproveitamento do território e de seus habitantes, a saber: o desenvolvimento da agricultura e a cristianização dos índios. O escrivão viu o diferente, apreendeu-o segundo a sua própria mentalidade e, porque fez isso, foi capaz de dar o terceiro passo: sugerir ao monarca os caminhos do futuro, que eram os caminhos da desigualdade entre visitantes e habitantes, os caminhos da dominação portuguesa. Os acontecimentos descritos na carta — o tempo presente da chegada à terra — podiam incluir — como efetivamente incluíram — congraçamentos e danças coletivas entre navegadores portugueses e índios, além de atitudes legítimas de curiosidade, espanto e tolerância, profundamente humanas, por parte do escrivão ou de outros tripulantes, frente à terra bela e à sua gente agreste.

"De ponta a ponta é toda praia... muito chã e muito fremosa. (...) Nela até agora não pudemos saber que haja ouro nem prata... porém a terra em si é de muitos bons ares assim frios e temperados como os de Entre-Doiro-e-Minho. Águas são muitas e infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar~ dar-se-á nela tudo por bem das águas que tem, porém o melhor fruto que nela se pode fazer me parece que será salvar esta gente e esta deve ser a principal semente que vossa alteza em ela deve lançar"

Assim o escrivão da Armada de Cabral conclui sua carta-relatório ao Rei D. Manuel, informando sobre o descobrimento do Brasil. Observe a convivência, no mesmo parágrafo, do propósito mercantilista da viagem (a preocupação com o ouro e a prata) com o espírito missionário (a salvação do índio), que oferecia uma justificativa para a exploração econômica.

>>>>A Carta de Pero Vaz de Caminha marca, também, o início de uma longa tradição, o ufanismo ou nativismo, que consiste na exaltação (geralmente exagerada) das virtudes da terra e da gente, e que se irá desdobrar em todos os períodos subseqüentes.

Com relação ao índio, a atitude de Caminha foi de certa simpatia:

"Andam nus sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa de cobrir nem mostrar suas vergonhas e estão acerca disso com tanta inocência como têm de mostrar no rosto. (...) Eles porém contudo andam muito bem curados e muito limpos e naquilo me parece ainda mais que são como as aves ou alimárias monteses que lhes faz o ar melhor pena e melhor cabelo que as mansas, porque os corpos seus são tão limpos e tão gordos e tão fremosos que não pode mais ser."

Alude também, maliciosamente, à nudez das índias:

"(...) Ali andavam entre eles três ou quatro moças bem novinhas e gentis, com cabelo mui pretos e compridos pelas costas e suas vergonhas tão altas e tão saradinhas e tão limpas das cabeleiras que de as nós muito bem olharmos não tínhamos nenhuma vergonha."

A Carta de Caminha  é o relato mais rico e confiável da primeira semana após o Descobrimento. É um diário atípico, ou uma crônica de viagem, revestida das características estilísticas da literatura de viagem do Quinhentismo: a linguagem clássica, simplificada pela necessidade de tratamento objetivo da matéria; clareza; simplicidade; realismo nas observações; crítica equilibrada e, dentro do espírito humanista, uma constante curiosidade e uma persistente capacidade de maravilhar-se.

Como documento é muito mais revelador e muito mais bem escrito do que a carta de Américo Vespúcio, que logrou o tamanho sucesso na Europa renascentista, a ponto de fazer do nome de seu autor o nome do novo continente.

sexta-feira, 29 de março de 2013

O que Araújo Jorge disse sobre a Viagem


A Viagem

Não vamos fazer planos, vamos apenas viajar
neste barco que nos recolheu
e cujo rumo não sabemos...
Não vamos fazer planos, vamos olhar as gaivotas,
os crepúsculos sobre o mar,
as ondas, as nuvens, os portos que amanhecerão,
agradecer ao destino que nos fez passageiros
do mesmo sonho.
Não vamos fazer planos, não vamos matar as nossas alegrias
modificando roteiros, se não sou o comandante do navio,
se ninguém é,
não vamos matar as nossas alegrias
com itinerários antecipados
como se fossemos turistas ricos
apenas gastando o seu tédio...
Não vamos fazer planos, vamos nos deixar levar
ao sabor das correntes,
vamos agradecer essa viagem como se fosse a primeira
como se fosse a última,
como se fosse aquela viagem há tanto tempo esperada,
que inacreditavelmente se tornasse
realidade...
E o porto onde chegarmos, - qualquer que seja o porto
ou o horizonte de mar que sempre se afastará,
serão o porto e o horizonte
da felicidade...

Araújo Jorge

Cidade de Tours Na França

No coração dos Castelos do Rio Loire, Tours é uma cidade medieval, bastante atraente e acolhedora.
Também conhecida como o jardim da frança.
Tours o ano inteiro é pontuado com festivais de música, teatro, cinema, consertos e exposições nos castelos.

"No centro histórico de Tours"

Gibran Khalil Gibran Falando do Amor

Gibran Khalil: Então, Almitra disse:'Fala-nos do amor' ...
E ele ergueu a fronte e olhou para multidão, e um silêncio caiu sobre todos,
e com uma voz forte, disse:

Quando o amor vos chamar, segui-o,
Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;
E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,
Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;
E quando ele vos falar, acreditai nele,
Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos como
o vento devasta o jardim.

Pois, da mesma forma que o amor vos coroa, assim
ele vos crucifica. E da mesma forma que contribui para
vosso crescimento, trabalha para vossa poda.
E da mesma forma que alcança vossa altura e acaricia
vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,
Assim também desce até vossas raízes e as sacode no
seu apego à terra.
Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.
Ele vos debulha para expor vossa nudez.
Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.
Ele vos mói até a extrema brancura.
Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.
Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma
no pão místico do banquete divino.
Todas essas coisas, o amor operará em vós para que
conheçais os segredos de vossos corações e, com esse
conhecimento, vos convertais no pão místico do banquete divino.

Todavia, se no vosso temor, procurardes somente a
paz do amor e o gozo do amor,
Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez
e abandonásseis a eira do amor,
Para entrar num mundo sem estações, onde rireis, mas
não todos os vossos risos, e chorareis, mas não todas as
vossas lágrimas.
O amor nada dá senão de si próprio e nada recebe
senão de si próprio.
O amor não possui, nem se deixa possuir.

Pois o amor basta-se a si mesmo.
Quando um de vós ama, que não diga: 'Deus está no
meu coração', mas que diga antes: 'Eu estou no coração de Deus.'
E não imagineis que possais dirigir o curso do amor
pois o amor, se vos achar dignos, determinará ele próprio
o vosso curso.
O amor não tem outro desejo senão o de atingir
a sua plenitude.
Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos, sejam
estes os vossos desejos:
De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho
que canta sua melodia para a noite;
De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;
De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor
E de sangrardes de boa vontade e com alegria;
De acordardes na aurora com o coração alado e agradecerdes por um novo dia de amor;
De descansardes ao meio-dia e meditardes sobre o
êxtase do amor;
De voltardes para casa à noite com gratidão;
E de adormecerdes com uma prece no coração para o
bem-amado, e nos lábios uma canção de bem-aventurança.

