Nem a sociedade nem os políticos oferecem esperançosas perspectivas. Ver-se-á sem demora a inocuidade dos passos de ontem, de propalada convergência entre Executivo, Legislativo e Judiciário, malgrado nossa vontade.
Depois das primeiras e grandiosas manifestações de ruas, o vencedor foi o fuzil de disparo do ódio comunitário impregnado em supostas ideologias, ia há muito desprovido de fundamentos sociológicos, jurídicos, históricos, enfim científicos.
Numa sociedade de classes sempre haverá necessidades de composições cooperativas.
São inexistentes no Brasil e a cada dia que passa aumenta o ressentimento e o volume das pedras arremessadas por simples emoções.
Não é de hoje que falamos em pacto social inutilmente. O processo constituinte de 2008 foi uma tentativa de resultados apenas parcialmente atingidos.
Quase afogados definitivamente num rio revolto, vive-se o momento mais importante em que mãos devem ser acopladas, independentemente de preconceitos corroídos pela falta da inteligência ampliada, que é a propulsora da evolução humana.
Sem essa solução básica, educacional, cultural, ética e filosófica, amargaremos vários anos ou até mesmo soçobraremos sob o mar impiedoso.
O dia em que organizações antagônicas - suposta direita, suposta esquerda - uma vez que essas divisões há muito se perderam no nominalismo vazio - se debruçarem sob uma pauta de problemas e de soluções à vista, fundada no mecanismo da razão, com que todos os humanos foram agraciados em seu processo evolutivo, para melhor ou para pior, será o momento da primavera.
A partir do uso da razão e da obliteração do ódio que carcome irmãos de uma mesma nação, quando se manifestarem dispostos, ao mesmo tempo, a defender seus direitos e admitir suas restrições razoáveis, poderemos dizer que respeitamos nossos descendentes, seremos o prógono que os permitam subsistir em sociedade.
Amadeu Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
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