A mais expressiva expressão do intelecto humano. O homem logra a abstração de si. Ele não é o eu, é o outro e todos. Mas, para ser íntegra, deve ser impiedosa.
Enviesada, ganhou realce no marxismo-leninismo frustrado. Bem por isso, em nada contribuiu. Muitos se lembram de longos discursos de Fidel Castro "autocríticos". Para, ao fim e ao cabo, sair aplaudido pela multidão que ensinou a viver enganosa e miseravelmente.
Se o "socialismo real" houvesse reconhecido algumas virtudes do capitalismo, provavelmente o mundo seria outro, integrado na diversidade. E a recíproca é mais que verdadeira.
Temos, porém, desde o nascimento, forte compromisso conosco mesmo. Talvez o instinto da sobrevivência, confundido com soberania na vida heterogênea. A autocrítica justificará o perdão.
Ao perceber-se como partícula do todo, os homens crescerão. Primeiro, será desidratado o orgulho. Deus será um homem sem nome e as solenes barbas brancas. Sem a muleta do nominalismo do concretismo grosseiro, talvez entendamos o espírito santo como uma mensagem de redenção. Não só de pó metafórico vive a duvidosa tríade católica.
Mais que os fatos, importa sua compreensão racional. O verossímil e o inverossímil, segundo a cultura que até hoje conquistamos. Aplicado o talento do abstrato à nossa vida, não mais teremos medo de insignificantes picadas.
O transcendente - abstrato - Kant, justamente, foi alvo do mais memorável féretro da história mundial em sua Konigsberg, que nunca deixou (seu desprezo ao concreto coisificado), composto sobretudo de uma plêiade de estudantes e filósofos nas ruas por muitos dias.
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