quarta-feira, 30 de julho de 2014

7 dicas para ser avós modernos

 

Por Rafael Bergamaschi, iG São Paulo

Tentar entender o universo das crianças nascidas no século 21, ter sintonia com os pais e se policiar para não exagerar nos mimos são atitudes recomendadas

Os tempos mudaram. Os 'novos avós' têm 50 anos ou mais, são baby boomers, nascidos entre as décadas de 1950 e 1960, e chegam à maturidade com uma expectativa de envelhecer com mais saúde e qualidade de vida do que as gerações passadas.
Embora a grande maioria já esteja aposentada ou pensando nisso, esses novos 'velhos' não fazem o perfil dos avozinhos de bengala e já meio surdos, que passam o dia na frente da TV. E muitos não só ajudam a família financeiramente, como são parte integrante da criação das crianças.

Mundo Monica Dorin Schumer, psicóloga e terapeuta familiar, com o pai e a mãe trabalhando, é aos avós que, muitas vezes, cabe o papel de cuidar.
Além de abertura para experimentar coisas novas, como ser capaz de usar um computador ou, até, jogar videogame, tanto os vovôs quanto as vovós precisam buscar conhecimento para entender como funcionam essas crianças nascidas no século 21.

A tecnologia e as opções que ela oferece fazem com que o choque de gerações pareça ainda mais intenso. Existem, no entanto, jeitos de diminuir as distâncias e aproximar-se dos netos. Só não vale devolvê-los mimados para os pais.

Confira sete dicas práticas para ser avós modernos:


1. Tente entender um pouco do universo da criança:
“É importante saber do que ela está falando, não pode ignorar”, diz Monica. Se os netos já têm alguns gostos específicos, é essencial procurar saber quais são essas preferências, por mais que o que eles digam possa parecer grego. “Se você vai comprar um presente, por exemplo, tem que ter uma ideia mínima do videogame ou do DVD que ele vai gostar”, exemplifica Monica.

2. Compartilhe um pouco do seu mundo com o neto:
Com certeza era tudo muito diferente na infância dos avós cujos netos nasceram há pouco. Os recursos disponíveis eram outros. Isso não significa, no entanto, que as crianças de hoje não podem desfrutar de brincadeiras e atividades populares em outros tempos. O contato com outras realidade pode, sim, ser bastante proveitoso, como explica Monica. “Isso estimula a criatividade e evita que a criança seja um ‘robozinho’, sempre atuando diante de uma tela”.

Leia: 100 ideias de brincadeiras com crianças até 10 anos

3. Deixe que o casal tenha seu espaço:
Mostrar-se disponível é bem diferente de sufocar os pais da criança com exigências de atenção. Por mais que seja benéfico para a criança o envolvimento dos avós na criação, é preciso ter em mente que boa parte das decisões serão tomadas pelos pais. “Participar da chegada do neto é saber que junto com o bebê também está nascendo uma nova família, um pai e uma mãe”, explica Keila Cristiuma, diretora da Sempre Materna, empresa que ministra cursos voltados para mães e avós.

4. Informe-se sobre o assunto:
Há uma série de livros que abordam o desenvolvimento infantil. Por mais que eles sejam normalmente voltados para as mães de primeira viagem, não há motivo algum para que os avós não desfrutem também de seus ensinamentos. “Como muitas avós passam bastante tempo cuidando das crianças por conta dos trabalhos dos pais, esse tipo de informação é essencial”, explica Monica.


5. Adapte-se às regras estabelecidas pelos pais:
Opinar na criação das crianças é válido, mas é preciso respeitar sempre a autoridade dos pais. “Os avós devem ter bem claro qual é o seu papel na educação da criança e definir antes (e sempre que for necessário) com os pais da criança o que esperam deles”, explica Keila.

6. Dê espaço para a criança crescer:
Durante o desenvolvimento, a criança aprenderá novas habilidades e deixará de precisar da ajuda de adultos para algumas coisas. É importante que os avós aceitem isso e forneçam novos estímulos. “É difícil ver o neto crescer, mas tem que permitir que a criança seja cada vez mais independente”, afirma Monica.

7. Se o neto passará boa parte do tempo com você, acompanhe a mãe na visita ao pediatra:
Se os pais trabalham e é você que passa o dia com as crianças, é possível que tenha informações importantes para ajudar o médico e os pais na hora da consulta. “Você pode ter visto coisas que a mãe não viu e que podem ser valiosas para a avaliação que o pediatra vai fazer”, diz Monica. Além disso, a visita é uma boa oportunidade para tirar as dúvidas que surgem no dia-a-dia. Ofereça-se para acompanhar os pais nessas visitas, sempre tentando valorizar também a presença deles.

iG

terça-feira, 29 de julho de 2014

Cecília Meireles, ou isto ou aquilo

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva ou não se tem sol,

ou se tem sol ou não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
Quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!
Ou guardo dinheiro e não compro doce,
ou compro doce e não guardo dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Cecília Meireles
 

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Você é sincero ou maldoso


Por Simone Cunha , especial para o iG São Paulo
 
Falar tudo o que pensa, doa a quem doer, nem sempre é uma virtude. Veja se você não está exagerando na sinceridade e aprenda a moderar as palavras ao expor sua opinião
A vida não é um tribunal em que é obrigatório dizer somente a verdade. No entanto, muita gente se aproveita deste artifício para alfinetar e até mesmo magoar os outros com a justificativa de que não ter papas na língua é uma grande virtude.

Para o psicólogo Jan Luiz Leonardi, mestre em análise do comportamento pela PUC-SP ser sincero a qualquer custo revela um defeito, o egoísmo – afinal, ninguém é dono da verdade.
“A sinceridade funciona como um medicamento. Na dose certa, é saudável, mas se passar do ponto pode ser um veneno”, diz o especialista.
Daí vem o termo ‘sincericídio’, ato ou efeito de dizer a verdade sem medir as consequências e que, pode sim, ser um verdadeiro tiro no pé.


“A verdade extrema pode gerar afastamento e gerar situações de conflito”, reforça Leonardi.
 Autor do livro ‘Sincericído’(Ed. Ofício das Palavras), Pablo Nobel defende que é fundamental falar a verdade, pois isso é libertador.


“A verdadeira sinceridade precisa ter um olhar de compaixão, mais do que de crueldade”, argumenta o escritor.
Por isso, utilizar-se de palavras ásperas que machucam não é o caminho certo para expressar o que se pensa. Em muitas situações é crucial filtrar o que vai ser dito e, em especial, ter tato na hora de apresentar uma opinião.
“A maldade tem um efeito agressivo, que incomoda e, neste caso, a sinceridade deixa de ser um aspecto positivo”, avalia o psicólogo. Portanto, quem se aproveita disso está, na verdade, indo na contramão dos benefícios que uma palavra sincera pode gerar.
“Ser sincero significa dizer aquilo que pensa e que honestamente pode ajudar a harmonizar, equilibrar e positivar quem e o que quer que seja”, afirma a coach de relacionamento, Margareth Signorelli.
Mas, afinal como ser sincero sem ser maldoso? Sim, existe uma regra até mesmo para dizer a verdade. A proposta é usar o recurso da sinceridade para somar. Por isso, o psicólogo Jan Luiz Leonardi enumera três pontos básicos que podem e devem ser observados


De acordo com Leonardi, ao seguir essa linha é quase certo que a sinceridade irá prevalecer em seu aspecto positivo. Afinal, quem intenciona ser maldoso, não costuma ponderar tais questões.

“É importante ressaltar que uma mentira leve e cuidadosa pode ser mais saudável do que uma verdade sem limites que, com certeza, pode causar mais prejuízos que mudanças”, alerta o psicólogo.

Na prática, antes de sair falando tudo o que pensa, Margareth ensina que é fundamental se questionar: minha sinceridade pode ajudar ou trazer algo de positivo para esta pessoa e para mim? Vou ofendê-la? O que eu ganho com isto? Existe outra maneira de colocar as coisas de modo que a minha opinião contribua para um resultado positivo para ambas as partes?

“Essas são boas medidas para encontrar um equilíbrio, pois em qualquer tipo de relacionamento é importante filtrar os excessos”, sugere Margareth.

Dose certa

Falar a verdade e manter a harmonia nas relações sociais exige jogo de cintura. E, para cada situação, vale uma coisa – o grau de intimidade com o outro também altera o tom da sinceridade. O escritor Pablo Nobel defende: ser sincero é uma maneira de olhar o mundo, e isso tem mais de virtude do que de equívoco.

“É possível dizer a verdade sem magoar e, o melhor, sem subestimar o outro. Ao mentir estou menosprezando a capacidade dele assimilar o que é realmente verdadeiro”, pondera.

Para facilitar, Margareth Signorelli, sugere como se comportar de forma sincera em diferentes âmbitos da vida:

Em família

Dentro dela é sempre mais difícil controlar as opiniões e não ofender. As pessoas crescem juntas e conhecem muito bem as fragilidades de cada um. Neste caso, a melhor maneira é usar o que se sabe não como a ‘carta da manga’ para ser usada a qualquer minuto, mas sim que não deve ser usada nunca. A generosidade de se colocar no lugar do outro deve prevalecer.


No trabalho

Esse ambiente exige atenção dobrada na exposição de opiniões. Aqui, a sinceridade deve ser usada para mostrar quem você é, sua opinião sobre diferentes assuntos, pontuando seus interesses.

Conheça os 10 comportamentos mais insuportáveis no trabalho

Tudo que for dito deve priorizar a melhora do ambiente de trabalho e seu crescimento profissional. Sua opinião passa a ser respeitada a partir do momento em que as pessoas percebem que o que você diz é valioso e, não apenas críticas que não acrescentam nada de positivo no trabalho. É importante ter discernimento para escolher se você quer ser um colaborador ou um fofoqueiro.

No amor

É importante alimentar a franqueza desde o primeiro encontro. Não ter medo de dizer quem é, o que gosta, suas necessidades e seus limites. Ser sincero é ser honesto.

“É muito positivo pontuar coisas como ‘não gostei como você falou comigo na frente das pessoas, por favor, não faça mais isto’. Isso é sinceridade, que une e constrói a confiança necessária em um relacionamento”, diz Margareth.

