http://www.jornaloliberal.net
Mariana
26 de junho de 2023Encontro contou com a participação do governador de Minas, Romeu Zema
PorKarina Peres
Na última sexta-feira (23), mais de 30 prefeitos de cidades atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão se reuniram em Mariana para o 15° Encontro dos Prefeitos, do Fórum Permanente da Bacia do Rio Doce. O evento também contou com a participação do governador de Minas, Romeu Zema, que declarou apoiar as ações do Fórum.
Durante o encontro, os prefeitos ressaltaram que após oito anos do crime que devastou os distritos de Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, e que despejou rejeitos no Rio Doce, os municípios atingidos ainda lutam por reparação. Diante da demora, eles afirmaram que o modelo que vem sendo aplicado para as ações de compensação é insuficiente. “Ninguém que está aqui teve culpa do acidente, a responsabilidade é das empresas e elas têm sim que reparar, têm sim que nos compensar e tratar todas as cidades da bacia do Rio Doce. E nós estamos falando de 200 municípios em Minas e 33 no Espírito Santo”, afirmou José Roberto, prefeito de São José do Goiabal e presidente do Fórum dos Prefeitos.
Até o momento, o Fórum teve como uma das principais conquistas um recurso, de R$200 mil destinados à educação e à saúde de alguns municípios atingidos.
Agora, eles lutam para que mais valores cheguem até as cidades. “O uso do recurso que vai ser repassado é muito importante [...] No nosso município nós usamos o valor para comprar ultrassons e construir estações de tratamento de água”, disse Francisco Filho, prefeito de Dionísio. O chefe do executivo da cidade de Bugre, também falou sobre a importância que a reparação teve na cidade. “Nesse montante de recurso que veio para a educação nós pudemos concluir uma obra que era muito sonhada, a Creche Pró-Infância. Ela foi finalizada graças ao recurso final da educação que foi liberado pela justiça federal por meio da atuação do nosso Fórum”, afirmou Marcélio Costa.
Zema concordou que o modelo de reparação não está dando os resultados necessários e que seu governo está empenhado em rever a forma que as ações estão sendo feitas. “Uma das nossas propostas é usar e até melhorar aquilo que já se usou e provou ser melhor, que é o termo utilizado na tragédia de Brumadinho [...] A Renova pode ter tido uma intenção muito boa, mas ficou muito no assembleísmo, com pouco recurso para quem foi afetado chegando de fato. Então esse é um modelo que precisa ser revisto”, declarou.
O governador ainda ressaltou que a tragédia de Mariana envolve muitas instâncias, inclusive o Governo Federal. “Para esse acordo ser sacramentado está dependendo só do Governo Federal. Minas e Espírito Santo estão totalmente alinhados, tivemos uma mudança na esfera federal que tem atrasado esse processo. É importante que o Fórum se movimente para chamar atenção do Governo Federal, e repito, nós, do Governo do Estado, não estamos medindo esforços para a reparação”, concluiu Zema.
Jornal O Liberal
Região dos Inconfidentes
Nenhum comentário:
Postar um comentário