Gibran Khalil Gibran

A Amizade segundo Gibran Khalil Gibran

Por Gibran Khalil Gibran (livro "O profeta")
 
Um jovem disse: "Fala-nos da Amizade."
E ele respondeu, dizendo:
"O vosso amigo é a resposta às vossas necessidades.
Ele é vosso campo, que cultivais com amor e colheis com gratidão.
E é o vossa mesa e vossa lareira.
Pois ides até ele com fome e nele procurais a paz.
Quando o vosso amigo expõe sua opinião, não temeis o "não" que está em vossa mente, nem segurais o "sim".
E quando ele está calado o vosso coração não deixa de ouvir o coração dele;
Pois na amizade, todos os pensamentos, todos os desejos, todas as esperanças nascem e são partilhadas sem palavras, em uma alegria não declarada.
Quando vos separais de um amigo não fiqueis aflitos, pois aquilo que mais amais nele ficará mais claro com a sua ausência, tal como a montanha, para quem a escala, é mais nítida vista da planície.
E que não haja outro propósito na amizade que não o aprofundamento do espírito.
Pois o amor que busca outra coisa que não a descoberta de seu próprio mistério não é amor, mas uma rede lançada que só apanha o que não é essencial.
O que há de melhor em vós, que seja para o vosso amigo.
Se ele tem de conhecer a vazante de vossa maré, que conheça também a enchente.
Pois o que seria vosso amigo se apenas o procurásseis para matar o tempo?
Procurai-o sempre com horas para viver.
Pois ele é pra preencher vossa necessidade, não vosso vazio.
E na doçura da amizade que haja o riso, e a partilha de prazeres.
Pois é no orvalho das pequenas coisas que o coração encontra a frescura do seu amanhecer."

Gibran Khalil Gibran

O que Gibran Khalil Gibran falou sobre os Filhos

 Vossos filhos não são vossos filhos...são..

Vossos filhos não são vossos filhos.
São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
Vêm através de vós, mas não de vós.
E embora vivam convosco, não vos pertencem.
Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
Porque eles têm seus próprios pensamentos.
Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
Pois assim como ele ama a flecha que voa,
Ama também o arco que permanece estável.

Gibran Khalil Gibran

quinta-feira, 28 de março de 2013

Poesias de ADélia Prado

Ensinamento

Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo. 


ADélia Prado

Exausto

Eu quero uma licença de dormir,
perdão pra descansar horas a fio,
sem ao menos sonhar
a leve palha de um pequeno sonho.
Quero o que antes da vida
foi o sono profundo das espécies,
a graça de um estado.
Semente.
Muito mais que raízes.

ADélia Prado

Casamento
 
Há mulheres que dizem:
Meu marido, se quiser pescar, pesque,
mas que limpe os peixes.
Eu não. A qualquer hora da noite me levanto,
ajudo a escamar, abrir, retalhar e salgar.
É tão bom, só a gente sozinhos na cozinha,
de vez em quando os cotovelos se esbarram,
ele fala coisas como "este foi difícil"
"prateou no ar dando rabanadas"
e faz o gesto com a mão.

O silêncio de quando nos vimos a primeira vez
atravessa a cozinha como um rio profundo.
Por fim, os peixes na travessa,
vamos dormir.
Coisas prateadas espocam:
somos noivo e noiva.

ADélia Prado

Impressionista

Uma ocasião,
meu pai pintou a casa toda
de alaranjado brilhante.
Por muito tempo moramos numa casa,
como ele mesmo dizia,
constantemente amanhecendo.  


ADélia Prado

Para Sempre de Carlos Drummond de Andrade

Para sempre:

Porque Deus perminte
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.
Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.

Carlos Drummond de Andrade

Poesias de José Saramago



Retrato do poeta quando jovem
 


Há na memória um rio onde navegam
Os barcos da infância, em arcadas
De ramos inquietos que despregam
Sobre as águas as folhas recurvadas.

Há um bater de remos compassado
No silêncio da lisa madrugada,
Ondas brancas se afastam para o lado
Com o rumor da seda amarrotada.

Há um nascer do sol no sítio exacto,
À hora que mais conta duma vida,
Um acordar dos olhos e do tacto,
Um ansiar de sede inextinguida.

Há um retrato de água e de quebranto
Que do fundo rompeu desta memória,
E tudo quanto é rio abre no canto
Que conta do retrato a velha história.

José Saramago


 Poema à boca fechada


Não direi:
Que o silêncio me sufoca e amordaça.
Calado estou, calado ficarei,
Pois que a língua que falo é de outra raça.

Palavras consumidas se acumulam,
Se represam, cisterna de águas mortas,
Ácidas mágoas em limos transformadas,
Vaza de fundo em que há raízes tortas.

Não direi:
Que nem sequer o esforço de as dizer merecem,
Palavras que não digam quanto sei
Neste retiro em que me não conhecem.

Nem só lodos se arrastam, nem só lamas,
Nem só animais bóiam, mortos, medos,
Túrgidos frutos em cachos se entrelaçam
No negro poço de onde sobem dedos.

Só direi,
Crispadamente recolhido e mudo,
Que quem se cala quando me calei
Não poderá morrer sem dizer tudo.

José Saramago


Eu luminoso não sou

Eu luminoso não sou. Nem sei que haja
Um poço mais remoto, e habitado
De cegas criaturas, de histórias e assombros.
Se, no fundo poço, que é o mundo
Secreto e intratável das águas interiores,
Uma roda de céu ondulando se alarga,
Digamos que é o mar: como o rápido canto
Ou apenas o eco, desenha no vazio irrespirável
O movimento de asas. O musgo é um silêncio,
E as cobras-d'água dobram rugas no céu,
Enquanto, devagar, as aves se recolhem.

José Saramago

Espaço curvo e finito


Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.

José Saramago



Fala do velho do restelo ao astronauta


Aqui, na Terra, a fome continua,
A miséria, o luto, e outra vez a fome.

Acendemos cigarros em fogos de napalme
E dizemos amor sem saber o que seja.
Mas fizemos de ti a prova da riqueza,
E também da pobreza, e da fome outra vez.
E pusemos em ti sei lá bem que desejo
De mais alto que nós, e melhor e mais puro.

No jornal, de olhos tensos, soletramos
As vertigens do espaço e maravilhas:
Oceanos salgados que circundam
Ilhas mortas de sede, onde não chove.

Mas o mundo, astronauta, é boa mesa
Onde come, brincando, só a fome,
Só a fome, astronauta, só a fome,
E são brinquedos as bombas de napalme.