Nas relações sociais

Interações cotidianas com o vizinho, o porteiro do prédio, o atendente da loja, o caixa da padaria, o cabeleireiro e a manicure, entre outros, exigem generosidade e educação. Você pode dizer o que quer, mas antes pense se você gostaria que isso fosse dito para você. Em muitas ocasiões, respirar fundo e esperar o melhor momento para fazer suas colocações também pode mudar o que ia ser dito e assim amenizar um pouco a forma como você coloca as palavras.

iG

Perda da Carteira de Trabalho(Primeira via)


Minha Agenda

Fatos ocorridos no Ano de 2004, após fechamento da MSG:

Em função da perda da carteira de trabalho, requeri uma segunda via para que fosse colocado o meu tempo de serviço que trabalhei na MSG, período de 1982 até 2003 e a rescisão do contrato.
Requeri a segunda via da carteira de trabalho em fevereiro de 2004.
Assim que ficou pronta a segunda via, fui até a empresa e pedi para que colocassem o tempo de serviço da MSG na carteira nova.
Como passados alguns dias, encontrei a carteira velha em casa e, nela já tinha escritos todos os dados da MSG na carteira, inclusive com a minha rescisão de contrato, devido ao fechamento da empresa, não fui buscar a carteira nova(segunda via), está em Capanema.
Como não estou precisando da carteira nova e, a empresa fechou, ela ficou lá.
Buscarei assim que precisar.

Cristóvão Martins Torres

Nós também entendemos de futebol

A readequação arquitetada pelos novos integrantes da entidade máxima do futebol brasileiro, inclui uma vitrine iluminada na fachada, onde podiam ser contempladas algumas maravilhas para o futebol moderno.
Transformar um futebol da noite para o dia, em símbolo de excelência que tínhamos naqueles tempos atrás, é impossível.
A coisa tem que ser gradativa e devagar, só mudando a comissão técnica não resolve o problema.
O que precisa ser feito é uma mudança de toda a estrutura do futebol brasileiro, começando nas escolas, depois nas estruturas dos clubes e assim sucessivamente.
Porque nossas escolas não fazem torneios de futebol, vôlei, peteca etc, para incentivar o esporte nacional de uma forma geral?
Essa é uma boa pergunta, que realmente não sei responder.
Começando nas escolas, o incentivo à formação do atleta viria com o tempo, quando chegassem nos clubes muitos deles já estariam prontos para iniciar suas carreiras no futebol.
Ao estado caberia estimular o surgimento dessa mentalidade associativa no esporte, valorizando com sua autoridade, corrigindo as insuficiências, exercendo sobre ela um certo controle para lhe evitar os excessos.
Temos tantos políticos que vieram do futebol, muitos eleitos por torcedores, porque não apresentam um projeto nesse sentido, de incentivo ao esporte nas escolas, seguindo o exemplo dos Estados Unidos.
Na troca do técnico, a palma não foi muito calorosa, mas, mesmo entre os que aplaudiram, muitos ficaram se perguntando, afinal de contas, qual seria o verdadeiro significado daquelas palavras que o técnico proferiu quando de sua apresentação.
As interpretações do discurso, ficaram por conta de cada um.
Nós também entendemos de futebol! .

Cristóvão Martins Torres

sábado, 26 de julho de 2014

Cientistas dizem que possuir cão rejuvenesce dono em até 10 anos

16/07/2014 08h12 - ATUALIZADA EM: 16/07/2014 08h24 -  por Redação Marie Claire
                              
Pesquisadores da Escócia afirmam que possuir um pet estimula a prática de atividades físicas, o que evita uma série de doenças

Além de serem os melhores amigos dos seres humanos, os cães são os maiores influenciadores no combate ao envelhecimento. O simples fato de ter um animal rejuvenesce a pessoa em até 10 anos, indicam cientistas da universidade de St Andrews, na Escócia.
"Se você tem um cão em casa, o nível de sua atividade física é equivalente ao de uma pessoa dez anos mais jovem", afirmou o pesquisador Zhiqiang Feng, da universidade, ao jornal britânico "Daily Mail". "Talvez não adicione uma década a sua vida, mas é muito benéfico", contou.
Está provado que permanecer ativo evita uma série de doenças, especialmente as relacionadas com os músculos e ossos.
Fora os benefícios físicos, o cão também influencia na saúde mental. "Na média, em donos de cães há menores níveis de depressão", disse o pesquisador. "O vínculo entre o pet e o dono beneficia a saúde da pessoa em geral".
O estudo, publicado no jornal "Preventive Medicine", reuniu 547 pessoas para avaliar seus movimentos. O resultado mostrou que donos de cães são mais propensos a praticar atividades físicas do que outras pessoas.
 
Globo.com

Bebeto de Freitas acusa Maurício Assumpção de sonegar impostos

Ex-presidente não gosta da ameaça do clube de deixar a Série A e solta o verbo

Por Rio de Janeiro

A notícia de que o Botafogo pode abandonar o Campeonato Brasileiro incomodou alguns ex-dirigentes. Principalmente o ex-presidente Bebeto de Freitas. Mandatário do clube de 2003 a 2008, ele soltou o verbo em entrevista concedida à ESPN. Fez acusações sérias, dizendo que o clube sonegou R$ 95 milhões. Sem citar o nome do atual presidente Maurício Assumpção, foi bem direto em suas críticas.

- Dizer que vai retirar o Botafogo do Campeonato Brasileiro porque o Botafogo está com 100% das suas receitas bloqueadas? Isso é palhaçada, e obviamente ele não é homem para isso. O Botafogo não estaria nessa situação se ele não tivesse sonegado - isso mesmo, sonegado, não é outra palavra - 95 milhões de reais - acusou Bebeto de Freitas à ESPN.

No Botafogo, no entanto, todos têm a certeza de que o presidente Maurício Assumpção não seria capaz de levar a cabo o discurso kamikaze de tirar a equipe do Campeonato Brasileiro por conta da crise financeira, como o dirigente deu a entender em reunião com a presidente Dilma Roussef em Brasília, na última sexta-feira. Deixar de disputar a Série A poderia até evitar novas perdas econômicas, mas representaria um prejuízo incalculável para o clube do ponto de vista técnico. Além de ser rebaixado, o Alvinegro correria o risco de até mesmo ser desfiliado da CBF. Mas a ameaça de deixar a competição mexeu com Bebeto de Freitas.

- Isso me causou um, não sei, vou te falar do meu jeito, não sei falar essas p... Estou abalado, bota o que você quiser, estou surpreso com a cara de pau desse presidente, não cito nem o nome. Portanto, se ele não tivesse sonegado em nome do Botafogo de Futebol e Regatas, um clube centenário, se ele não tivesse sonegado, o Botafogo não estaria na atual situação que está.

Com 100% das receitas bloqueadas, o Botafogo ficou sujeito a penhoras depois de ter sido excluído do Ato Trabalhista, que permitia o parcelamento de suas dívida fiscais sem que houvesse retenção de seus ganhos. Assim, jogadores estão há cinco meses sem receber direitos de imagem, por exemplo.

Globo.com

7 dicas para ser avós modernos

Por Rafael Bergamaschi, iG São Paulo

Tentar entender o universo das crianças nascidas no século 21, ter sintonia com os pais e se policiar para não exagerar nos mimos são atitudes recomendadas

Os tempos mudaram. Os 'novos avós' têm 50 anos ou mais, são baby boomers, nascidos entre as décadas de 1950 e 1960, e chegam à maturidade com uma expectativa de envelhecer com mais saúde e qualidade de vida do que as gerações passadas.
Embora a grande maioria já esteja aposentada ou pensando nisso, esses novos 'velhos' não fazem o perfil dos avozinhos de bengala e já meio surdos, que passam o dia na frente da TV. E muitos não só ajudam a família financeiramente, como são parte integrante da criação das crianças.

Mundo Monica Dorin Schumer, psicóloga e terapeuta familiar, com o pai e a mãe trabalhando, é aos avós que, muitas vezes, cabe o papel de cuidar.
Além de abertura para experimentar coisas novas, como ser capaz de usar um computador ou, até, jogar videogame, tanto os vovôs quanto as vovós precisam buscar conhecimento para entender como funcionam essas crianças nascidas no século 21.

A tecnologia e as opções que ela oferece fazem com que o choque de gerações pareça ainda mais intenso. Existem, no entanto, jeitos de diminuir as distâncias e aproximar-se dos netos. Só não vale devolvê-los mimados para os pais.

Confira sete dicas práticas para ser avós modernos:


1. Tente entender um pouco do universo da criança:
“É importante saber do que ela está falando, não pode ignorar”, diz Monica. Se os netos já têm alguns gostos específicos, é essencial procurar saber quais são essas preferências, por mais que o que eles digam possa parecer grego. “Se você vai comprar um presente, por exemplo, tem que ter uma ideia mínima do videogame ou do DVD que ele vai gostar”, exemplifica Monica.

2. Compartilhe um pouco do seu mundo com o neto:
Com certeza era tudo muito diferente na infância dos avós cujos netos nasceram há pouco. Os recursos disponíveis eram outros. Isso não significa, no entanto, que as crianças de hoje não podem desfrutar de brincadeiras e atividades populares em outros tempos. O contato com outras realidade pode, sim, ser bastante proveitoso, como explica Monica. “Isso estimula a criatividade e evita que a criança seja um ‘robozinho’, sempre atuando diante de uma tela”.

Leia: 100 ideias de brincadeiras com crianças até 10 anos

3. Deixe que o casal tenha seu espaço:
Mostrar-se disponível é bem diferente de sufocar os pais da criança com exigências de atenção. Por mais que seja benéfico para a criança o envolvimento dos avós na criação, é preciso ter em mente que boa parte das decisões serão tomadas pelos pais. “Participar da chegada do neto é saber que junto com o bebê também está nascendo uma nova família, um pai e uma mãe”, explica Keila Cristiuma, diretora da Sempre Materna, empresa que ministra cursos voltados para mães e avós.

4. Informe-se sobre o assunto:
Há uma série de livros que abordam o desenvolvimento infantil. Por mais que eles sejam normalmente voltados para as mães de primeira viagem, não há motivo algum para que os avós não desfrutem também de seus ensinamentos. “Como muitas avós passam bastante tempo cuidando das crianças por conta dos trabalhos dos pais, esse tipo de informação é essencial”, explica Monica.


5. Adapte-se às regras estabelecidas pelos pais:
Opinar na criação das crianças é válido, mas é preciso respeitar sempre a autoridade dos pais. “Os avós devem ter bem claro qual é o seu papel na educação da criança e definir antes (e sempre que for necessário) com os pais da criança o que esperam deles”, explica Keila.

6. Dê espaço para a criança crescer:
Durante o desenvolvimento, a criança aprenderá novas habilidades e deixará de precisar da ajuda de adultos para algumas coisas. É importante que os avós aceitem isso e forneçam novos estímulos. “É difícil ver o neto crescer, mas tem que permitir que a criança seja cada vez mais independente”, afirma Monica.

7. Se o neto passará boa parte do tempo com você, acompanhe a mãe na visita ao pediatra:
Se os pais trabalham e é você que passa o dia com as crianças, é possível que tenha informações importantes para ajudar o médico e os pais na hora da consulta. “Você pode ter visto coisas que a mãe não viu e que podem ser valiosas para a avaliação que o pediatra vai fazer”, diz Monica. Além disso, a visita é uma boa oportunidade para tirar as dúvidas que surgem no dia-a-dia. Ofereça-se para acompanhar os pais nessas visitas, sempre tentando valorizar também a presença deles.

iG

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Trechos de uma carta inédita de Rubem Alves

 
"Sou grato pela minha vida. Não terei últimas palavras a dizer. As que tinha para dizer, disse durante a minha vida. Recebi Muito. Fui muito amado. Tive muitos amigos. Plantei árvores, fiz jardins. Construí fontes, escrevi livros. Tive filhos, viajei, experimentei a beleza, lutei pelos meus sonhos. Que mais pode um homem desejar? Procurei fazer aquilo que meu coração pedia."

"Não tenho medo da morte, embora tenha medo do morrer. O morrer pode ser doloroso e humilhante, mas à morte, eis uma pergunta. Voltarei para o lugar onde estive sempre, antes de nascer, antes do Big Bang? Durante esses bilhões de anos, não sofri e não fiquei aflito para que o tempo passasse. Voltarei para lá até nascer de novo."

Rubem Alves

Adolescente precisa saber o valor do dinheiro para não se tornar consumista

Adolescente precisa saber o valor do dinheiro para não se tornar consumista

Por Tariana Hackradt - especial para o iG São Paulo

Fase em que a autoafirmação se torna mais presente, adolescência pede atenção dos pais aos hábitos de consumo dos filhos e sinceridade para falar sobre finanças

Roupas caras, tênis importados, aparelhos eletrônicos novos. Adolescentes costumam ter muitos objetos de desejo, mas nem sempre é possível – e recomendado – ceder aos pedidos e comprá-los. É justamente nessa fase da vida que nasce uma necessidade de pertencimento a um grupo e refletir um estilo de vida que nem sempre condiz com a realidade da família.

Precisamos ensinar aos nossos filhos que eles terão as coisas se for merecido ou se, naquele momento, os pais possuírem condições financeiras para fazer a aquisição”, explica psicóloga
“Quem tem filhos sabe o quanto é difícil administrar os pedidos de presentes, questão que se complica ainda mais quando a lista dos desejos de consumo chega aos itens mais caros”, afirma Graça Miquelutti Camargo, psicóloga clínica. “Na maioria das vezes, desde a infância, recebe-se informações de promoções voltadas aos seus interesses. Neste cenário, é natural que o jovem queira ter tudo. O papel da família é avaliar a condição financeira, e o mais importante: saber se ele deve ter aquilo”, completa.

Para Silvia Sá, gerente de Educação do Instituto Akatu – Consumo Consciente para um Futuro Sustentável, a família é quem vai mostrar valores e caminhos que a criança e o adolescente precisam seguir. “Na adolescência, há uma quebra, é um momento de tentar decidir escolhas próprias. Nesse cenário de amadurecimento, de mudança de personalidade, é importante falar de consumo. Hoje, a sociedade estimula muito o exagero, como se consumir mais levasse a um padrão de vida melhor.”

Sacolas de compra

A produtora Tatiane Valentim Vasconcelos dos Santos, 30, notou uma mudança de comportamento na filha, Thaísa, 13, há cerca de três anos. “Comecei a perceber hábitos consumistas quando o passeio ao shopping não era legal se não voltássemos para casa com, pelo menos, uma sacola de loja. Escuto sempre as conversas dela ao telefone com as amigas, e, no assunto, tem sempre aquele momento em que uma diz a outra o que comprou, vai comprar ou quer comprar”, diz. “Acredito que isso aconteça porque os adolescentes precisam sentir que são comentados na escola, por exemplo, e buscam esse reconhecimento por meio de roupas, tênis de marca e celular de ultima geração”, acrescenta.

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Lidar com essa virada exige paciência e diálogo, ferramentas poderosas que os pais possuem. “É interessante que estes limites sejam construídos ainda na infância. Assim, precisamos ensinar aos nossos filhos que eles terão as coisas se for merecido ou se, naquele momento, os pais possuírem condições financeiras para fazer a aquisição”, explica a psicóloga Letícia Guedes.

E, no caso da impossibilidade de compra por motivos financeiros, o conselho de Graça é apostar sempre na sinceridade. Segundo a psicóloga, os pais devem ser sinceros para que o filho entenda a situação. Os adolescentes não precisam ser excessivamente protegidos dos problemas financeiros da família.

Escolhas

Tatiane lembra um episódio recente, em que, à base de muita conversa, conseguiu convencer a filha a abrir mão de comprar um tênis só pela marca. “Ela precisa de um par de tênis novos e queria um de uma marca de surf porque alguns amigos da escola tinham. O problema é que o valor dele era suficiente para comprar dois de outra marca. Tive de conversar muito, deixei que ela provasse o tênis que queria para que visse que era semelhante ao mais barato e expliquei que, em vez de ganhar um, ela poderia ter dois pares se abrisse mão da marca.”

Para não se tornar um consumista frenético, de acordo com as especialistas, é preciso aprender o valor das coisas e perceber o seu próprio, entendendo que, para fazer parte de um grupo, não precisa ser igual a todos.

Jovem responsável

Mostrar ao jovem o valor do dinheiro, discutindo com ele o que de fato é importante, pode ser a porta de entrada para uma reflexão mais ampla. “Uma questão que pode ser trabalhada com o adolescente é: ‘Quer ter mais coisas ou viver melhor?’ É importante trazer essa reflexão para o jovem, para que ele veja que a escolha de estilos mais sustentáveis é um caminho possível. A questão não é não consumir, porque consumir faz parte da nossa vida. A questão é o que escolhe consumir, para que consome, o que isso traz de valores e benefícios para além do uso imediato”, defende Silvia.

A gerente do Akatu vai mais longe e afirma que também é preciso colocar uma corresponsabilidade para o jovem. “A gente não precisa ficar repetindo o que é certo ou errado, mas pode oferecer possibilidades de escolha e mostrar que ele é responsável. Definir um orçamento ou uma mesada e deixar que ele escolha dentro desse limite. Isso é importante para a formação financeira do jovem e vai levá-lo a pensar: ‘Vou comprar o supercaro e ficar sem dinheiro? Ou um mais barato, que também acho legal, e consigo fazer outras coisas? Ele se responsabiliza pelas escolhas”, reflete.

Perigo

Letícia explica que, quando o adolescente começa a se prejudicar com esses hábitos consumistas, o alerta vermelho dos pais deve ser ligado. “Por exemplo, quando ele passa a não comer o lanche da escola para comprar aquilo que deseja. Abusos e privações deste tipo não são legais e são alguns dos sinais que mostram que os pais precisam ter cautela.”

Sempre de olho nas compras da filha, Tatiane tenta ensinar à ela o valor do dinheiro. “Não dou tudo o que ela quer e, sim, o que é necessário e está ao meu alcance. Tento aconselhá-la no sentido de que não é porque ela não está usando o que todos usam que os outros são melhores do que ela, e que, para ser feliz, não é necessário ter tudo o que os outros têm”, diz.

iG

A obsessão pelo melhor

 Leila Ferreira

 Estamos obcecados com "o melhor". Não sei quando foi que começou essa mania, mas hoje só queremos saber do "melhor".
Tem que ser o melhor computador, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor dieta, a melhor operadora de celular, o melhor tênis, o melhor vinho. Bom não basta. O ideal é ter o top de linha, aquele que deixa os outros pra trás e que nos distingue, nos faz sentir importantes, porque, afinal, estamos com "o melhor". Isso até que outro "melhor" apareça e é uma questão de dias ou de horas até isso acontecer. Novas marcas surgem a todo instante.
Novas possibilidades também. E o que era melhor, de repente, nos parece superado, modesto, aquém do que podemos ter.


O que acontece, quando só queremos o melhor, é que passamos a viver inquietos, numa espécie de insatisfação permanente, num eterno desassossego. Não desfrutamos do que temos ou conquistamos, porque estamos de olho no que falta conquistar ou ter. Cada comercial na TV nos convence de que merecemos ter mais do que temos. Cada artigo que lemos nos faz imaginar que os outros (ah, os outros...) estão vivendo melhor, comprando melhor, amando melhor, ganhando melhores salários. Aí a gente não relaxa, porque tem que correr atrás, de preferência com o melhor tênis.


Não que a gente deva se acomodar ou se contentar sempre com menos. Mas o menos, às vezes, é mais do que suficiente.
Se não dirijo a 140, preciso realmente de um carro com tanta potência? Se gosto do que faço no meu trabalho, tenho que subir na empresa e assumir o cargo de chefia que vai me matar de estresse porque é o melhor cargo da empresa? E aquela TV de não sei quantas polegadas que acabou com o espaço do meu quarto?
O restaurante onde sinto saudades da comida de casa e vou porque tem o "melhor chef"? Aquele xampu que usei durante anos tem que ser aposentado porque agora existe um melhor e dez vezes mais caro? O cabeleireiro do meu bairro tem mesmo que ser trocado pelo "melhor cabeleireiro"?


