De acordo com a médica Dra. Nicolly Machado, além das queimaduras que atingiram o dramaturgo, a aspiração de fumaça também contribuiu para a morte
Faleceu nesta quinta-feira (06) em São Paulo o dramaturgo e ator José Celso Martinez Corrêa, conhecido como Zé Celso, aos 86 anos.
Na última segunda-feira (04), o dramaturgo foi hospitalizado e entubado na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), após sofrer queimaduras em aproximadamente 53% do corpo devido a um incêndio em seu apartamento.
O Corpo de Bombeiros foi acionado e mobilizou oito viaturas para combater as chamas. O incêndio teve início por volta das 8h e só foi controlado por volta das 10h, após a evacuação completa do edifício de seis andares. Segundo relatos dos moradores, o fogo teria se originado de um curto-circuito no ar condicionado.
As três outras pessoas presentes no local, incluindo o marido de José Celso, Marcelo Drummond, foram postos sob observação médica.
Morte foi ocasionada por queimaduras e aspiração de fumaça
De acordo com a médica Dra. Nicolly Machado, as queimaduras que atingiram 53% do corpo do dramaturgo contribuíram para a morte, mas a aspiração de fumaça é mais perigosa em casos do tipo.
“As queimaduras decorrentes de incêndio podem comprometer não só a pele, como músculos e órgãos vitais a depender da gravidade e profundidade das lesões térmicas, o que pode levar à morte, mas muitas vezes vem acompanhado de outros fatores, como a intoxicação pela fumaça do incêndio”.
“Em casos como esse, aspirar a fumaça decorrente do incêndio é um dos maiores perigos, pois a inalação de gases tóxicos e produtos da combustão presentes na fumaça pode levar a danos nos pulmões, falta de oxigênio no organismo e intoxicação, podendo resultar em complicações graves, as outras pessoas que estavam no apartamento não tiveram queimaduras graves, mas respiraram a fumaça, o que já foi suficiente para também precisarem de cuidados médicos” Explica Dra. Nicolly Machado.
Quem era Zé Celso
Nascido em 1937 em Araraquara, interior de São Paulo, Zé Celso é reconhecido por sua abordagem excêntrica e ousada ao montar peças de teatro, provocando e interagindo com o público de forma única.
Ele estabeleceu um legado ao criar uma forma experimental, política e sensorial de arte, sempre em diálogo com o seu tempo e outras manifestações artísticas, como música, poesia e audiovisual.
Em junho deste ano, após quase 40 anos de união, ele oficializou sua relação com Marcelo Drummond, de 60 anos, em uma emocionante cerimônia realizada no Teatro Oficina Uzyna Uzona, local que serve como sede da companhia teatral fundada pelo próprio dramaturgo, localizado no coração de São Paulo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário