sábado, 8 de maio de 2021

Dia das Mães: especialista dá dicas de como lidar com a tripla jornada e se priorizar mais

 

A fisiologista Debora Garcia pondera que a vida da mãe moderna não precisa ser apenas trabalho, pois ela pode olhar mais si


Acordar cedo, preparar os filhos para a aula, fazer o café, ligar o computador para trabalhar. Na breve pausa que tem, faz o almoço, alimenta os filhos, organiza a casa e volta para o home office. À noite, mais afazeres, dar atenção para os filhos, ajudá-los com a lição, fazer a janta e dar atenção ao marido. Essa tem sido a rotina de muitas mães modernas que conseguem lidar com a tripla jornada em 24 horas.


O tempo, às vezes, pode ser inimigo para as atuais mulheres e muitas estão chegando à beira de um ataque de nervos, pois em meio a isso tudo, a mulher moderna tem que sobressair em tudo, tem que ser a melhor funcionária, a melhor esposa, melhor mãe e manter corpo e mente saudáveis, ou pelo menos acha que tem.


Para a especialista em fisiologia e meditadora Debora Garcia, o atual momento para todas as mães é preocupante, pois existem muitas cobranças diárias que as fazem esquecer de si, se sobrecarregando com mais trabalho.

“Uma das coisas que sobrecarrega a mulher, em meio a toda essa jornada, é justamente ela não ter tempo para se olhar. A mãe moderna se sobrecarrega no trabalho, em casa e pode acabar descontando, de certa forma, nos familiares. Ela não percebe, mas quanto mais ela vive nesse ritmo, mais prejudicial vai ser para a vida em um todo”, disse a meditadora que também acrescenta.


"Então, ela conseguindo um tempo para ela mesma, mesmo que em meio a esse cotidiano apertado, será benéfico, pois ela vai poder realizar as tarefas de maneira mais leve. Entendo que estamos vivendo com falta de tempo, mas a gente percebe a real importância de cada tarefa diária que realizamos, nem tudo demanda tanto tempo quando falamos de autocuidado, são pequenos exercícios díarios”, acrescentou.


E quando nem tudo é prioridade?


A mãe moderna está sempre ocupada em ser um personagem ou outro, seja no trabalho, na aula, em casa, e está menos disponível para ser ela mesma, para fazer algo que lhe agrada, que lhe de prazer, e não apenas priorizar coisas que ela deve fazer. Nesse sentido, Debora Garcia pondera que a mulher, quando prefere investir mais no mundo externo, a vida dela acaba se tornando pesada e isso vai requerer dela uma força maior para poder sair dessa rotina.


“Enquanto ela só está respondendo para o mundo, ocupada com as suas obrigações e os papéis que ela desempenha na sociedade, sua motivação pode ser abalada, assim como sua saúde mental e sua autoestima, dificultando medir nossos limites saudáveis. Para ela perceber quando deve mudar, ela pode se perguntar e analisar nos últimos dez dias o que ela fez por si mesma, não pelo trabalho, filhos, amigos, casa, apenas por ela mesma”, acrescentou.


E ao passo que a mãe vai se priorizando mais, se percebendo mais, ela pode ganhar status de egoísta e ser julgada por aqueles a quem dedicou a maior parte do seu tempo em toda sua vida. Para Debora Garcia, isso acontece porque as pessoas já estão acostumadas a receber atenção das mães. “Quando ela passar a olhar para ela, muitas pessoas vão perceber, vão questionar, julgar, criticar, mas isso faz parte, mesmo porque vivemos em uma sociedade que está acostumada com os padrões de uma mãe, uma mulher que se dedica mais para outros do que para ela mesma. Mas ela também tem necessidades e precisa ser vista, e precisa se permitir isso”, explicou.


E para mudar a chave e transformar a vida, a especialista diz que o momento é agora. Passamos um ano de pandemia aprendendo e se adaptando às novas rotinas e muitas mulheres tiveram medo de se transformar e passaram o ano vivendo em uma angústia, mas agora ela pode ter mais autonomia.


“Ela não pode ficar refém do tempo que ela não tem, porque talvez isso não mude rapidamente, principalmente nesse momento de pandemia. Então, primeiro passo, autoconsciência, e isso pode trazer consequências positivas, inclusive no trabalho. Segundo passo, ela não pode ser refém da falta de tempo e aprender a valorizar as suas pequenas ações, pois toda transformação é feita de pequenas ações diárias, então o desenvolvimento pessoal, na saúde é um processo gradativo.”, finalizou


Sobre Debora Garcia


Palestrante, professora de meditação, escritora e mentora, atua no mercado corporativo e para autogestão pessoal. Formada em Educação Física pela UMESP, especializada em Fisiologia do Exercício pela UNIFESP, atua também na área de educação corporal por mais de 14 anos, identificando que as habilidades ou inabilidades internas são pontos limitantes tanto no desempenho esportivo como na vida.



Jennifer de Paula 

Suporte MF Press Global 


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