Tenho pensado no quanto essa busca permanente do melhor tem nos deixados ansiosos e nos impedido de desfrutar o "bom" que já temos. A casa que é pequena, mas nos acolhe. O emprego que não paga tão bem, mas nos enche de alegria. A TV que está velha, mas nunca deu defeito. O homem que tem defeitos (como nós), mas nos faz mais felizes do que os homens "perfeitos". As férias que não vão ser na Europa, porque o dinheiro não deu, mas vai me dar à chance de estar perto de quem amo... O rosto que já não é jovem, mas carrega as marcas das histórias que me constituem. O corpo que já não é mais jovem, mas está vivo e sente prazer.


Será que a gente precisa mesmo de mais do que isso? Ou será que isso já é o melhor e na busca do "melhor" a gente nem percebeu?

 
Leila Ferreira / Jornalista Mineira

quinta-feira, 24 de julho de 2014

O pássaro encantado

Por Milene Costa



Um pássaro usou as palavras para encantar nossa mente e coração, pois realidade demais endurece.


Não poderia deixar de externar minha profunda gratidão a esse pássaro encantado chamado Rubem Alves. O conheci na faculdade, li muitos livros seus sobre temas de religião, devorei seus pensamentos sobre espiritualidade e amor, me encantei com sua opinião sobre Deus – “um mar que se compreende, não passa de um aquário” – e fui desafiada por sua concepção de solidão – “muitos podem ser bons companheiros. Mas, para me amar, é preciso amar minha solidão”.

 

O último livro de sua autoria que li, há cerca de um ano atrás, foi “Cantos do pássaro encantado”, uma descrição belíssima a respeito do amor em suas alegrias e tristezas, uma abordagem sobre a vida, morte e ressurreição do maravilhoso sentimento de amar. Com Rubem Alves, descobri que é necessário permitir que o coração e a mente viagem por terras e ares desconhecidos. E que brincar é viver, algo que ainda preciso aprender.

 

Minha gratidão se deve à oportunidade que tive de devorá-lo através dos livros. Sim, ele dizia que precisamos aprender o processo da antropofagia – a arte de comer a carne humana, que os civilizados definiram para os canibais. Na visão dos canibais, comer a carne humana significa comer sua alma, seus sentimentos, seus pensamentos. Significa absolver sua alma. Talvez precisemos aprender a comer a alma, os sentimentos e os pensamentos dos outros para, assim, vivermos melhor.

 

O pássaro voou, mas não perdeu o seu encanto. Como os africanos que festejaram o fato de terem conhecido Mandela, no dia de sua morte, eu festejo com um profundo agradecimento o fato de ter conhecido e devorado, por meio de suas palavras, Rubem Alves. Ainda quero ser um pássaro que, todos os dias, deixe um peso pra trás para conseguir voar mais alto e mais leve. Obrigada vida por esse presente!
 
Rubem Alves

Morre o escritor Ariano Suassuna

Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas.
Ariano Suassuna


Não sou nem otimista, nem pessimista. Os otimistas são ingênuos, e os pessimistas amargos. Sou um realista esperançoso. Sou um homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo. Sonho com o dia em que o sol de Deus vai espalhar justiça pelo mundo todo.
Ariano Suassuna


Que é muito difícil você vencer a injustiça secular, que dilacera o Brasil em dois países distintos: o país dos privilegiados e o país dos despossuídos.
Ariano Suassuna


A morte de Ariano Suassuna, aos 87 anos, no Recife, priva a sociedade brasileira de um personagem ao mesmo tempo singular e polêmico: escritor, teórico, homem de um nacionalismo apaixonado e de uma aversão epidérmica às influências estrangeiras na cultura nacional. Um escritor de grande ambição artística e de fina e metódica construção literária. E um professor/palestrante tão entusiasmado e hábil em tecer causos que bem poderia ser chamado de "showman" – se esse termo tão estrangeiro não fosse, com certeza, desagradar o próprio Ariano, que certa vez disse, textualmente, em Porto Alegre:

– Para mim essa coisa de Xô era a palavra que a gente usava para espantar galinha.

Pode-se dizer que Ariano Suassuna foi um escritor que teve sua vida – e sua obra, em consequência – drasticamente transformada pela História do Brasil. Ele nasceu em 16 de junho 1927, em Nossa Senhora das Neves, o nome de então da capital da Paraíba, quando seu pai, João Suassuna, era presidente do Estado. Três anos depois, já fora do governo, João foi morto durante as tensões políticas que se seguiram ao assassinato de seu sucessor João Pessoa, em 3 de outubro. O crime, passional, foi usado como estopim político para deflagrar a revolução que levaria Getúlio Vargas ao poder. Por boatos de seu suposto envolvimento na morte de João Pessoa, João Suassuna, de uma fação política oposta à de João Pessoa, foi assassinado no dia 9 de outubro de 1930, no Rio.

Com a morte do patriarca, a família Suassuna se mudou para Taperoá, no Sertão dos Cariris paraibano, em 1933. Ali, o menino Ariano teve contato pela primeira vez com as manifestações tradicionais nordestinas (como cantadores, autos e violeiros) que seriam um dos eixos estruturantes de toda sua obra. Na adolescência, Ariano mudou-se para Recife, capital de Pernambuco, onde completou os estudos secundários e começou a estudar direito. Também foi ali que começou a participar dos primeiros encontros com os círculos artísticos locais. Sua primeira obra, a tragédia Uma Mulher Vestida de Sol, veio a público em 1947, quando o então jovem escritor contava 20 anos. Na peça, já despontavam os elementos que dariam coesão à obra de Suassuna pelas décadas seguintes: o casamento de referências da cultura erudita com as manifestações populares (o romanceiro nordestino, no caso de Uma Mulher Vestida de Sol).

Suassuna alcançou a consagração em 1955, com a estreia de O Auto da Compadecida, até hoje sua obra mais conhecida. A peça recebeu o prêmio da Associação Brasileira de Críticos de Teatro naquele ano e se tornou um dos espetáculos mais populares do teatro nacional – foi adaptado para o cinema com sucesso em duas ocasiões, com os Trapalhões interpretando a peça, em 1987, com direção de Roberto Farias, e em 1999, dirigida por Guel Arraes primeiro como minissérie para a TV Globo e, no ano seguinte, lançada como longa-metragem nos cinemas. Com o sucesso da peça e a publicação, em 1956, de seu primeiro romance, A História de Amor de Fernando e Isaura, Suassuna abandona de vez a carreira de advogado para assumir a cátedra de Estética na Universidade Federal de Pernambuco.
Suassuna a partir daí começa a alternar um ativo papel como agitador da cultura nordestina, em paralelo com sua produção ficcional. Em 1959, funda, com o romancista e dramaturgo Hermilo Borba Filho, o Teatro Popular do Nordeste, embrião do que viria a ser, em 1970, o Movimento Armorial, também capitaneado por ele. A proposta estética do Movimento Armorial era a de revisitar símbolos, sons, manifestações artísticas apropriados pela cultura popular brasileira, mas que remontam à cultura barroca ibérica. O objetivo era criar uma "forma de arte erudita baseada nas raízes populares da cultura brasileira".

Trabalhando na teoria e na prática, Suassuna apresentou, no ano seguinte, em 1971, seu grande Romance da Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai e Volta. O romance é vagamente inspirado em uma guerrilha sebastianista que se autoproclamou "reino independente" na primeira metade do século 19, na região de Pedra Bonita, na divisa entre Pernambuco e Paraíba. O episódio histórico é apenas o pretexto para uma delirante conjunção de arte universal e popular, bebendo na fonte do cordel, de romances policiais baratos, das lendas da Távola Redonda, do Quixote de Cervantes. Aprisionado por um crime, o narrador Dom Pedro Dinis Quaderna narra sua história até ali e as desventuras de sua família, na qual avulta a figura mítica do "rei castanho" – uma forma de Suassuna expressar na ficção o trauma de vida inteira da ausência do próprio pai.

Além de escritor, Suassuna esteve três vezes à frente de secretarias estaduais em Pernambuco. Foi Secretário de Educação e Cultura de 1975 a 1978; e de Cultura entre 1995 e 1998 (no governo Miguel Arraes) e assessor especial do governo de Eduardo Campos a partir de 2007. Foi eleito em 1989 para a cadeira de nº 32 da Academia Brasileira de Letras, na sucessão de Genolino Amado. O patrono da cátedra é Araújo Porto Alegre.

Ao longo das últimos três décadas, Suassuna esteve dedicado à redação de um romance que, de passagem pela Jornada de Literatura de Passo Fundo, em 2005, definiu como a expressão total de seus interesses artísticos. Um livro que pretendia juntar gravura, cordel, teatro, poesia, prosa, repente, para contar a história da formação do povo brasileiro por quatro pontos de vista alegóricos: o de personagens que representam etnias fundamentais da nação. São eles um português, um índio, um negro e um semítico, referência às populações árabes e judaicas que tiveram grande influência na cultura nordestina. Uma obra de proporções monumentais que ele chamava, por isso mesmo, de "o livrão". Em março deste ano, Suassuna anunciou que um episódio desse grande livro seria publicado como uma obra autônoma, O Jumento Sedutor, um texto que transplanta A Metamorfose de Lúcio, de Apuleio, para o Nordeste.

Notícias  - Zero Hora

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Cientistas estudam a fórmula do talento

Psicólogos americanos debatem influência da prática e do dom natural no desempenho de elite

Há muito tempo os cientistas discutem sobre as contribuições relativas de prática e talento natural para o desenvolvimento do desempenho de elite. Esse debate avança para um lado e para o outro a cada século, mas um estudo publicado na edição atual do periódico "Psychological Science" ilustra em que pé se encontra o debate e dá dicas – mais tentadoramente para quem deseja dar o máximo – de que caminho a pesquisa vai seguir.