José Saramago




Bela Catedral Alemã em Berlin



"Catedral Alemã"

quarta-feira, 27 de março de 2013

Meio de Transporte que Forma Nosso Caráter

Não confie completamente em uma pessoa que nunca andou de ônibus. Não importa se hoje você tem uma BMW Branca, se você já andou de ônibus em uma fase de sua vida, você não é a mesma pessoa. Digo mais: ainda que você tenha condições de comprar uma BMW para o seu filho quando ele fizer 18 anos, permita que ele passe ainda que poucos meses andando de ‘busão’. É que, para mim, este meio de transporte forma nosso caráter como chinelada nenhuma consegue fazer. Explico nos pontos seguintes:

1) Paciência
Tudo começa no processo de espera. Você se vê encostado na parada de ônibus esperando pela boa vontade do mesmo. Você até já decorou o horário que o “seu” ônibus passa. Mas se o motorista resolver pisar forte no acelerador e passar 3 minutos antes, só resta a você esperar mais 45 minutos pelo próximo.

2) Como lidar com o Nervosismo
Vem ao longe o ônibus. Você reconhece no letreiro luminoso que é o SEU ônibus. Seu coração acelera. Você corre atrás dele como o Super Mario corre atrás da Princesa. Ele se aproxima e você percebe que o condutor não diminuiu a velocidade. Por algum motivo, o motorista passou direto com direito a um sorriso maroto, apontando para um suposto ônibus que vem atrás. Você fica com cara de tacho e a mão apontando para o nada.

3) Respeito às diferenças
Quando o “ônibus de trás” finalmente chega após 25 minutos, é claro que ele estará parcial ou totalmente lotado. Você se depara com um misto de sons e batuques, pessoas pedindo doação, menino vendendo balinha e o cobrador com mau humor. Você lida com pessoas que não conhece, senta ao lado delas e até puxa assunto sobre “como o tempo hoje está quente”. Enfim: você deixa de lado seu ego e deixa de tanta frescura.

4) Altruísmo
Ainda que contra sua própria vontade, as Leis da Ética de Ônibus™ dizem que você deve ceder seu lugar aos mais velhos e se oferecer para segurar os livros do estudante que está em pé ao seu lado. Resumindo: você aprende NA MARRA a ser gente boa.

5) Capacidade cognitiva e filosófica
Janela de ônibus é praticamente a janela de sua alma. Não existe um lugar melhor para refletir sobre sua vida e colocar os pensamentos em ordem. Nem seu travesseiro; nem montes no Himalaia. Você acaba encontrando soluções para seus problemas, resolvendo cálculos complexos e tendo a ideia que faltou naquele brainstorm da reunião. Ou seja, de certa forma você se torna mais inteligente.

6) Educação
É no ônibus que você coloca em prática as palavras mágicas que sua mãe ensinou: “obrigado” (para o motorista, na hora de descer), “por favor” (a Deus, para que seu ônibus não demore tanto – todo dia peço isso a Ele) e principalmente o “COM LICENÇA” (por motivos óbvios). Ou seja: 1 ano de estágio probatório pegando ônibus e você se torna um gentleman.

7) Histórias para contar pros netos
Quem nunca passou por situações exóticas, engraçadas e inusitadas em ônibus? Quem nunca ia descendo do ônibus e só na escadinha disse: “eita, esqueci de pagar! Perae moço!” (eu já) Quem nunca já sentou ao lado de uma pessoa que foi com sua cara e resolveu te aconselhar com muita sabedoria? (eu já…)


OBS- E-mail que recebi pela internet, bastante interessante para quem não gosta de andar de ônibus.
Andar de õnibus é bom, e faz muito bem para melhorarmos como pessoa e testar a nossa paciência.

Muro de Berlin


A Poesia nos Alegra quando estamos Tristes

Ah, a poesia… Sempre reconfortando quando estamos tristes, nos dando conselhos quando estamos confusos e nos alegrando quando estamos apaixonados. Ninguém precisa ser um notável William Shakespeare para escrever uma boa poesia. Elas são escritas com o coração e os dedos são apenas coadjuvantes. Os poetas brasileiros que o digam, pois eles são e sempre foram os grandes artistas da escrita poética, ainda mais quando eles resolviam escrever sobre o próprio fazer poético.

 Shakespeare é considerado um dos mais importantes dramaturgos e escritores de todos os tempos. Seus textos literários são verdadeiras obras de arte e permaneceram vivas até os dias de hoje, onde são retratadas freqüentemente pelo teatro, televisão, literatura e cinema.
 Frases de Shakespeare:
- "Dê a todos seus ouvidos, mas a poucos a sua voz."
- "Antes ter um epitáfio ruim do que a maledicência durante toda a vida."
- "Ser, ou não ser, eis a questão."
- "Sem ser provada, a paciência dura".
- "As mais lindas jóias, sem defeito, com o uso o encanto perdem".
- "Pobre é o amor que pode ser contado".
- "Nada me faz tão feliz quanto possuir um coração que não se esquece de seus amigos".

 "Clarice Lispector "Eu escrevo sem esperança de que o que eu escrevo altere qualquer coisa. Não altera em nada... Porque no fundo a gente não está querendo alterar as coisas. A gente está querendo desabrochar de um modo ou de outro..." 1920 - Clarice Lispector nasce em Tchetchelnik.

"Tudo passa, menos a adúltera. Nos botecos e nos velórios, na esquina e nas farmácias, há sempre alguém falando nas senhoras que traem. O amor bem sucedido não interessa a ninguém."(Nelson Rodrigues, 1912-1980)

 “Esses que puxam conversa sobre se chove ou não chove – não poderão ir para o Céu! Lá faz sempre bom tempo…”(Mario Quintana)

“Desconfia da tristeza de certos poetas. É uma tristeza profissional e tão suspeita como a exuberante alegria das coristas. “ (Mario Quintana)

“Se alguém te perguntar o quiseste dizer com um poema, pergunta-lhe o que Deus quis dizer com este mundo…”(Mario Quintana)

“A palavra é o meu domínio sobre o mundo.” (Clarisse Lispector)

"O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer."( Albert Einstein)

“Você pode descobrir mais sobre uma pessoa em uma hora de brincadeira do que em um ano de conversa.” ( Platão)

"A preocupação é uma ave que pousa em nossa cabeça."(Ditado Chines)

"O que estraga a felicidade é o mêdo."(Clarice Lispector)

"A crise é porteira de soluções."(Ditado Chines)

“É possível descobrir mais sobre uma pessoa numa hora de brincadeira do que num ano de conversa.” ( Platão)

“É tão impossível traduzir a poesia como é traduzir a música.” (Voltaire)

