Milena Fiuza
Alguns países já apresentaram demonstrações de retorno às aulas presenciais. Contudo, a decisão do retorno leva em consideração diversas questões, muito além do contexto educacional, incluindo até mesmo o encargo por uma nova onda de contágio do Covid-19. Em todo o mundo (e também no Brasil), a crise sanitária é latente. Vários são os esforços de algumas autoridades políticas, educacionais e de saúde para buscar meios de enfrentamento ao novo vírus.
O retorno às aulas presenciais, portanto, deverá observar, além dos bons exemplos externos, especialmente as normas dos respectivos sistemas de ensino, ou seja, estados e municípios deverão decidir as regras para o cumprimento da jornada escolar, que deverão ser seguidos em âmbito público e privado, além de protocolos sanitários rigorosos. Esse retorno deve estar em consonância com o processo de distanciamento social, em harmonia com as orientações da OMS e do Ministério da Saúde.
No âmbito educacional, o parecer aprovado pelo Conselho Nacional de Educação não estabelece datas para a volta às aulas presenciais, mas recomenda que o retorno aconteça de maneira gradual, além de nada alterar ao que rege a Medida Provisória que exige cumprimento das 800 horas, ainda que haja discussões em âmbito federal, principalmente em relação ao ensino infantil. E, para isso, o MEC possibilitou ampliar os horários habituais de aulas, realizar atividades no contraturno, ter sábados letivos, usar de períodos de recesso e/ou férias na tentativa de esgotar todos os esforços para cumprir a carga horária.
Desde o início do isolamento, muitas ações têm sido conduzidas para que alunos não se prejudiquem academicamente. Os professores têm usado de aulas síncronas a mensagens por aplicativo para engajá-los. E se há ainda algum mais resistente, padecerá em saber: essa atividade não se finda com a volta presencial. O período de retorno permanece incerto, mas há um consenso - a volta será feita de forma escalonada em um modelo híbrido, com aulas presenciais e remotas de forma simultânea. No novo modelo, as aulas presenciais deverão ser feitas em dias alternados, com escalas.
O modelo híbrido entre aulas presenciais e remotas encontra (desde sempre) obstáculos de execução, mais evidentes entre os alunos mais novos e também com relação à realidade de exclusão digital que muitos se encontram. Ainda, surge como possibilidade eficaz, estabelecer a volta às aulas presenciais por faixa etária – os alunos mais velhos voltariam às escolas antes, e as crianças menores que, quando contraem o novo coronavírus, costumam ser assintomáticas, sendo um risco maior de disseminação do vírus, regressariam mais tarde.
O retorno envolve um rígido protocolo de saúde e higiene com a desinfecção de escolas, aferição de temperatura, uso de máscaras, lavagem de mãos e instalação de torneiras. Além disso, os professores do grupo de risco devem manter-se afastados em um primeiro momento; há que se ter maior espaçamento entre as carteiras dos estudantes; os espaços ao ar livre devem ser aproveitados para as atividades pedagógicas; horários de entrada, saída e recreio devem ser diferentes e espaçados para evitar aglomeração; entre outras tantas providências. Fato é que, dada a complexidade das medidas a serem adotadas, é muito importante que os envolvidos se atentem a esses pontos e comecem, desde já, a planejar o retorno às aulas, de modo a conferir tranquilidade e segurança à comunidade escolar.
*Milena Kendrick Fiuza é gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino Divulgação baixar em alta resolução |
Milena Kendrick Fiuza é gerente pedagógica do Sistema Positivo de Ensino
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