O debate sobre o valor da prática chegou a um impasse. Em estudo histórico com músicos em 1993, a equipe de pesquisa chefiada por K. Anders Ericsson, psicólogo agora na Universidade Estadual da Flórida, constatou que o tempo dedicado ao treino explicava quase toda a diferença (perto de 80%) entre os musicistas de elite e os amadores dedicados. A descoberta ecoou rapidamente pela cultura popular, talvez de forma mais visível como a inspiração aparente para a "regra das dez mil horas" no best-seller "Fora de Série", de Malcolm Gladwell – média aproximada da quantidade de tempo exigido para o desempenho de um especialista.

Prática deliberada

O novo estudo, a revisão mais abrangente de pesquisa relevante até agora, tira outra conclusão. Compilando resultados de 88 estudos sobre uma ampla gama de habilidades, a pesquisa estima que o tempo dedicado ao treino explique de 20 a 25% da diferença no desempenho em música, esportes e jogos como xadrez. No mundo acadêmico, o número é bem mais baixo – 4% – em parte porque é mais complicado avaliar o efeito de conhecimento anterior, asseguram os autores.

Leia também: 

"Descobrimos que, sim, a prática é importante, e, é claro, absolutamente necessária para se conquistar a perícia", disse Zach Hambrick, psicólogo da Universidade Estadual do Michigan e coautor do estudo, com Brooke Macnamara, agora na Universidade Case Western Reserve, e Frederick Oswald, da Universidade Rice. "Porém, ela não é tão importante como muitas pessoas afirmam" na comparação com quem tem o dom de nascença.

Uma dessas pessoas, Ericsson, já havia escrito sua resenha a respeito da nova pesquisa. Ele destaca que o estudo usa uma definição de treino que envolve uma variedade de atividades relacionadas, tais como tocar música ou praticar esportes por diversão ou em conjunto.

Já seus estudos se concentraram no que chama de prática deliberada: aulas individuais nas quais um professor pressiona continuamente um estudante, oferece críticas e avaliações de imediato e se concentra em pontos fracos.

"Se você misturar todas essas práticas numa grande sopa, é claro que vai reduzir o efeito da prática deliberada", afirmou em entrevista.

Hambrick declarou que utilizar a definição de prática de Ericsson não mudaria muito os resultados, se que é teria algum efeito, e partidários dos dois lados da questão defenderam suas posições. Como se dá com a maioria das áreas do debate entre o dom e o treino, este também produziu vários campos, cujas estimativas dos efeitos do treinamento variam em até 50%.

"Estamos falando de coisas diferentes", disse Scott Barry Kaufman, psicólogo da Universidade da Pensilvânia e diretor científico do Imagination Institute, que financia pesquisa sobre criatividade. E como o desempenho de elite demora anos para ser conquistado, a contribuição exata do treinamento talvez nunca seja descoberta com precisão.



Idade importa?

Entretanto, a gama de descobertas e o nível de discordâncias são pistas de que provavelmente existam fatores envolvidos na formação da perícia que não estão nem relacionados com a genética nem com a quantidade de tempo dedicado.

Um desses fatores é a idade com que a pessoa pega um violino, uma bola de basquetebol ou um idioma. Pessoas que crescem em famílias bilíngues integram por completo os dois idiomas ao mesmo tempo em que as áreas especializadas no idioma estão se desenvolvendo no cérebro. O mesmo pode se aplicar a tantas outras capacidades – pode existir um período crítico de aprendizagem na infância que prepare o cérebro para, posteriormente, aprender habilidades com velocidade.

Outros fatores são muito mais fáceis de controlar. Por exemplo, os cientistas demonstraram que o desempenho em si é uma forma especialmente poderosa de treinamento. Um dos estudos que a revisão de dados inclui descobriu que os mestres enxadristas com habilidades similares contavam com uma diferença muito grande na quantidade de horas que teriam estudado, de três mil a mais de 25 mil.

"Se prestarmos atenção podemos concluir que jogar em torneios, sob pressão, é um fator importante", afirmou Hambrick.

O conteúdo da prática isolada é outro. Em dezenas de experiências, os cientistas demonstraram que misturar habilidades relacionadas numa única sessão de treino – material novo e antigo, escalas e improvisação, nado crawl e costas – parecem aprimorar cada capacidade mais rapidamente do que se ela fosse praticada repetidamente sozinha. As pesquisas também sugerem que trocar o lugar e a hora do treino pode ajudar no caso de determinadas habilidades.

"A pergunta é: qual a melhor forma de treinamento na área em que se deseja adquirir capacitação?", afirmou Ericsson. "São estas as coisas que agora estamos começando a estudar, em áreas como formação médica".

Na verdade, o tempo de prática é fundamental, e sua contribuição para a perícia acumulada provavelmente deve variar de um campo para outro, como constatou o novo estudo. A personalidade também é uma variável enorme, ainda que parcialmente genética. "Coisas como determinação, motivação e inspiração – aquela habilidade de imaginar a conquista desse nível elevado, de fantasiar a seu respeito – ainda são aspectos dos quais poucos sabemos, e que precisamos estudar mais diretamente", explicou Kaufman.


No fim das contas, no entanto, o fator mais importante sobre o qual as pessoas têm controle – a escolha entre jogar bola, correr ou decorar um roteiro – pode não ser o quanto elas treinam, mas a eficácia com que utilizam esse tempo.

iG

segunda-feira, 21 de julho de 2014

O jogo que quase ninguém vê!!! E que precisamos virar!!!

 Discurso do Senador Cristovam Buarque
Plenário do Senado Federal
09/Julho/2014
Desculpe, David Luiz
*Por Cristovam Buarque

                       O Brasil é um País privilegiado. Sabemos do privilégio na natureza e nas características do povo, mas tem um privilégio na história: o fato de que não termos traumas que outros países têm nas suas histórias. Nunca perdemos uma guerra, nem nunca nos rendemos. A Alemanha sofreu duas derrotas e rendições em um mesmo século. A França que foi invadida e ocupada durante quatro anos pelo exército alemão. Os Estados Unidos tiveram uma traumática guerra civil e presidentes assassinados. Nossos traumas se resumem ao suicídio de um presidente, e perda da Copa do Mundo para o Uruguai, no último minuto, 64 anos atrás. 
                       Agora, neste 8 de julho de 2014, ficamos com a sensação de um grande trauma nacional por causa da desastrosa derrota por 7 a 1 que nossa seleção sofreu diante da Alemanha.
Por sermos o país do futebol, por termos este esporte entrando na alma de nosso povo, e por sermos atualmente bons, os melhores historicamente, nós temos a razão de sentirmos o trauma com a derrota da seleção ontem. O que surpreende é como não temos outros traumas.
                      Por exemplo, estamos profundamente abatidos no Brasil inteiro porque perdemos de 7 a 1 para a Alemanha, mas jamais nos lembramos de que a Alemanha teve 103 Prêmios Nobel e nós nenhum.
Com toda a tristeza que sinto pelo fato de termos sido derrotados, e com um escore tão grande, do ponto de vista do interesse nacional, do ponto de vista das consequências para o futuro, é muito mais grave para o futuro do País o fato de estarmos perdendo para a Alemanha de 103 a zero, no campeonato de Prêmio Nobel.
                      Nós não nos traumatizamos, no dia 14 de março de 2013, quando foi divulgado o IDH (Índice de Desenvolvimento Humanodo Brasil, que nos deixou em 85º lugar, entre 106 países analisados. Entre estes países estão alguns dos mais pobres do mundo, os 106 ficamos em 85º – quase lanterninha –, e não nos traumatizamos. E nós nos traumatizamos por sermos o quarto ou até o terceiro em futebol, dependendo do resultado do jogo no próximo sábado. O mundo inteiro disputou para ter seus times na COPA. Foram selecionados 31 e nós fomos disputar com eles. Apenas 32 foram selecionados como os melhores. Aos poucos foram sendo eliminados. O nosso chegou ao último estágio, que são os quatro finalistas. Não chegamos à finalíssima, mas chegamos à anterior. Na pior das hipóteses, sairemos dessa Copa como a quarta melhor seleção de futebol do mundo. E o Brasil está de luto, num sofrimento que dói na gente, sobretudo quando vemos as crianças que choraram no estádio e nas ruas pela derrota que elas não esperavam. Nem entendem.
Mas não nos traumatizamos no dia 3 de dezembro de 2013, quando foi divulgada a classificação do Brasil na educação, entre 65 países, e ficamos em
58º. Uma avaliação que analisa 65 países, feita pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, da Europa, deixa-nos em 58º, entre 65 e não houve nenhum trauma naquele 4 de dezembro, dia seguinte à divulgação do resultado. Este campeonato que não gerou qualquer tristeza, mas suas consequências para o Brasil são muito mais trágicas, do que o resultado do jogo contra a Alemanha.
                    Nós não tivemos o menor constrangimento, o menor trauma, a menor tristeza, quando, no dia 1º de março de 2011, a Unesco divulgou a sua classificação da educação para 128 países, e nos colocou em 88º. Ou seja, um dos piores.
E, quando falamos em 128 países, estamos incluindo os mais pobres do mundo, não nos comportamos apenas com países da elite educacional, não foram apenas os BRICS, nem apenas os emergentes: Temos toda a razão emocional de estarmos tristes por termos sido excluídos da finalíssima decisão de quem será o campeão deste ano. Temos toda a razão de estarmos tristes, porque ainda não foi este ano que ganhamos o hexa, mas também precisamos ficar tristes com as outras nossas classificações: na educação, na saúde publica, na violência, no quadro social.
                    Todo o direito à tristeza, mas não esqueçamos as outras razões para sofrer também, até porque são essas outras razões de sofrimento que nos levariam a superar os nossos problemas e construir um futuro que nos vem sendo negado há séculos.
                     Precisamos ver, nessa derrota como jogador David Luiz no final do jogo, quando ainda dentro do campo, pela televisão, chorando, disse o seguinte: “Desculpa, por não ter feito vocês felizes nesta hora”. Veja a que grandeza: ele não disse que estava triste por não ser campeão do mundo. Estava triste por não ter feito a nós, os brasileiros, felizes nessa hora. E continuou “Mas aqui tem um cidadão disposto a ajudar a todos”, Ou seja, a derrota foi de um jogo, não foi a derrota de uma história.   E continua:  “Eu só queria dar alegria para o meu povo que sofre tanto por tanta coisa”.