O que diz a Lenda sobre Ruy Barbosa

Os patos de Rui Barbosa:
Diz a lenda que Rui Barbosa, ao chegar em casa, ouviu um barulho estranho vindo do seu quintal. Chegando lá, constatou haver um ladrão tentando levar seus patos de criação. Aproximou-se vagarosamente do indivíduo e, surpreendendo-o ao tentar pular o muro com seus amados patos, disse-lhe:
- Oh, bucéfalo anácrono! Não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes palmípedes, mas sim pelo ato vil e sorrateiro de profanares o recôndito da minha habitação, levando meus ovíparos à sorrelfa e à socapa. Se fazes isso por necessidade, transijo; mas se é para zombares da minha elevada prosopopéia de cidadão digno e honrado, dar-te-ei com minha bengala fosfórica bem no alto da tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinquagésima potência que o vulgo denomina nada.
E o ladrão, confuso, diz:
"- Dotô, eu levo ou deixo os pato?"
Ruy barbosa

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver crescer as injustiças, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
Ruy Barbosa

"De tanto ver triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser honesto."
Ruy Barbosa
  
 "A degeneração de um povo, de uma nação ou raça, começa pelo disvirtuamento da própria língua.”
Ruy Barbosa

terça-feira, 26 de março de 2013

FGTS e Hora Extras Para as Domésticas

Já aprovada em dois turnos na Câmara dos Deputados, a chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) das domésticas, que amplia os direitos dos empregados do lar, depende, agora, de aprovação do Senado.
Ganho de doméstica sobe mais que a lei

Se passarem, as regras vão valer tanto para os novos contratos quanto para os que já estão em vigor.
A proposta torna obrigatórios itens como pagamento de adicional noturno, horas extras, FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e a jornada máxima de trabalho e vale para todos os que prestam serviços domésticos, como jardineiros, motoristas e babás.
Alguns direitos entram em vigor imediatamente após a aprovação do texto --como o pagamento de horas extras. Outros necessitam de regulamentação, como o adicional noturno e o seguro-desemprego.

Folha de São Paulo

"No Meio do Caminho" Carlos Drummond de Andrade

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
 
Carlos Drummond de Andrade

Poemas do Futebol

Grandes Poemas dessa Maravilha, Chamado Futebol:

Posso ser um novo Di Stéfano, mas não posso ser um novo Pelé. Ele é o único que ultrapassa os limites da lógica…
Johann Cruyff

Pelé nunca será superado, porque é impossível haver algo melhor que a perfeição. Ele teve tudo: físico, habilidade, controle de bola, velocidade, poder, espírito, inteligência, instinto, sagacidade…
Jornalista do Sunday Mirror de Londres

Se eu pudesse me chamaria Edson Arantes do Nascimento Bola. Seria a única maneira de agradecer o que ela fez por mim…
Pelé

Futebol é muito simples: quem tem a bola ataca; quem não tem defende.
Neném Prancha

Bola para o mato, que o jogo é de campeonato.
Neném Prancha

O pênalti é tão importante que devia ser cobrado pelo presidente do clube.
Neném Prancha

O goleiro deve dormir com a bola. Se for casado, dorme com as duas.
Neném Prancha

O importante é o principal, o resto é secundário
Neném prancha 

 Se macumba ganhasse jogo, o Campeonato Baiano terminava empatado.
Neném Prancha

Nunca pense que está sozinho quando você vive futebol, respira futebol. Isso significa que você faz parte dessa paixão mundial pela bola, porque futebol além de um esporte é um ideal de vida.
Vinícius

Não é a vontade de vencer que importa – todo mundo tem isso. O que importa é a vontade de se preparar para vencer.
Paul “Bear” Bryant técnico de futebol americano

Faz da tua vida, um jogo de futebol :
Chuta as tristezas,
Finta as dificuldades,
Marca 1000 gols de alegria…
Estarei na arquibancada torcendo por você!!
IsaMaria

"O Brasil ficou entre os 8 melhores do mundo no futebol e ficou triste. É 85º em educação e não há tristeza”.
Cristóvam Buarque

Neném prancha:
Foi técnico do futebol de praia e roupeiro do Botafogo, em décadas passadas.
Um personagem histórico do futebol brasileiro, um filósofo do futebol.

Poeta Portugues Fernando Pessoa

 A lavadeira no tanque bate roupa em pedra bem

A lavadeira no tanque
Bate roupa em pedra bem.
Canta porque canta e é triste
Porque canta porque existe;
Por isso é alegre também.
Ora se eu alguma vez
Pudesse fazer nos versos
O que a essa roupa ela fez,
Eu perdeira talvez
Os meus destinos diversos.
Há uma grande unidade
Em, sem pensar nem razão,
E até cantando a metade,
Bater roupa em realidade...
Quem me lava o coração?

Fernando Pessoa


Sonho. Não Sei quem Sou Sonho. 

Não sei quem sou neste momento.
Durmo sentindo-me. Na hora calma
Meu pensamento esquece o pensamento,
             Minha alma não tem alma.

Se existo é um erro eu o saber. Se acordo
Parece que erro. Sinto que não sei.
Nada quero nem tenho nem recordo.
             Não tenho ser nem lei.

Lapso da consciência entre ilusões,
Fantasmas me limitam e me contêm.
Dorme insciente de alheios corações,
             Coração de ninguém. 


Fernando Pessoa


AUTOPSICOGRAFIA

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas da roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.

Fernando Pessoa


Sou o Espírito da treva,
    A Noite me traz e leva; Moro à beira irreal da Vida,
    Sua onda indefinida
    Refresca-me a alma de espuma...
    Pra além do mar há a bruma...
    E pra aquém? há Cousa ou Fim?
    Nunca olhei para trás de mim...
Fernando Pessoa

As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.
  Fernando Pessoa



A pálida Luz da Manhã de Inverno

 A pálida luz da manhã de inverno,
O cais e a razão
Não dão mais 'sperança, nem menos 'sperança sequer,
Ao meu coração.
O que tem que ser
Será, quer eu queira que seja ou que não.

No rumor do cais, no bulício do rio
Na rua a acordar
Não há mais sossego, nem menos sossego sequer,
Para o meu 'sperar.
O que tem que não ser
Algures será, se o pensei; tudo mais é sonhar.

 Fernando Pessoa






Mão Posta Sobre a Mesa

A MÃO POSTA sobre a mesa,
A mão abstrata, esquecida,
Imagem da minha vida...
A mão que pus sobre a mesa
Para mim mesmo é surpresa.
Porque a mão é o que temos
Ou define quem não somos.
Com ela aquilo que fazemos 


 Fernando Pessoa 























































segunda-feira, 25 de março de 2013

Do grande Poeta Mário Quintana sobre os Pássaros na Prisão



clique para ver o original

O mais triste de um passarinho engaiolado é que ele se sente bem.
 
