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Ouro Preto
13 de abril de 2022
Estão em exposição 1.050 peças das 2.500 da Coleção Bernoulli
Lucas Porfírio
Na tarde desta quarta-feira (13), às 14h, em Ouro Preto, foi inaugurado o Museu Boulieu. Localizado no antigo Asilo São Vicente de Paulo, o novo museu acolhe a coleção de 2.500 peças do casal que dá nome à instituição. Esculturas, pinturas, pratarias, mobiliário e outros, sendo a maior parte de arte sacra, adquiridos ao longo de mais de 50 anos, compõem o acervo.
“É uma trajetória de quase duas décadas para chegarmos aqui hoje nessa entrega. Mais uma vez, Ouro Preto se reafirma como uma cidade importante para a cultura e patrimônio nacional e mundial. [...] Hoje, a cidade recebe um equipamento cultural moderno e atual. Um museu que terá diálogo permanente com a sociedade, com diversos projetos voltados para a educação, para a extensão. Um espaço único, onde o barroco é tratado dentro de sua forma universal e a importância dele para constituição das artes no Brasil e no mundo. O sentimento do dia é de gratidão”, ressalta Zaqueu Astoni, coordenador do museu e presidente da Fundação Boulieu.
Com a doação do casal Jacques e Maria Helena Boulieu a Arquidiocese de Mariana, o Museu Boulieu foi oficialmente criado através da Lei Municipal nº 820 de 21 de dezembro de 2012, com patrocínio integral do Instituto Cultural Vale, por meio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet). O projeto de restauração do espaço e a expografia são assinados pelo Instituto Pedra.
Angelo Oswaldo, Prefeito de Ouro Preto, é o responsável pela curadoria do Museu Boulieu e destaca que “é um privilégio ter essa reunião de objetos de arte, objetos sacros. [...] O casal decidiu doar a coleção à Arquidiocese de Mariana, com tanto que se instalasse o museu na Cidade de Ouro Preto. Foi por isso que nós cedemos este prédio do antigo Asilo São Vicente de Paulo. [...] Será um grande centro cultural, um museu para ser visitado por todos, pela comunidade ouro-pretana e os turistas. [...] O museu terá uma programação intensa, com muitos shows que deverão ocorrer nas tardes e noites das quartas-feiras. [...] É mais um centro cultural que se abre na cidade, um polo ativo de cultura, não é apenas um museu estático”.
O presidente do Instituto Cultural Vale, Hugo Barreto, pontua que o Museu Boulieu será um exemplo para o Brasil e o mundo, por unir conteúdo e a edificação restaurada, sendo um projeto relevante de preservação de memória e patrimônio. “Quando fomos provocados lá atrás, [...] entendemos a dimensão que poderia ocorrer. Foi um projeto que demorou um certo tempo, foi um desafio fazê-lo. A gente decidiu não apenas viabilizar a fase inicial, como a fase da exposição. [...]
Essa é a dimensão daquilo melhor que o homem faz, que é a arte e a cultura, que são transformadores”, afirma.
Ainda, Barreto explicou a importância da Lei de Incentivo à Cultura para realização de projetos como o museu: “A Lei Rouanet é reconhecida pela Unesco como uma ferramenta de promoção da cultura. A gente acredita muito nessa ferramenta para a aproximação da sociedade civil. [...] É uma ferramenta de estado exemplar em relação ao mundo”.
O Museu Boulieu possui uma área de 400m² para exposição no pavimento superior (6 salas) e, no térreo, com saguão de entrada, bilheteria, café/loja, sala multiuso, sala do Educativo, espaços administrativos e reserva técnica. “Entregar esse museu é uma conquista enorme [...]. É um museu muito especial, dentro do campo de museus que temos no Brasil. É um museu que permite olhar para fora do que nós somos, compreender um pouco do que somos a partir de uma mirada internacional. [...] Mais que um museu que trabalha a arte sacra, que trabalha o barroco, é um museu que permite pensar no mundo em que vivemos e no processo histórico que construiu esse mundo”, ressalta Luiz Fernando, presidente do Instituto Pedra.
Jornal O Liberal
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