Esse sentimento vindo dele, confesso, me surpreendeu, quando ele lembra: “queria dar uma alegria para esse povo que sofre tanto, por tanta coisa”. E ele diz: “Queria pedir desculpa”, “só queria fazer meu povo sorrir pelo menos no futebol”. Veja que sentimento esse rapaz teve. Sair daquela derrota chorando e lembrar-se do povo, lembrar-se do sofrimento do povo e lembrar-se, como ele diz, de o povo sorrir, pelo menos no futebol. “Porque já sofre tanto por tanta coisa”
                      O sofrimento não fica restrito ao futebol mas é o sofrimento do futebol que traumatiza. Os demais são tolerados, ignorados, por serem banalizados. Por isso não damos tanta importância aos demais sofrimentos e não fazemos o dever de casa para consertar o resto ganhar outras copas. Não estamos jogando para sermos campeões mundiais na educação, para sermos campeões mundiais no saneamento, para sermos campeões mundiais, por exemplo, na paz das cidades. Embora fracassada, fazemos o dever de casa, para sermos competitivos no futebol, mas não estamos fazendo o dever de casa para o Brasil ser melhor, mais eficiente, mais justo, e não percebemos este fracasso. Por isso não sofremos, diante dos males banalizados. Sofremos porque o Brasil não é campeão mundial de futebol este ano – já foi cinco vezes –, mas não sofremos porque não estamos fazendo um Brasil melhor.
                       Quando vi o David Luiz pedindo desculpas, pensei: quem devia estar ali pedindo desculpas éramos nós os Senadores, os Deputados, os Ministros, os Governadores, a Presidente da República, porque somos nós que estamos em campo para fazer um Brasil melhor. Nós somos a seleção brasileira da política para a definição dos rumos do País. E nem ao menos lembramos que o papel do político é eliminar os entulhos que dificultam o caminho das pessoas à busca de sua felicidade pessoal. Eles estavam em campo para fazer o Brasil campeão. Nós estamos em campo para fazer um Brasil melhor e não estamos conseguindo chegar nem ao quarto, nem ao décimo, nem ao vigésimo, nem ao quinquagésimo lugar. Estamos chegando ao octogésimo quinto no Índice de Desenvolvimento Humano, octogésimo oitavo na educação. Estamos perdendo de 103 a zero em Prêmio Nobel para a Alemanha.
                       O mais importante para o futuro do País não é o campeonato de futebol, embora esse toque mais na alma da gente, o maior campeonato que estamos perdendo são as condições sociais, as possibilidades de eficiência na economia, a educação, segurança, a saúde, a corrupção. Esses são os campeonatos que devem fazer com que nós brasileiros trabalhemos para superar.
                       O Davi Luís deu todo o seu esforço e nos colocou primeiro entre as seleções selecionadas para a Copa, porque muitas ficaram de fora; depois nos fez passar para oitava, para quarta e agora estamos nas finais, e apesar disso ele nos pede desculpas, “por não ter feito o povo sorrir, pelo menos no futebol” – como ele disse – pelo menos no futebol, mas não basta só o futebol. Pelo menos no futebol porque essa é a tarefa dele, mas aqui, nesta casa no congresso não basta o futebol.
Sofri ontem como qualquer brasileiro, mas eu quero agradecer aos jogadores que nos colocaram nessa posição.
Quero agradecer, ao David Luiz, quando ele nos deu esta lição: “Eu só queria fazer meu povo sorrir pelo menos no futebol.” Você não conseguiu, David Luiz, fazer o povo sorrir plenamente no futebol, mas você conseguiu nos despertar para o fato de que nós não estamos conseguindo fazer o povo sorrir pelas outras coisas das quais eu sou um dos responsáveis.


Por isso, desculpa, David Luiz.
Cristovam Buarque, Professor da UnB e Senador pelo PDT-DF.

sábado, 19 de julho de 2014

Os cuidados que devemos ter com o Pilates atual

Ricardo Wesley, 18 julho 2014
 
Há muitas pessoas não qualificadas ministrando a prática, que originalmente funcionava de forma muito diferente da que vemos em muitos lugares atualmente.
 
Como o Pilates está bombando, hoje resolvemos falar um pouco sobre a prática e também sobre o homem por trás do método, que deve rolar no túmulo toda vez que alguma academia ou instrutor adota a modalidade.
Joseph Pilates é o nome do grande inventor dos exercícios que caracterizam a prática que leva seu sobrenome. Ele nasceu na Alemanha e viveu entre os anos de 1883 e 1967, morrendo com 83 anos.
Quando criança, Joseph era doente – sofria de raquitismo, asma e febre reumática. Na adolescência, prevendo seu futuro numa cadeira de rodas, começou a estudar, como autodidata, anatomia, fisiologia humana e fundamentos de medicina oriental.

Para solucionar seus problemas, desenvolveu exercícios em aparelhos rústicos usando materiais que tinha à disposição, como cama e barril. E assim criou seu próprio método e inventou cerca de quinhentos movimentos que o ajudaram a levar uma vida longa e saudável, apesar dos problemas que tinha na infância.
Essa metodologia desenvolvida teve influência de diversas fontes, como yoga e artes marciais, e o senhor Pilates preconizava um trabalho absolutamente individualizado – ou seja, não existia uma rotina padrão a ser trabalhada da mesma forma com todas as pessoas. Os exercícios eram desenvolvidos de acordo com as necessidades especificas de cada individuo.
Ou seja, o Pilates surgiu como uma prática que visava muito mais a saúde, por meio da correção de postura e fortalecimento dos músculos, do que a estética.
Após a sua morte, em 1967, o trabalho foi continuado por sua esposa e por seus alunos mais antigos.
Contudo, apesar do método ter sido levado adiante com sucesso, hoje vemos diversas imitações suspeitas que buscam tirar proveito do sucesso do método original. Sem falar que hoje é difícil ver o Pilates sendo praticado como originalmente era – individualizado, para educar a pessoa fisicamente.
Mas a questão nem é se essas metodologias são melhores ou piores do que a original – o ponto é que muitas utilizam o mesmo nome e têm pouca relação com o método de Joseph Pilates, o que demonstra que buscam mais tirar vantagem da popularidade da prática do que dos benefícios da técnica.
Podemos dizer que o Pilates de hoje sofreu muito com essa má prática. Atualmente observamos milhares de pessoas transmitindo o método sem uma correta formação.
Existem milhares de cursos de formação em Pilates. Alguns são muito sérios e caros, como o Pilates Studio Brasil (que, digamos, é um braço do autêntico Pilates), e muitos outros cursos de longa formação, 1 ou 2 anos. É a mesma duração de uma especialização Latu Sensu no Brasil.
Mas também há cursos de curtíssima duração (às vezes de 2 dias!) em diversas academias e aulas particulares Brasil afora. Só que os instrutores que se matriculam nesses cursos não saem em condições de poderem se dizer conhecedores da técnica de Joseph Pilates e, portanto, não deveriam ministrar aulas do método.
Mas o tempo também trouxe benefícios ao Pilates, que ganhou ganhou muito com o maquinário moderno, bonito, elegante e de fácil uso, tornando-o não somente prático ao professor que ministra (que deve ser formado em educação física ou fisioterapia, visto que o Pilates pode ser usado como treinamento ou reabilitação, distinção que eu não vejo acontecendo), mas também muito atrativo ao aluno.
Com o custo dos equipamentos e principalmente das aulas, o método ganhou versões em pequenos grupos e aulas de ginástica, o que ajudou na popularização da prática. E desde que sejam atendidas as idéias originais, os alunos têm muito a ganhar.
O Pilates deu uma grande contribuição à prática esportiva, enfatizando questões menosprezadas em alguns esportes, como a respiração, a importância da prática dos movimentos globais e o trabalho postural.
Portanto, nossa dica é que você procure perceber se seu orientador/professor sabe o que está fazendo, se conhece a história e as técnicas do Pilates original, e,além disso, tenha em mente qual é o objetivo que você procura alcançar com a prática – treinamento ou reabilitação. No caso de treinamento, os exercícios devem ser ministrados por um educador físico, e no caso de reabilitação por um fisioterapeuta.
Ah, e não há bobagem maior do que esse negócio de que Pilates é para mulher.
 
iG

quinta-feira, 17 de julho de 2014

Entre Homem e Mulher : Amizade ou Amor


por Anderson Coutinho

Esse artigo envolve a resposta de duas perguntas enviadas pelo mesmo internauta, que foram respondidas sequencialmente.

Pergunta 1: "É possível existir amizade entre homem e mulher?"

Sim, logicamente que sim, embora tenha sido sempre vista com certa desconfiança por muitas pessoas. Para alguns, esse tipo de amizade é utopia. Quando iniciamos um relacionamento amistoso com alguém do sexo oposto, os nossos pais, amigos ou familiares já começam a dizer que “isso vai terminar em namoro... noivado... casamento” ou, se já temos compromissos afetivos com alguém, não falta quem associe aquela amizade com sexualidade. Mas é possível haver amizade entre um homem e uma mulher. Eles podem se encontrar, sair, conversar, partilhar a vida, fazer confidências... e serem apenas amigos!

A amizade heterossexual nos complementa. É o que nos testemunha o sacerdote espanhol Atilano Alaiz, no seu belíssimo livro “O Valor da Amizade”:

“Não podemos nos esquecer de algo elementar: o homem e a mulher são seres que se completam, não somente a nível físico, sexual, mas a nível psicológico e, portanto, todo encontro autêntico é enriquecedor e favorece o equilíbrio interior. Pouco a pouco vão amadurecendo, naqueles que cultivam a amizade com pessoas do sexo oposto, certas dimensões da personalidade que, caso contrário, ficariam atrofiadas”.

De fato, a amizade entre homem e mulher é tão importante que não se trata simplesmente de um gosto ou uma opção, mas de uma necessidade. Necessitamos estabelecer relações de amizade com a pessoa do outro sexo. Quando ignoramos isso, tornamo-nos seres humanos incompletos, pela metade: no homem, faltará a presença da sensibilidade feminina; na mulher, faltará a presença da proteção masculina. Essa amizade é um relacionamento de descobrimento e de crescimento para ambos.