 
 
  Mário Quintana

"O Tempo Não Pára" Cazuza

Disparo contra o sol
Sou forte, sou por acaso
Minha metralhadora cheia de mágoas
Eu sou o cara
Cansado de correr
Na direção contrária
Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
Eu sou mais um cara

Mas se você achar
Que eu tô derrotado
Saiba que ainda estão rolando os dados
Porque o tempo, o tempo não pára

Dias sim, dias não
Eu vou sobrevivendo sem um arranhão
Da caridade de quem me detesta

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Eu não tenho data pra comemorar
Às vezes os meus dias são de par em par
Procurando agulha no palheiro

Nas noites de frio é melhor nem nascer
Nas de calor, se escolhe: é matar ou morrer
E assim nos tornamos brasileiros
Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
Transformam o país inteiro num puteiro
Pois assim se ganha mais dinheiro

A tua piscina tá cheia de ratos
Tuas idéias não correspondem aos fatos
O tempo não pára

Eu vejo o futuro repetir o passado
Eu vejo um museu de grandes novidades
O tempo não pára
Não pára, não, não pára

Cazuza

"O Pássaro Cativo" de Olavo Bilac

O pássaro cativo

Armas, num galho de árvore, o alçapão
E, em breve, uma avezinha descuidada,
Batendo as asas cai na escravidão.
Dás-lhe então, por esplêndida morada,
Gaiola dourada;

Dás-lhe alpiste, e água fresca, e ovos e tudo.
Por que é que, tendo tudo, há de ficar
O passarinho mudo,
Arrepiado e triste sem cantar?
É que, criança, os pássaros não falam.

Só gorjeando a sua dor exalam,
Sem que os homens os possam entender;
Se os pássaros falassem,
Talvez os teus ouvidos escutassem
Este cativo pássaro dizer:

"Não quero o teu alpiste!
Gosto mais do alimento que procuro
Na mata livre em que voar me viste;
Tenho água fresca num recanto escuro

Da selva em que nasci;
Da mata entre os verdores,
Tenho frutos e flores
Sem precisar de ti!

Não quero a tua esplêndida gaiola!
Pois nenhuma riqueza me consola,
De haver perdido aquilo que perdi...
Prefiro o ninho humilde construído

De folhas secas, plácido, escondido.
Solta-me ao vento e ao sol!
Com que direito à escravidão me obrigas?
Quero saudar as pombas do arrebol!
Quero, ao cair da tarde,
Entoar minhas tristíssimas cantigas!
Por que me prendes? Solta-me, covarde!
Deus me deu por gaiola a imensidade!
Não me roubes a minha liberdade...
Quero voar! Voar!

Estas cousas o pássaro diria,
Se pudesse falar,
E a tua alma, criança, tremeria,
Vendo tanta aflição,
E a tua mão tremendo lhe abriria
A porta da prisão...

Olavo Bilac

  
Velhas árvores


Olha estas velhas árvores, — mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas . . .

O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas . . .

Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

Olavo Bilac

"Para o Sexo a Expirar" Carlos Drummond de Andrade

Para o sexo a expirar


Para o sexo a expirar, eu me volto, expirante.
Raiz de minha vida, em ti me enredo e afundo.
Amor, amor, amor - o braseiro radiante
que me dá, pelo orgasmo, a explicação do mundo.

Pobre carne senil, vibrando insatisfeita,
a minha se rebela ante a morte anunciada.
Quero sempre invadir essa vereda estreita
onde o gozo maior me propicia a amada.

Amanhã, nunca mais. Hoje mesmo, quem sabe?
enregela-se o nervo, esvai-se-me o prazer
antes que, deliciosa, a exploração acabe.

Pois que o espasmo coroe o instante do meu termo,
e assim possa eu partir, em plenitude o ser,
de sêmen aljofrando o irreparável ermo.

Carlos Drummond de Andrade

O que se passa na cama 


(O que se passa na cama
é segredo de quem ama.)

É segredo de quem ama
não conhecer pela rama
gozo que seja profundo,
elaborado na terra
e tão fora deste mundo
que o corpo, encontrando o corpo
e por ele navegando,
atinge a paz de outro horto,
noutro mundo: paz de morto,
nirvana, sono do pênis.

Ai, cama canção de cuna,
dorme, menina, nanana,
dorme onça suçuarana,
dorme cândida vagina,
dorme a última sirena
ou a penúltima- O pênis
dorme, puma, americana
fera exausta. Dorme, fulva
grinalda de tua vulva.

E silenciem os que amam,
entre lençol e cortina
ainda úmidos de sêmen,
estes segredos de cama.

Quarto em Desordem

Na curva perigosa dos cinqüenta
derrapei neste amor. Que dor! que pétala
sensível e secreta me atormenta
e me provoca à síntese da flor

que não sabe como é feita: amor
na quinta-essência da palavra, e mudo
de natural silêncio já não cabe
em tanto gesto de colher e amar

a nuvem que de ambígua se dilui
nesse objeto mais vago do que nuvem
e mais indefeso, corpo! Corpo, corpo, corpo

verdade tão final, sede tão vária
a esse cavalo solto pela cama
a passear o peito de quem ama. 

Carlos Drummond de Andrade

"Saber Viver" de Cora Coralina


SABER VIVER 

Não sei... Se a vida é curta
Ou longa demais pra nós,
Mas sei que nada do que vivemos
Tem sentido, se não tocamos o coração das pessoas.
Muitas vezes basta ser:
Colo que acolhe,
Braço que envolve,
Palavra que conforta,
Silêncio que respeita,
Alegria que contagia,
Lágrima que corre,
Olhar que acaricia,
Desejo que sacia,
Amor que promove.
E isso não é coisa de outro mundo,
É o que dá sentido à vida.
É o que faz com que ela
Não seja nem curta,
Nem longa demais,
Mas que seja intensa,
Verdadeira, pura Enquanto durar


Cora Coralina

"Mascarados" de Cora Coralina



Mascarados 

Saiu o Semeador a semear
Semeou o dia todo
e a noite o apanhou ainda
com as mãos cheias de sementes.
Ele semeava tranqüilo
sem pensar na colheita
porque muito tinha colhido
do que outros semearam.
Jovem, seja você esse semeador
Semeia com otimismo
Semeia com idealismo
as sementes vivas
da Paz e da Justiça.
Cora Coralina

A Bela Adormecida Segundo a Poetisa Adélia Prado

Estou alegre e o motivo beira secretamente à humilhação, porque aos 50 anos não posso mais fazer curso de dança, escolher profissão, aprender a nadar como se deve.
No entanto, não sei se é por causa das águas, deste ar que desentoca do chão as formigas aladas, ou se é por causa dele que volta e põe tudo arcaico, como a matéria da alma, se você vai ao pasto, se você olha o céu, aquelas frutinhas travosas, aquela estrelinha nova, sabe que nada mudou.
O pai está vivo e tosse, a mãe pragueja sem raiva na cozinha.
Assim que escurecer vou namorar.
Que mundo ordenado e bom!
Namorar quem?
Minha alma nasceu desposada com um marido invisível.
Quando ele fala roreja quando ele vem eu sei, porque as hastes se inclinam.
Eu fico tão atenta que adormeço a cada ano mais.
Sob juramento lhes digo: tenho 18 anos. Incompletos.

