domingo, 3 de agosto de 2014

Líderes não são criados, eles nascem assim

David Nordon  2 de agosto 2014

Um estudo feito com peixes sugere que a habilidade para liderar é inata do indivíduo.

líderança
Não adianta brigar contra a sua natureza, sugere a pesquisa
 
Que atire a primeira pedra aquele que nunca teve um chefe que julgou totalmente inapto para o cargo que exercia.
E que atire ainda outra pedra aquele que nunca ficou inconformado que, ao longo dos anos, o chefe simplesmente não aprendeu a liderar de uma forma mais adequada — mas continuou lá, azucrinando, apesar de tudo.
Um estudo comportamental de peixes pode explicar por quê.
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Conduzido pelo especialista em vida marinha Shinnosuke Nakayama, do Leibniz Institute of Freshwater Ecology, ele trouxe informações interessantes: quando os peixes necessitam buscar alimentos ou explorar novas áreas, um deles, o mais “corajoso” ou “extrovertido”, toma a liderança, enquanto os “tímidos” o seguem, o que geralmente funciona muito bem para o cardume.
A proposta de Nakayama foi trocar a função dos peixes: ele “treinou” o tímido para se tornar o líder, e o extrovertido para se tornar um seguidor.
Depois, comparou a eficiência do par treinado com pares comuns. Ele imaginava que seria mais fácil alguém aprender a se tornar um líder, do que um líder aprender a seguir, mas o que encontrou foi justamente o oposto: enquanto o extrovertido aprendeu a seguir o seu líder compulsório, este simplesmente não conseguiu aprender a liderar.
E a dupla se saiu muito pior do que aqueles que seguiram a ordem natural das coisas.
O que isso quer dizer? Provavelmente, que os líderes nascem assim, especulam os pesquisadores. Nos seres humanos, a carga de estresse para uma pessoa liderar uma equipe é muito grande.
Sendo assim, a capacidade de liderar não depende apenas de conhecimentos e habilidades – depende de uma preparação psicológica que, muitas vezes, deriva diretamente do caráter e da personalidade da pessoa.
Bons líderes são naturalmente mais extrovertidos, com um maior senso de responsabilidade, organização e, acima de tudo, resiliência e capacidade de lidar com estresse.
Por isso, muitas pessoas alçadas ao cargo de chefia por seus currículos ou realizações muitas vezes são totalmente incapazes de liderar.
Aceitar que na espécie humana a capacidade de liderança é inata ainda é temerário, especialmente porque estamos nos baseando em peixes.
Mas, talvez, a seleção de líderes devesse considerar um pouco mais estes dados e as características do indivíduo, do que o seu currículo. Aí, toda a equipe se sairia melhor.

iG

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