Diversos fatores podem deixar o cérebro propenso a evitar mudanças de rotinas
Com a sociedade moderna a atualização, adaptação e mudança se tornaram cada vez mais constantes e presentes, no entanto, realizar mudanças como essas pode ser uma tarefa bastante complicada.
Essa dificuldade em encarar bem alterações de rotina pode ser justificada pela influência de uma série de fatores, como aborda o novo estudo “Doenças do lobo frontotemporal: Dificuldades de aprendizado”, publicado na revista científica “Cuadernos de Educación y Desarrollo”.
O estudo realizado pelo Médico especialista em Cirurgia da Coluna Vertebral Dr. Luiz Felipe Carvalho em parceria com o Médico Cirurgião Geral, Dr. Bora Kostic e o Pós PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, analisou as características que dificultam a mudança de comportamentos, hábitos e pensamentos.
“A compreensão de uma nova ideia pode ser uma tarefa difícil para o ser humano devido aos preconceitos instaurados ao longo dos anos de sua vida [...] O ser humano por sua essência já possui certa dificuldade na assimilação de novas opiniões [...],, mas a dificuldade de aceitar uma realidade pode se dar por meio de disfunções”.
“A compreensão de uma nova ideia ou pensamento envolve processos cognitivos complexos que ocorrem no cérebro. A neurociência tem estudado esses processos e descobriu que a compreensão de uma nova ideia requer uma série de processos mentais, tais como: [...] Percepção, atenção, memória, processamento semântico, raciocínio e tomada de decisões”.
“As estimulações repetitivas das sinapses podem, a longo prazo, potencializar ou atenuar a neurotransmissão em longo prazo, e estas mudanças estão associadas às alterações nos circuitos neuronais e que eventualmente podem influenciar no comportamento, sendo a neuroplasticidade a responsável por adaptar e integrar novas informações em suas redes neuronais” Afirma o estudo.
Transtornos e o comportamento humano
O comportamento e a dificuldade em controlar aspectos relacionados a ele também pode estar relacionado à ação de alguns transtornos que podem afetar o lobo frontal do cérebro, região responsável por funções executivas, como planejamento, tomada de decisão e controle de trabalho.
“Na demência frontotemporal do tipo variante comportamental, é notável a mudança de personalidade e de seu comportamento usual, com perda de interesse em atividades familiares e recreacionais, já na demência com afasia progressiva, se nota o grande impacto na linguagem, com dificuldades na fala e compreensão das palavras”.
“O transtorno borderline, por exemplo, é caracterizado pela instabilidade emocional, impulsividade e dificuldades nos relacionamentos interpessoais. Já o transtorno histriônico é marcado por um comportamento dramático, busca constante por atenção e comportamentos sedutores, enquanto o transtorno narcisista é caracterizado por um sentimento grandioso de auto importância, necessidade de admiração e falta de empatia”.
“Além disso, alguns estudos sugerem que certas áreas do cérebro, como a região frontotemporal, podem estar associadas a dificuldades em reconhecer problemas emocionais e comportamentais. Isso pode contribuir para a dificuldade que algumas pessoas com transtorno de personalidade histriônica têm em perceber que precisam de ajuda” Ressalta o artigo.
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