Adélia Prado

Camões o Maior Poeta portugues

O tempo acaba o ano, o mês e a hora

O tempo acaba o ano, o mês e a hora,
A força, a arte, a manha, a fortaleza;
O tempo acaba a fama e a riqueza,
O tempo o mesmo tempo de si chora;

O tempo busca e acaba o onde mora
Qualquer ingratidão, qualquer dureza;
Mas não pode acabar minha tristeza,
Enquanto não quiserdes vós, Senhora.

O tempo o claro dia torna escuro
E o mais ledo prazer em choro triste;
O tempo, a tempestade em grão bonança.

Mas de abrandar o tempo estou seguro
O peito de diamante, onde consiste
A pena e o prazer desta esperança.
Luís de Camões
 
Qual tem a borboleta por costume

Qual tem a borboleta por costume,
Que, enlevada na luz da acesa vela,
Dando vai voltas mil, até que nela
Se queima agora, agore se consume,

Tal eu correndo vou ao vivo lume
Desses olhos gentis, Aónia bela;
E abraso-me por mais que com cautela
Livrar-me a parte racional presume.

Conheço o muito a que se atreve a vista,
O quanto se levanta o pensamento,
O como vou morrendo claramente;

Porém, não quer Amor que lhe resista,
Nem a minha alma o quer; que em tal tormento,
Qual em glória maior, está contente.

                     Luís de Camões

O Homem e a Mulher segundo o poeta Romancista Vitor Hugo

O Homem e A Mulher

O homem é a mais elevada das criaturas;
A mulher é o mais sublime dos ideais.
O homem é o cérebro;
A mulher é o coração.
O cérebro fabrica a luz;
O coração, o AMOR.
A luz fecunda, o amor ressuscita.
O homem é forte pela razão;
A mulher é invencível pelas lágrimas.
A razão convence, as lágrimas comovem.
O homem é capaz de todos os heroísmos;
A mulher, de todos os martírios.
O heroísmo enobrece, o martírio sublima.
O homem é um código;
A mulher é um evangelho.
O código corrige; o evangelho aperfeiçoa.
O homem é um templo; a mulher é o sacrário.
Ante o templo nos descobrimos;
Ante o sacrário nos ajoelhamos.
O homem pensa; a mulher sonha.
Pensar é ter , no crânio, uma larva;
Sonhar é ter , na fronte, uma auréola.
O homem é um oceano; a mulher é um lago.
O oceano tem a pérola que adorna;
O lago, a poesia que deslumbra.
O homem é a águia que voa;
A mulher é o rouxinol que canta.
Voar é dominar o espaço;
Cantar é conquistar a alma.
Enfim, o homem está colocado onde termina a terra;
A mulher, onde começa o céu.

Victor Hugo

sexta-feira, 22 de março de 2013

A Vida, Segundo o Poeta Mário Quintana

A vida, segundo o Poeta:
"A vida são deveres, que nós trouxemos para fazer em casa.
Quando se vê, já são seis horas!
Quando se vê, já é sexta-feira...
Quando se vê, já terminou o ano...
Quando se vê, passaram-se 50 anos!
Agora, é tarde demais
para ser reprovado...
Se me fosse dada, um dia,
outra oportunidade,
eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente
e iria jogando, pelo caminho,
a casca dourada
e inútil das horas...

Dessa forma, eu digo: não deixe de fazer algo que gosta
devido à falta de tempo. A única falta que terá, será desse
tempo que, infelizmente, não voltará mais."



Mário Quintana


Das utopias


Se as coisas são inatingíveis... ora!

não é motivo para não quere-las...

Que tristes os caminhos, se não fora

a magica presença das estrelas

 Mário Quintana

Mário Quintana


Poema da gare de Astapovo


O velho Leon Tolstoi fugiu de casa aos oitenta anos
E foi morrer na gare de Astapovo!
Com certeza sentou-se a um velho banco,
Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo
Contra uma parede nua...
Sentou-se ...e sorriu amargamente
Pensando que
Em toda a sua vida
Apenas restava de seu a Gloria,
Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas
Nas mãos esclerosadas de um caduco!
E entao a Morte,
Ao vê-lo tao sozinho aquela hora
Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali a sua espera,
Quando apenas sentara para descansar um pouco!
A morte chegou na sua antiga locomotiva
(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)
Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,
E quem sabe se ate não morreu feliz: ele fugiu...
Ele fugiu de casa...
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos que realizam os velhos sonhos da infância!

Mário Quintana

Mário Quintana


Espelho


Por acaso, surpreendo-me no espelho:
Quem é esse que me olha e é tão mais velho que eu? (...)
Parece meu velho pai - que já morreu! (...)
Nosso olhar duro interroga:
"O que fizeste de mim?" Eu pai? Tu é que me invadiste.
Lentamente, ruga a ruga... Que importa!
Eu sou ainda aquele mesmo menino teimoso de sempre
E os teus planos enfim lá se foram por terra,
Mas sei que vi, um dia - a longa, a inútil guerra!
Vi sorrir nesses cansados olhos um orgulho triste..."

Mário Quintana

 

quinta-feira, 21 de março de 2013

21 de março data especial para muitos

Um brinde ou tim tim aos aniversariantes de hoje!
Somos seres humanos eternos errantes e estamos em constante crescimento.
Só não cresce quem tem a cabeça muito pequena a ponto de achar que o amadurecimento vem junto com os anos vividos.Óbvio que não!

As 10+ (mais) e as 10- (menos) Sorteadas na Mega Sena

As 10+ (mais) sorteadas
Estas são as 10 dezenas que mais saíram em todos os concursos.
5
33
4
51
54
53
43
24
52
13



As 10- (menos) sorteadas
Estas são as 10 dezenas que foram sorteadas menos vezes em todos os concursos da mega-sena.
26
22
21
9
45
46
55
48
39
15


Veja o que o poeta Mário Quintana disse sobre o jogo:
"A vida não é um jogo onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio. Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a. Se você não está de acordo com as regras, demita-se. Invente seu próprio jogo. Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade".
Mario Quintana

quarta-feira, 20 de março de 2013

Mané Garrincha foi o Inspirador do "Olé" no Futebol

JOÃO SALDANHA
“OLÉ” NASCEU NO MÉXICO
(Texto extraído do livro  Os subterrâneos do Futebol, de João Saldanha, lançado em 1963 pela editora Tempo Brasileiro).

O Estádio Universitário ficou à cunha. Cem mil pessoas comprimidas para assistir ao jogo. É muito alegre um jogo no México. É o país em que a torcida mais se parece com a do Rio de Janeiro. Barulhenta, participa de todos os lances da partida. Vários grupos de “mariaches” comparecem. Estes grupos, que formam o que há de mais típico da música mexicana, são constituídos de um ou dois “pistões” e clarins, dois ou três violões, harpa (parecida com a das guaranias), violinos e marimbas. As marimbas são completamente de madeira, mas não vão ao campo de futebol, sendo substituídas por instrumentos pequenos. O ponto alto dos “mariaches” é a turma do pistão, do clarim e o coro, naturalmente. No campo de futebol, os grupos amadores de “mariaches” que comparecem ficam mais ativos em dois momentos distintos: ou quando o jogo está muito bom e eles se entusiasmam, ou, inversamente, quando o jogo está chato e eles “atacam” músicas em tom gozador.
No jogo em que vencemos ao Toluca, que estava no segundo caso, os “mariaches” salvaram o espetáculo.
O time do River era, realmente, uma máquina. Futebol bonito e um entendimento que só um time que joga junto há três anos pode ter. Modestamente, jogamos trancados. A prudência mandava que isto fosse feito. De fato, se “abríssemos”, tomaríamos um baile.
Foi um jogo de rara beleza. E não foi por acaso. De um lado estavam Rossi, Labruña, Vairo, Menéndez, Zarate, Carrizo. De outro, estavam Didi, Nilton Santos, Garrincha etc. Jogo duro e jogo limpo. Não se tratava de camaradagem adquirida em quase um mês no mesmo hotel, mas sim da presença de grandes craques no gramado. A torcida exultava e os “mariaches” atacavam entusiasmados.
Estava muito difícil fazer gol. Poucas vezes vi um jogo disputado com tanta seriedade e respeito mútuos. Mas houve um espetáculo à parte. Mané Garrincha foi o comandante. Dirigiu os cem mil espectadores. Fazendo reagirem à medida de suas jogadas. Foi ali, naquele dia, que surgiu a gíria do “Olé”, tão comumente utilizada posteriormente em nossos campos. Não porque o Botafogo tivesse dado “Olé” no River. Não. Foi um “Olé” pessoal. De Garrincha em Vairo.
Nunca assisti a coisa igual.
Só a torcida mexicana com seu traquejo de touradas poderia, de forma tão sincronizada e perfeita, dar um “Olé” daquele tamanho. Toda vez que Mané parava na frente de Vairo, os espectadores mantinham-se no mais profundo silêncio. Quando Mané dava aquele seu famoso drible e deixava Vairo no chão, um coro de cem mil pessoas exclamava: “Ôôôôô”! O som do “olé” mexicano é diferente do nosso. O deles é o típico das touradas. Começa com um ô prolongado, em tom bem grave, parecendo um vento forte, em crescendo, e termina com a sílaba “lé” dita de forma rápida. Aqui é ao contrário: acentua-se mais o final “lé”: “Olééé!” – sem separar, com nitidez, as sílabas em tom aberto.
Verdadeira festa. Num dos momentos em que Vairo estava parado em frente a Garrincha, um dos clarins dos “mariaches” atacou aquele trecho da Carmem que é tocado na abertura das touradas. Quase veio abaixo o Estádio Universitário.
Numa jogada de Garrincha, Quarentinha completou com o gol vazio e fez nosso gol. O River reagiu e também fez o dele. Didi ainda fez outro, de fora da área, numa jogada que viera de um córner, mas o juiz anulou porque Paulo Valentim estava junto à baliza. Embora a bola tivesse entrado do outro lado, o árbitro considerou a posição de Paulinho ilegal. De fato, Paulinho estava “off-side”. Havia um bolo de jogadores na área, mas o árbitro estava bem ali. E Paulinho poderia estar distraindo a atenção de Carrizo.
O jogo terminou empatado. Vairo não foi até o fim. Minella tirou-o do campo, bem perto de nós no banco vizinho. Vairo saiu rindo e exclamando: “No hay nada que hacer. Imposible” – e dirigindo-se ao suplente que entrava, gozou:
– Buena suerte muchacho. Pero antes, te aconsejo que escribas algo a tu mamá.
O jogo terminou empatado e uma multidão invadiu o campo. O “Jarrito de Oro”, que só seria entregue ao “melhor do campo” no dia seguinte, depois de uma votação no café Tupinambá, foi entregue ali mesmo a Garrincha. Os torcedores agarraram-no e deram uma volta olímpica carregando Mané nos ombros. Sob ensurdecedora ovação da torcida. No dia seguinte, os jornais acharam que tínhamos vencido o jogo, considerando o tal gol como válido. Mas só dedicaram a isto poucas linhas. O resto das reportagens e crônicas foi sobre Garrincha.
As agências telegráficas enviaram longas mensagens sobre o acontecimento e deram grande destaque ao “Olé”. As notícias repercutiram bastante no Rio e a torcida carioca consagrou o “Olé”. Foi assim que surgiu este tipo de gozação popular, tão discutido, mas que representa um sentimento da multidão.
Já tentaram acabar com o “Olé”. Os árbitros de futebol, com sua inequívoca vocação para levar vaias, discutiram o assunto em congresso e resolveram adotar sanções. Mas como aplicá-las? Expulsando a torcida do estádio? Verificando o ridículo a que estavam expostos, deixam cada dia mais o assunto de lado. É melhor assim. É mais fácil derrubar um governo do que acabar com o “Olé”.
Não poderia ter havido maior justiça a um jogador que a que foi feita pelos mexicanos a Mané Garrincha. Garrincha é o próprio “Olé”.
Dentro e fora de campo, jamais vi alguém tão desconcertante, tão driblador. É impossível adivinhar-se o lado por onde Mané vai “sair” da enrascada. Foi a coisa mais justa do mundo que Garrincha tivesse sido o inspirador do “Olé”.

terça-feira, 19 de março de 2013

Intercâmbio no Futebol

Quem já viveu a experiência, recomenda. Fazer um intercâmbio é uma ótima oportunidade para quem quer aprender um idioma, viajar, conhecer outras culturas. Tenho que citar a fluência no idioma, e o crescimento pessoal e profissional como pontos super positivos. Você cresce vários anos em um, e aprende a enfrentar tudo o que te acontece.Também coloco o fator cultural como importantíssimo. Quando se mora fora é possível enxergar melhor tudo o que a gente tem e o quanto isso é importante, vital.
Baseado nessa premissa que os clubes de futebol daqui do Brasil, deveriam fazer com que seus jogadores, também participassem de um intercâmbio com outros clubes de outros países.
Exemplificando a idéia; cito um intercâmbio entre o Corintians e o Barcelona, poderiam vir passar um período aqui jogadores de lá e vice-versa.
O ideal seria uma integração para irem jogadores da base, que iriam ganhar muita experiência com o intercâmbio.
O jogador de futebol é um profissional, e são tantos os profissionais de empresas e estudantes brasileiros que fazem intercãmbio e se saem muito bem.
Falta aos nossos dirigentes essa visão, de colocarem como metas uma parceria com clubes do exterior.
Inclusive poderiam fazer um intercâmbio, não só jogadores da equipe, mas também dirigentes, médicos do clube, etc
Se temos hoje no nosso país fazendo intercâmbio; estudantes, funcionários de empresas, porque não jogadores de futebol.
Entendo que um intercãmbio no futebol, iria melhorar muito o jogador brasileiro e abrir novos mercados.
Iriam crescer como profissionais de futebol e culturalmente também.
Pensem nisso, senhores dirigentes do futebol brasileiro, um intercâmbio no futebol.

