Foram avaliados três tipos de metais (arsênio, cádmio e chumbo) em quatro espécies de animais (camarão e os peixes linguado, peroá e roncador). As coletas foram realizadas em nove pontos, sendo seis na foz do rio Doce, em Linhares (ES), dois na região conhecida como Costa das Algas (ES), ao sul da foz, e, por último, no arquipélago de Abrolhos (BA). Somente no último local não houve detecção de contaminantes em excesso.
Em todas as espécies analisadas foi identificado excesso de pelo menos dois metais pesados, levando em conta o limite estabelecido pela Resolução 42 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O arsênio é o metal mais encontrado nos animais. O máximo permitido é de um miligrama por quilo (mg/kg). Na espécie de peixe roncador, havia presença de até 140 mg/kg em um dos pontos da foz do rio Doce – 140 vezes o tolerado. Já nas coletas de camarão, em sete pontos de análise havia contaminação, que variava entre 3 e 88 mg/kg pelo mesmo metal.
Também foram encontrados chumbo e cádmio nas espécies analisadas. No peroá, por exemplo, foi detectado cádmio em dois pontos, chegando até 1,30 mg/kg, enquanto o permitido é de 0,50.
Procurados, o ICMBio e o Iema não se posicionaram sobre o estudo. O Ibama confirmou que recebeu os dados e que faz a análise, mas que seu papel é fiscalizar a área afetada, para que não seja realizada a pesca. Nenhum dos órgãos informou o que é realizado para reverter a contaminação.
A Samarco informou que não teve acesso ao estudo e que monitora a qualidade da água. A empresa alega que houve melhora no índice de turbidez e que os níveis de metais estão dentro dos padrões da legislação. Segundo a empresa, o material liberado no rompimento da barragem é inerte e sem risco.
Pesca
Proibição. A pesca está proibida na foz do rio Doce e no seu entorno por determinação da Justiça Federal desde novembro de 2015. Porém, o Ibama já apreendeu barcos
pesqueiros no local.
Proibição. A pesca está proibida na foz do rio Doce e no seu entorno por determinação da Justiça Federal desde novembro de 2015. Porém, o Ibama já apreendeu barcos
pesqueiros no local.
Vereadores aprovam liberação de R$ 1,1 milhão para atingidos
Um Projeto de Lei (PL) que libera R$ 1,1 milhão em doações recebidas pela Prefeitura de Mariana, na região Central de Minas, após o rompimento da barragem Fundão, da Samarco, foi aprovado nesta segunda pela Câmara Municipal.
A proposta teve aprovação unânime dos 15 vereadores, inclusive os dois parlamentares que pediram vista do PL na última semana, atrasando a votação. Pedro César Oliveira Nunes (PR) e Bruno Mól (PMDB) alegaram que faltavam assinaturas no Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para tratar das doações. A reportagem tentou falar com eles, mas não houve retorno.
A fala dos dois vereadores chegou a ser vaiada por vários moradores de Bento Rodrigues e de outras comunidades atingidas que acompanhavam a reunião na tarde desta segunda. O valor será liberado em duas parcelas, dez dias após a sanção da lei.
Um Projeto de Lei (PL) que libera R$ 1,1 milhão em doações recebidas pela Prefeitura de Mariana, na região Central de Minas, após o rompimento da barragem Fundão, da Samarco, foi aprovado nesta segunda pela Câmara Municipal.
A proposta teve aprovação unânime dos 15 vereadores, inclusive os dois parlamentares que pediram vista do PL na última semana, atrasando a votação. Pedro César Oliveira Nunes (PR) e Bruno Mól (PMDB) alegaram que faltavam assinaturas no Termo de Ajustamento de Conduta firmado com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para tratar das doações. A reportagem tentou falar com eles, mas não houve retorno.
A fala dos dois vereadores chegou a ser vaiada por vários moradores de Bento Rodrigues e de outras comunidades atingidas que acompanhavam a reunião na tarde desta segunda. O valor será liberado em duas parcelas, dez dias após a sanção da lei.
Saiba mais
Recomendação. O Ministério Público Federal (MPF) recomendou ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que não aprove qualquer Plano de Aproveitamento Econômico (PAE) de lavra de minério de ferro em todo o país que não contemple a destinação ambientalmente adequada dos resíduos produzidos na extração.
Reaproveitamento. O DNPM deve exigir que o empreendedor comece com 5% de reaproveitamento dos resíduos já em 2016. O percentual deve subir gradualmente até atingir 70% em 2025. A previsão é que, até 2030, sejam produzidos mais de 11 bilhões de toneladas de resíduos e que a extração de ferro seja responsável por 41% disso.
O Tempo
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