Amigos de longa data, o monge budista Matthieu Ricard (considerado o homem mais feliz do mundo), o filósofo Alexandre Jollien e o psiquiatra Christophe André se reuniram durante nove dias, em uma casa no meio de uma floresta na Dordonha, na França, para conversar. O resultado é o livro “O Caminho da Sabedoria”.
Tomando um chá quente, com a lareira acesa, esses três sábios da atualidade divagaram sobre temas profundos e essenciais do ser humano, tais como: qual seria a principal motivação para uma pessoa viver, a análise da natureza do ego e das dificuldades que o apego a ele representa, o aprendizado sobre a convivência com as próprias emoções, a importância de silenciar a mente e escutar o outro e o mundo, a relação com o corpo físico, o sofrimento, o perdão e a busca pela verdadeira liberdade.
Os amigos deixaram a conversa fluir, livre de dogmatismos ou fórmulas fáceis. As respostas incitam a reflexão e, mais do que respostas prontas, levantam questionamentos.
“Não queríamos um manual que ditasse lições, mas um livro que falasse das nossas convicções e da nossa experiência. Considerávamos que nossas três trajetórias, tão diferentes, nossas três profissões, talvez permitissem um cruzamento fértil de pontos de vista sobre os grandes assuntos que interpelam o ser humano quando ele reflete sobre a maneira como leva a vida”, diz Matthieu.
Seu cérebro foi monitorado durante o estado de meditação profunda, e descobriu-se que ele tem uma capacidade incrivelmente anormal de sentir felicidade e uma propensão reduzida para a negatividade.
Alexandre tem deficiência física e considera que “a enfermidade, longe de ser um fardo, pode se tornar um fabuloso campo de treinamento. Se eu a considerar como algo penoso, só me resta me matar agora mesmo. É melhor considerá-la um caminho possível em direção à sabedoria. Mas, cuidado, não é o sofrimento que engrandece, mas o que fazemos com ele. Desconfio sempre dos discursos que se apressam a justificar as provações”.
Christophe diz: “Sou profundamente inquieto, pessimista, introvertido. É por isso que costumo falar de mim nos meus livros: não por narcisismo, mas para revelar os esforços que devo fazer para me afastar de uma vida tranquila e perfeita demais”.
O Tempo
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