Anselm Grün nos confirma isso no seu livro "Eu lhe Desejo um Amigo":

“A amizade entre homem e mulher tem sempre algo de inspirador e vivificante”.

A amizade com pessoas do sexo oposto nos eleva. Não é difícil perceber isso. É bastante notar o quanto esse relacionamento influencia aqueles que fazem essa experiência. É incrível como a presença de certas pessoas transforma a nossa vida, porque independente de serem homens ou mulheres, são espíritos eternos que conosco poderão ter vivido centenas de experiências no pretérito, e uma atração incoercível nos coloca de novo frente a frente, para nos apoiarmos mutuamente. É o mistério do amor manifesto na amizade.

O sacerdote jesuíta Teilhard de Chardin, renomado cientista e pesquisador francês, dá-nos um valioso testemunho disso, quando nos fala da presença de três mulheres na sua vida, com as quais se correspondeu por meio de diversas cartas:

“Desde o momento em que comecei a acordar para mim mesmo e realmente expressar a mim mesmo, nada mais se desenvolveu dentro de mim que não fosse sob o olhar e a influência de uma mulher”.

A amizade com essas mulheres o fez estudar com uma sensibilidade maior os problemas do fenômeno humano.

Sem desconfiança, como faz a maioria das pessoas, mas sem ingenuidade também, é preciso reconhecer um certo perigo que há nas amizades heterossexuais. Isso existe porque se trata de um relacionamento entre pessoas de carne e osso e as energias emitidas naturalmente se atraem (sob o aspecto físico mesmo). Mas sabemos também que existem pessoas maduras, tanto afetivamente quanto sexualmente, e que, para além de suas diferenças temporais de gênero, admiram-se e vivem com toda simplicidade e responsabilidade essa amizade – sem em momento algum deixar o erotismo se apossar do relacionamento.

Em outro belíssimo livro seu – O Amigo, um Tesouro –, Atilano Alaiz nos oferece uma reflexão muito adequada sobre isso. Ele escreve:
“O relacionamento amistoso com a pessoa de outro sexo educa a afetividade, ensina a conviver com naturalidade com o outro sexo”.
Adultos melhores serão formados quando educados desde a infância a se permitirem ter amigos do sexo oposto, e a desenvolver nessas experiências, o respeito e a responsabilidade.

Devemos admitir, com toda certeza, que sempre existiram pessoas que viveram de maneira sublime esse tipo de amizade. Não somente os santos, como São Francisco de Assis e Santa Clara, São João da Cruz e Santa Teresa de Ávila, mas também pessoas solteiras e casadas.

Inúmeros jovens que se relacionam com todo carinho e respeito – na simplicidade de quem não espera recompensas. Muitos livros nos relatam exemplos de mulheres casadas que, com toda fidelidade aos seus maridos, viveram uma rica e profunda amizade com homens de bem. É o caso de Raïssa, esposa do filósofo francês Jacques Maritain, e de Christine, esposa de Van der Meer. Essas mulheres foram amigas do convertido ao catolicismo Léon Bloy, um homem de caráter e mestre espiritual delas. Em momento algum esse relacionamento prejudicou ou sufocou o casamento dessas mulheres virtuosas, nem tampouco seus maridos sentiram ciúmes (como fazem muitos de nós homens ainda fracos e necessitados de ajuda). A amizade real entre homem e mulher, respeita a vida e a vocação do outro.

Ao contrário de muitos, Jacques Maritain, reconheceu que a falta de amizades femininas na vida de um homem pode ser um “grave dano para o progresso e aperfeiçoamento da vida moral”.

Os casados, especialmente, que vivem essa amizade sabem o quanto ela é importante – principalmente quando a pessoa é amiga do casal.

Finalmente, a escritora portuguesa Ana Paula Bastos escreveu um singelo livrinho intitulado Mensagem de Amizade, que traz um parágrafo muito significativo sobre a amizade entre homens e mulheres. Entre outras coisas, ela diz que a amizade “entre um homem maduro e uma mulher madura, no auge de suas faculdades intelectuais, afetivas, espirituais, é qualquer coisa de maravilhoso, por aquilo que tem de aventura, de descoberta e de exploração dos mistérios da vida. Tem algo de busca de crescimento interior a dois, de partilha de vida interior cada vez mais íntima, cada vez mais profunda, cada vez mais bela...”.

Portanto, admitimos que nos dias de hoje pode até ser difícil uma amizade verdadeira entre um homem e uma mulher (e isso por vários motivos – alguns justos, outros nem tanto), mas independente do tipo de mérito de carma e darma relacional, não é impossível. Admitimos que é também perigosa quando entre pessoas comprometidas (e como pessoas conscientes sabemos os motivos), mas muito mais perigoso é viver sem essa amizade. Quem a vive sabe muito bem o valoroso poder de uma amizade profunda, sincera e impregnada do mais legítimo e incondicional amor.

Pergunta 2: "Falando ainda sobre a amizade entre homem e mulher, quer dizer que se ela virar um relacionamento afetivo amoroso estaria sendo uma coisa errada?"

Não necessariamente. Aliás, a melhor forma de se iniciar um relacionamento afetivo amoroso é através da amizade, do cuidado, do carinho (em vez do sexo). Ademais, o que é "errado"? Aquilo que nossa consciência apontar como errado. A pergunta anterior se referia à possibilidade de haver somente amizade entre homem e mulher, e sim, há. Mas não significa que se ultrapassar as barreiras da amizade estará sendo um erro em todos os casos (e cuidado para não usarmos isso como muleta para justificar erros).

Tudo depende do contexto, dos laços espirituais envolvidos, dos carmas e darmas, dos meandros do passado, dos elementos do presente, dos compromissos assumidos antes de encarnarmos, de nossos méritos e deméritos perante a vida - e dos mesmos pontos em relação à outra pessoa.

O que nos mata é o preconceito, as convenções humanas ainda arraigadas à tradições já mortas do mundo de provas e expiações, que deram lugar a novas perspectivas do mundo de regeneração. Aniquilamos possibilidades preciosas por causa do preconceito tolo, inútil e fútil. Nos deixamos cegar, ensurdecer e calar em função desse preconceito que deveria é ser combatido.

Mas volto a dizer: cada caso é um caso, e nenhum de nós tem condições reais de julgar a quem quer que seja.

Por exemplo: Conheço muito profundamente um casal que se aproximou pelos laços da amizade e do carinho. Tinham seus respectivos pares e se conheceram através desses pares. E depois de se "conhecerem", se "reconheceram". Uma força estrondosa os arrebatou. E terminando seus respectivos relacionamentos amorosos, ficaram juntos, se casaram, construíram um lar, e ergueram uma obra fantástica de ações, aprendizado, crescimento e apoio a uma rede de pessoas e ideais que jamais ocorreria se permanecessem em seus relacionamentos anteriores. Foi a espiritualidade que neste caso, agiu com assertividade para que, fazendo uso daqueles que eram seus respectivos pares, houvesse a aproximação daquelas duas pessoas. O compromisso daquele casal se materializou de forma santificada - apesar de muitos terem condenado o ato, e apesar da natural perda do equilíbrio emocional daqueles que se sentiram lesados pela ruptura. Mas estava escrito no carma dessas pessoas que assim deveria ser para que os débitos fossem quitados. Não houve erros. A interconexão de fatos e sucessões se deu de forma perfeita - embora aparentemente complexa. Neste caso específico, são "metades" ou "partes" um do outro. E se reconhecemos uma árvore por seus frutos, posso dizer que os frutos deste relacionamento foram e ainda estão sendo saborosos depois de quase 10 anos juntos. Se tivessem porém dado ouvidos ao preconceito humano, não teriam percebido a grandiosa oportunidade que se descortinou diante deles quando os olhares se encontraram. Era Maktub. Ouvir a voz do preconceito seria desastroso.

Por isso é importante nos conscientizarmos que certo e errado são conceitos relativos, e quanto mais nossa consciência se expandir e nosso conhecimento se ampliar, mais condições teremos de perceber se aquele pequeno detalhe é um objeto de tropeço ou oportunidade de acerto, a diferença entre achar uma pedra no caminho (para nela tropeçarmos) ou acharmos uma pedra no caminho (mas uma pedra preciosa).

Logo, no caso de surgir a amizade entre homem e mulher e ela for além da amizade, não necessariamente será uma coisa erada. É preciso antes examinar o contexto. Uma coisa é fato porém: todo relacionamento amoroso construído sob os alicerces da amizade, idealmente aqueles que não lesem a quem quer que seja, são dignos e justos. Quando estamos falando então de duas almas legitimamente afins, torna-se um evento cósmico sem precedentes, palco de sensações que não se explicam, só se sentem. Os jardins mais belos e vívidos, são aqueles cujas flores de amor foram plantadas com o carinho, o respeito, a cumplicidade, a vontade de estar perto, o desejo de compartilhar, a inspiração de cuidar e o desejo de ver o outro pleno de realizações, pelas vias da amizade verdadeira que nada mais é do que um reencontro depois de tantas vidas juntos, nas mais diversas e intensas circunstâncias de aproximação que sempre fizeram aqueles dois seres se alimentarem mutuamente de um ilimitado amor. Um amor que jamais encontrará em palavras, meios de se explicar.
 
iG

quarta-feira, 16 de julho de 2014

83% dos estrangeiros aprovaram organização da Copa, diz Datafolha


15/07/2014 06h57 - Atualizado em 15/07/2014

Instituto ouviu 2.209 visitantes estrangeiros entre 1º e 11 de julho.
69% dos estrangeiros ouvidos disseram que morariam no Brasil.