segunda-feira, 18 de março de 2013

Bolão do Lotequeiro

JOSÉ SANTANA DA SILVEIRA - MILIONÁRIO DE 1974

Ainda em 1974, o mineiro José Santana da Silveira, maquinista da siderúrgica Belgo-Mineira apostou 2 cruzeiros na Loteria Esportiva e embolsou o equivalente a 2,5 milhões de dólares, uma montanha de dinheiro. Nos primeiros dias ele tratou de ajudar a família, comprando uma bonita casa, um terreno e uma fazenda para criação de gado. Mas o dinheiro que sobrou, foi mal aplicado. Emprestou para pessoas que além de não o pagarem, fugiram da cidade.
Isso contribuiu para que adoecesse, vindo a falecer ao início de 1999. A viúva, dona Teresinha herdou R$ 15 mil numa caderneta de poupança, uma casa que está à venda por R$ 180 mil e uma mala cheia de promissórias e cheques sem fundo. 

 

A Bondade de Deus, 2* Samuel-22-31

Um rei que não acreditava na bondade de
Deus. Tinha um servo que em todas as situações lhe dizia: Meu rei,não desanime
porque tudo que Deus faz é perfeito, Ele não erra!
Um dia eles saíram para caçar e uma fera atacou o rei. O seu servo conseguiu matar o animal, mas não pôde evitar que sua majestade perdesse um dedo da mão.
Furioso e sem mostrar gratidão por ter sido salvo, o nobre disse: Deus é bom?Se ele fosse bom eu não teria sido atacado e perdido o meu dedo.
O servo apenas respondeu: Meu rei, apesar de todas essas coisas, só posso dizer-lhe que Deus é bom; e Ele sabe o porquê de todas as coisas.
O que Deus faz é perfeito. Ele nunca erra!
Indignado com a resposta, o rei mandou prender o seu servo. Tempos depois, saiu para outra caçada e foi capturado por selvagens que faziam sacrifícios humanos.
Já no altar, prontos para sacrificar o nobre, os selvagens perceberam que a vítima não tinha um dos dedos e soltaram-no:Ele não era perfeito para ser oferecido aos deuses.
Ao voltar para o palácio, mandou soltar o seu servo e recebeu-o muito afetuosamente.
Meu caro, Deus foi realmente bom comigo! Escapei de ser sacrificado pelos selvagens, justamente por não ter um dedo!
Mas tenho uma dúvida:Se Deus é tão bom, por que permitiu que você, que tanto o defende, fosse preso?
Meu rei, se eu tivesse ido com o senhor nessa caçada, teria sido sacrificado em seu lugar, pois não me falta dedo algum.
Por isso lembre-se: tudo o que Deus faz é perfeito.
Ele nunca erra!
Muitas vezes nos queixamos da vida e das coisas aparentemente ruins que nos acontecem, esquecendo –nos que nada é por acaso e que tudo tem propósito.
Toda a manhã ofereça seu dia a Deus.
Peça para Deus inspirar os seus pensamentos, guiar os seus atos, apaziguar os seus sentimentos. E nada tema, pois Deus nunca Erra!!!
O caminho de Deus é perfeito e a sua palavra sem impurezas. Ele é o caminho de todos que nele confiam como diz em 2º Samuel -22-31com certeza esta mensagem chegou em boa hora para vocês.
Deus esta colocando em seu coração o desejo de enviar esta mensagem para alguém.
Faça isso não se envergonhe
Você irá mandar para a pessoa certa
Deus sabe disso muito bem, sabe porque?
Porque, Deus nunca erra!

quinta-feira, 14 de março de 2013

Arco do Triunfo em Paris



"Arco do Triunfo"
Esse monumento foi planejado por Napoleão, para celebrar suas vitórias militares.
Muito visitado por turistas do mundo inteiro que vão a Paris, foi inaugurado em 1836.
No seu interior existe um museu, em homenagem ao soldado desconhecido.
Fica no coração de Paris, situa-se na praça Charles de Goulle, numa das estremidades no alto da avenida mais famosa; Champs Elysées.
Um símbolo patriótico.
Para homenagear todos os soldados mortos no combate, tem por tradição desde o ano de 1923, uma chama é reacesa diáriamente às18:30hs.



quarta-feira, 13 de março de 2013

Tem Fumaça Branca no Vaticano

Ao segundo dia de conclave, os 115 cardeais eleitores escolheram o novo Papa.
Os sinos anunciaram a chegada do novo Papa, na Praça de São Pedro, no Vaticano.
Milhares de pessoas, debaixo de chuva, aplaudiram o anúncio da decisão.
O Papa escolhido é Jorge Mario Bergoglio, Argentino.
Vai se chamar Francisco.




A História da Cerveja

Há mais de 10.000 anos o homem primitivo conheceu o fenômeno da fermentação e obteve, em pequena escala, as primeiras bebidas alcoólicas. Há evidências de qual a prática da cervejaria originou-se na região da Mesopotâmia (atual Iraque), onde, assim como no Egito, a cevada cresce em estado selvagem. A cerveja é tão antiga quanto o pão, pois era obtida através da fermentação de cereais como a cevada e o trigo. Inicialmente era feita por padeiro devido a natureza da matéria prima utilizada: Grãos de cereais e leveduras. A cevada era deixada de molho até germinar, e então, moída, grosseiramente moldada em bolos aos quais se adicionava levedura. Os bolos, após parcialmentes assados e desfeitos eram colocados em jarros com água e deixados fermentar. Esta cerveja rústica ainda é fabricada no Egito com o nome de Bouza. Hoje, para a produção de uma boa cerveja são necessários 4 ingredientes básicos: água potável puríssima, malte cervejeiro de qualidade, lúpulo de boa procedência e fermento selecionado e puro (levedura).

Tres marcas de cervejas da Alemanha:

terça-feira, 12 de março de 2013

Alemanha o Paraíso das Cervejas


Na Alemanha tem mais de cinco mil marcas de cervejas, contando as bebidas não-alcoólicas.
A cerveja é a terceira mais consumida depois da água e café.
As cervejas se classificam não só pelas cores sabores, aromas, mas também pelo teor alcoólicos.
Na hora do brinde, os alemães costumam se olhar no fundo dos olhos e chamar ”Prost”, a saúde ou tim - tim no Brasil.
Das cervejas que tomei gostei do sabor de três, sendo que a paulaner produzida em Munique, a melhor.


Ela não está localizada no centro da cidade e, para isso precisamos pegar o metro, descer na estação Goetheplatz e caminhar uns 5 minutos. Pronto lá estava ela toda imponen
Ela não está localizada no centro da cidade e, para isso precisamos pegar o metro, descer na estação Goetheplatz e caminhar uns 5 minutos. Pronto lá estava ela t