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Ouro Preto
24 de junho de 2022Por Karina Peres
Nesta quarta-feira (22), a pré-candidata a deputada estadual, Maria do Socorro, mais conhecida como Jô Moraes (PCdoB), cumpriu agenda em Ouro Preto. Em entrevista ao O Liberal, ela falou sobre suas propostas de campanha, se declarou contra a privatização da água e enfatizou seu compromisso com a pauta das mulheres.
Segundo a pré-candidata, Minas Gerais precisa retomar seu lugar de relevância na política brasileira. “Para isso, nós precisamos da união de vários setores sociais em prol de um novo projeto para Minas, um projeto que crie empregos, amplie investimentos, que apoie o pequeno e médio produtor”, disse. Ao deputado/a estadual cabe diversas funções, como propor ou alterar projetos de leis, fiscalizar e investigar o poder executivo, e elaborar leis orçamentárias do estado, de modo que é quase impossível pensar em propostas específicas para um determinado município.
Entretanto, Jô explicou que tem propostas voltadas para a mineração, que traria benefícios para todo o estado e também para Ouro Preto. “Minas tem uma presença muito forte da indústria mineral, neste aspecto, não é apenas para Ouro Preto, mas é também para o município, o fato de que nós temos que ter uma agenda que inclua como deve ser a relação do estado com essas indústrias. Nós temos que impedir novos projetos de exploração mineral antes de analisar como se redimir dos impactos dos crimes ambientais que atingiram Mariana e Brumadinho. Nós também precisamos fortalecer as secretarias de ambiente, para que elas tenham uma ação fiscalizadora efetiva. Além disso, é preciso uma nova regulamentação, em nível federal”, informou.
A pré-candidata também declarou ser contra a privatização da água, assunto latente em Ouro Preto. “A água é um elemento fundamental para a vida, que não pode ser tratado pela lógica do lucro [...] a privatização da água é um crime humano, social, ambiental e que nós não podemos aceitar”, afirmou Jô.
Política voltada para as mulheres
Com um longo histórico de luta e resistência, Jô foi a primeira presidente da União Brasileira de Mulheres, a UBM, ela contou como sua vivência a levou a aderir às pautas das mulheres. “Na minha luta, eu enfrentei dificuldades que são próprias das mulheres, não tinha com quem deixar meus filhos, como iria trabalhar para sobreviver se não tivesse creches? Então eu comecei, a partir da minha própria vida, a me ligar à luta das mulheres. A luta por apoio, por creches e contra a violência. Vivenciando essa luta, fui me ligando ao feminismo e me tornei a primeira presidente da União Brasileira das Mulheres, em 1988. Tenho uma alegria muito grande de ver o UBM apoiando as mulheres aqui em Ouro Preto, como por exemplo, na conquista da delegacia da mulheres”, afirmou.
Como pré-candidata, ela pretende propor projetos que visem a autonomia econômica das mulheres. “Eu considero que as mulheres precisam dela para enfrentar suas dificuldades. Por isso, criar projetos que permitam a liberdade econômica das mulheres, principalmente daquelas que são mães solo, é uma das prioridades das minhas atividades”, explicou Jô.
Carreira Política
Jô Moraes iniciou sua vida política quando ainda era estudante, em 1960. Militante da Ação Popular, foi presa duas vezes durante o regime militar. Em 1972 filiou-se ao PCdoB e em 1996 foi eleita vereadora de Belo Horizonte, em 2006 venceu as eleições para deputada federal e reelegeu-se em 2010. Em 2018, foi candidata a vice-governadora de Minas Gerais como companheira de chapa do então governador Fernando Pimentel.
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