G1 São Paulo

Pesquisa do Instituto Datafolha publicada pelo jornal “Folha de São Paulo” nesta terça-feira (15) mostra que a orgranização da Copa do Mundo realizada no Brasil agradou a 83% dos estrangeiros que vieram ao país para assistir aos jogos.
A pesquisa ouviu 2.209 estrangeiros de mais de 60 países nos aeroportos de São Paulo, Rio e Brasília e em Fan Fests e locais de grande concentração nas cidades de Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília entre os dias 1º e 11 de julho. O universo pesquisado não representa o total de estrangeiros que vieram ao Brasil – segundo balanço do governo, 1 milhão de turistas vieram de 202 países.
A aprovação dos estrangeiros foi quase total no quesito hospitalidade: 95% dos entrevistados disseram que a recepção foi ótima ou boa. Outros 92% dos visitantes gostaram dos estádios no que diz respeito a conforto e a segurança.
No item custo de vida do país, a maioria dos entrevistados deu nota regular: 32%. Outros 29% consideraram ruim ou péssimo; e 29%, bom ou ótimo. 10% não souberam opinar.
Entre os entrevistados, 69% disseram que gostariam de morar no Brasil.
A organização do Mundial foi avaliada como ótima ou boa por 83% dos estrangeiros; 12% a consideraram regular; e 3%, ruim ou péssima.
Uma maioria de 76% achou ótima ou boa a qualidade do transporte até os estádios. A mobilidade urbana foi avaliada como melhor do que o esperado para 46%, dentro do esperado para 40% e pior que o esperado para 11%.
O transporte aéreo recebeu avaliação ótima ou boa de 76% das pessoas ouvidas. 10% deram nota regular; e 4%, ruim.
O custo do setor hoteleiro foi considerado bom ou ótimo por 32%; 26% avaliaramo os preços como regulares; e 27%, ruins ou péssimos. 16% não souberam responder.

Protestos e segurança
Dos entrevistados, 72% consideraram ótima ou boa a estrutura para segurança pessoal no Brasil; 19% deram avaliação regular e 6%, ruim ou péssima.
Quando perguntados especificamente sobre a segurança dos turistas, 82% avaliaram como ótima ou boa; 13% acharam regular; 3%, ruim ou péssima.

71% disseram que não presenciaram protestos contra o Mundial. Outros 29% afirmaram ter presenciado os atos.

O Datafolha também perguntou a impressão dos estrangeiros sobre as manifestações, presenciadas ou não. 43% dos entrevistados afirmaram achar que os protestos foram pacíficos; 19% disseram que foram violentos; 37% disseram que não ficaram sabendo dos atos

Datafolha

terça-feira, 15 de julho de 2014

Ser ignorado no trabalho é pior do que sofrer bullying, revela pesquisa

Por Carolina Garcia - iG São Paulo |

Ostracismo no escritório pode desenvolver quadros de depressão e doenças psicossomáticas. Saiba como evitar isso

Não receber o aviso de reunião por ter sido esquecido pela própria equipe é pior do que ser alvo de agressões diárias no escritório.

A conclusão é dos pesquisadores da Universidade British Columbia, no Canadá, que garantem que a prática do ostracismo (isolamento de um funcionário) pode ser bem mais letal do que o próprio bullying.

Sandra Robinson, coautora da pesquisa publicada neste ano e especialista em analisar comportamento humano no ambiente de trabalho, estudou o impacto do ostracismo na saúde física e mental de um funcionário. Ela acredita o bem-estar dos ignorados é muito mais afetado e comprometido se comparado aos que sofrem assédio moral no cotidiano – como piadas e apelidos maldosos e ridicularização.

“Não vivemos bem sem o apoio e conexão com outros humanos. O primeiro erro do agressor é achar que se não tem algo de bom para dizer ao outro, o melhor caminho é o silêncio. O ostracismo fere o senso de pertencimento porque o ignorado entende que não é nem digno de atenção”, explicou Sandra ao Delas em entrevista por e-mail.

Os isolados apresentaram ainda um quadro expressivo de doenças psicossomáticas, depressão e maior vontade de largar o emprego por considerá-lo uma “fonte de dor”. O resultado da pesquisa, segundo a acadêmica, busca divulgar as consequências do ostracismo pelo mundo, que adota erroneamente o bullying como o único vilão dentro dos escritórios.

Comportamentos de ostracismo são muitas vezes o padrão (talvez mais fácil) de resposta para a gestão de conflitos entre pessoas difíceis ou tensões comuns. É essencial trabalhar com essas tensões de forma direta, saudável ​​e construtiva sendo muito mais superior e humana do que a evasão, a exclusão e o ostracismo”, disse Sandra.
Para a psicóloga Teresa Gama, que também é diretora de uma consultoria especializada em gestão de pessoas e concorda com a pesquisa canadense, o ostracismo é tão dolorido como uma agressão direta.

“O isolamento pode ser até mais perverso porque é mais sutil e silencioso, difícil de ser trazido à tona e resolvido”.

Como se defender?

As duas especialistas dizem que é muito difícil a vítima encontrar forças e provas para combater o ostracismo. Por não ser algo visível, como a agressão direta, o alvo não consegue discutir diretamente o assunto com quem está criando a situação ou buscar a ajuda de seu superior.

“A pessoa pode se ver sem recursos para enfrentar a situação e coloca em dúvida se ela não está ‘criando’ ou imaginando coisas”, explica Teresa.

No entanto, o ignorado deve aproveitar a oportunidade e provocar uma autoanálise positiva. Buscar entender se estaria contribuindo com algumas atitudes para que seja alvo desse tipo de situação e, se identificar, mudar o comportamento. Outro ponto citado pelas especialistas é buscar conversar com o agressor. Muitas vezes, a pessoa que faz piadas pode não perceber o quanto isso é prejudicial para o colega.

iG

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Parabéns, Brasil, diz escocês que pegou 29 voos sem atraso na Copa


14/07/2014 17h13 - Atualizado em 14/07/2014 21h22

Jornalista escreve para diário dos Emirados Árabes Unidos.
Ele pegou 29 voos em 28 dias e visitou 10 das 12 cidades-sede na Copa.

 
Ana Carolina Moreno
Do G1 São Paulo

O escocês Gary Meenaghan, de 30 anos, foi um de centenas de jornalistas estrangeiros que viajaram por todo o Brasil a trabalho durante a Copa do Mundo. Repórter esportivo do jornal "The National" dos Emirados Árabes Unidos, Meenaghan assistiu de dentro do estádio a 17 jogos do mundial de futebol em dez das 12 cidades que sediaram o evento. Para chegar a todos esses lugares, ele pegou 29 voos em 28 dias, e comemorou o fato de nenhum deles ter atrasado.
"Parabéns, Brasil", escreveu  no Twitter na noite de sexta-feira (11), antes de embarcar no 29º voo, com destino ao Rio de Janeiro, para assistir à final entre Alemanha e Argentina no Maracanã.
"[A experiência] superou minhas próprias expectativas. Por exemplo, eu nunca pensei que poderia passar o torneio inteiro sem um voo atrasado. Já tinha quase aceitado que seria inevitável acabar perdendo um ou dois jogos por causa de atrasos", disse Gary. No fim, ele acabou sendo impedido de assistir a um jogo no Recife, mas, segundo ele, o problema foi uma enchente na cidade.
O jornalista já tinha estado no Brasil outras vezes para cobrir eventos esportivos como Fórmula 1 e a Copa das Confederações, e no fim de março também visitou o país para produzir reportagens sobre os preparativos da Copa. "Eu tinha visitado o Brasil várias vezes antes, de férias e a trabalho, então eu sabia que alguns aeroportos talvez fossem pequenos demais ou precisavam de um upgrade. O que as pessoas ficaram me dizendo foi que os voos estavam sempre atrasados e que despachar bagagem seria um grande problema porque ela poderia ser perdida ou roubada. Aconselharam a não fazer o check-in da mala", disse ele em entrevista ao G1.
A expectativa, porém, não se refletiu na realidade. "A minha experiência dos aeroportos foi ótima. Todos os voos que peguei estavam no horário, despachei mala em todos os voos, e nunca tive nada perdido ou roubado, e todas as malas sempre apareceram na esteira bem rapidamente", contou.

Atrasos abaixo da média
A experiência do escocês é melhor do que  mostram as estatísticas do que aconteceu nos aeroportos das 12 cidades-sede durante o Mundial. Segundo levantamento do G1, o índice de atrasos durante o período da Copa ficou igual ou abaixo da média em comparação ao mesmo período do ano anterior em nove de dez aeroportos com dados disponíveis para os dois anos. O índice médio de atrasos nos 21 aeroportos brasileiros foi de 7,3% entre 10 de junho e 10 de julho, mais baixo que os 10% registrados em maio (veja mais números sobre a Copa no Brasil).Se Gary tivesse tido atrasos de acordo com essa média, ele teria feito pelo menos dois voos fora do horário, o que não acontece
Nem todos os visitantes tiveram a melhor das experiências no Brasil, no entanto. Um casal de neozelandeses passou 40 dias no país e tinha em mãos ingressos para quatro jogos da Copa do Mundo, mas acabou perdendo um deles porque o atraso em um voo saindo de Foz do Iguaçu os fez perder a conexão para Cuiabá.
"Depois, a empresa ainda queria cobrar R$ 3 mil para emitir novas passagens. Foram bem grosseiros", afirmou Matthew Williams, arquiteto de 25 anos, que viajou com Anna Delahunty, professora de 24 anos.
Os dois passaram pelo Rio, Foz do Iguaçu, Curitiba, e estiveram em Cuiabá durante duas semanas. Segundo os neozelandeses, o atraso do voo foi a única experiência negativa que tiveram no Brasil. Eles elogiaram a recepção e a ajuda que receberam dos brasileiros e disseram que acharam fácil planejar e curtir a viagem de 40 dias.
Gary, o jornalista escocês que mora nos Emirados Árabes Unidos, afirma que também cuidou do planejamento de sua viagem sozinho e comprou a maioria das passagens de avião entre janeiro e fevereiro deste ano. "Comparado à busca por hospedagem, achar voos foi bem fácil. Mas montar o meu cronograma foi complicado, porque eu não estava seguindo um time específico e queria chegar a cada cidade um dia antes do jogo para participar das entrevistas coletivas pré-jogo", afirmou ele, que no fim conseguiu credencial para assistir a 17 partidas

Do G1 São Paulo