Você sabia que a nanotecnologia também pode ser usada na produção de cosméticos? Confira o que a ciência diz sobre os riscos e benefícios da chamada ‘nanocosmética’
Não é segredo que cada vez mais a produção de cosméticos tem se baseado em tecnologias para aumentar a sua eficácia e apresentar melhores resultados, mas dentre as tecnologias testadas uma das que vem ganhando mais destaque é o uso da nanotecnologia.
“A nanotecnologia é um ramo da ciência que estuda a manipulação de materiais em nanoescala, o que abre margem para a criação de ingredientes nanoestruturados para a produção de cosméticos, o que ajuda a melhorar seu desempenho” Explica a cosmetóloga e pesquisadora, Daniela Lopez.
A tecnologia já vem sendo utilizada para a produção de cosméticos, em especial nos destinados ao rosto, há algum tempo, no entanto, a nanocosmética é relativamente nova e cada vez mais pesquisas apontam seus resultados, mas também alertam sobre os cuidados com o seu uso.
Os benefícios da nanocosmética
A nanocosmética traz várias vantagens em relação à produção tradicional de cosméticos pela sua capacidade de manipular os componentes em escalas menores aumentando sua capacidade de penetrar na pele e agir de forma mais focada.
“O uso da nanotecnologia na cosmética ajuda a ampliar as propriedades dos produtos, como aumentar seu tempo de atuação, capacidade de penetração na pele e adesão, além de ser uma tecnologia bastante útil para tratamentos anti-envelhecimento” Ressalta Daniela sobre os benefícios da nanocosmética.
Cuidados necessários com o uso da nanotecnologia nos cosméticos
Apesar dos efeitos positivos no uso da tecnologia em produtos cosméticos, diversas pesquisas também alertam sobre alguns cuidados que devem ser tomados, como o artigo “Nanotechnology in Cosmetics and Cosmeceuticals—A Review of Latest Advancements” publicado pela Multidisciplinary Digital Publishing Institute (MDPI), que alerta sobre os possíveis riscos do uso da tecnologia.
“As nanopartículas representam sérios riscos à saúde dos seres humanos devido à sua potencial toxicidade o que pode depender ainda mais da quantidade, rota e tempo de exposição das nanopartículas [...] experimentam maior reatividade química, resultando em aumento da produção de espécies reativas de oxigênio (ROS), incluindo radicais livres [...] a ingestão de nanomateriais pode ocorrer acidentalmente através da transferência da mão para a boca ou pode ser ingerida intencionalmente. Após a ingestão, uma quantidade moderada das nanopartículas pode ser tomada pelo corpo e mover-se para órgãos e tecidos vitais, causando efeitos colaterais” Afirma o artigo.
No entanto, a cosmetóloga Daniela Lopez afirma que as nanopartículas utilizadas na produção dos cosméticos passam por vários processos de testagem e regulação a fim de garantir a sua segurança e evitar efeitos tóxicos.
“As nanopartículas só afetam o organismo se usadas indiscriminadamente e sem os cuidados necessários, o que não acontece com a nanocosmética, que é utilizada há anos de forma segura, por isso, se um produto foi aprovado em todas as diretrizes para venda e distribuição, não há o que temer”.
Daniela Lopez
Cosmetóloga, graduada em Estética e Cosmetologia pela Universidade Braz Cubas, técnica em Estética Facial e Corporal pelo SENAC. Especialista em estética e cosmetologia avançada UNIFESP.
Membro do comitê científico internacional de estética e Cosmetologia, Instrutora do Treinamento de Anatomia em Cadáveres Fresh Frozen, Diretora da Fesesp - Federação de Serviços e Confederação Nacional de Serviços.
Dário Gilson | MF Press Global
Nenhum comentário:
Postar um comentário