sábado, 24 de julho de 2021

Renato Gaúcho

 

Treinador mental explica a mudança de comportamento do Flamengo com Renato Gaúcho

 

A torcida do Flamengo está em lua de mel com o novo comandante do time. Treinador mental mostra como a chegada de Renato Gaúcho trouxe uma renovação ao time após uma série de derrotas.

 

Renato Jesus ou Jorge Gaúcho? Fato é que a primeira partida do Renato Portaluppi no comando do Flamengo trouxe aos torcedores as melhores lembranças (e as inevitáveis comparações) com o treinador que marcou época no clube em 2019. O técnico, que teve uma carreira vitoriosa no time como jogador, chegou ao Ninho do Urubu com suas características peculiares: palavras fortes, autoconfiança e comando do vestiário.

 

Em campo, a chegada do novo comandante mostrou como sua presença já tem feito a diferença. “Não adianta praticar futebol bonito e perder”, foram as palavras do técnico no dia da sua chegada. No último domingo, o Flamengo venceu o Bahia por 5 a 0, o que despertou a atenção dos torcedores nas redes sociais, que exaltaram a mudança de comportamento notável do time já no segundo jogo com Renato no comando. Como as coisas mudaram assim da água para o vinho?

 

Com a palavra, o treinador mental de atletas de alto rendimento, Lincoln Nunes: “Na verdade, as coisas não mudaram, o que acontece é que o Renato (Gaúcho) consegue ativar os jogadores de uma forma bem diferente e dentro dos conceitos do trabalho mental esportivo”. Como pode-se ver, o estilo de Renato Gaúcho promete alegrar muito a torcida rubro-negra: “A passagem vitoriosa dele pelo Grêmio mostrou que ele é uma pessoa diferenciada. Sabe comandar os atletas, buscar o melhor de cada um deles e incentivá-los sempre buscando a vitória. Foi assim que ele conseguiu muitos títulos e certamente fará a diferença nessa nova fase da carreira”, reforça Lincoln. Além disso, “inevitavelmente haverão as comparações com Jorge Jesus, mas é importante entender que cada um tem sua personalidade, e Renato tem tudo para mostrar suas qualidades neste trabalho”, completa.

 

O preparador de atletas trabalha com estrelas do UFC, como Pedro Munhoz e também treina atletas olímpicos, como é o caso de Guilherme Costa, que disputa já neste sábado uma medalha nos Jogos Olímpicos de Tóquio. Outros atletas, do mundo do futebol e da velocidade também fazem parte da tutela do treinador mental.


De campeão olímpico a uma fase ruim: o que aconteceu com Luan pode acontecer com outros atletas?

Momento ruim do atleta pode ser explicado através de análise mental e comportamental, revela o treinador Lincoln Nunes.

 

A má fase do jogador Luan desde o final do vínculo do Grêmio até o momento no Corinthians tem chamado a atenção de torcedores, jornalistas e, principalmente, dos treinadores mentais. Afinal, por que um jogador com um currículo de peso: campeão olímpico e da Libertadores, Rei da América e autor do gol da final pôde decair tanto em rendimento em tão pouco tempo?

 

Para o treinador mental de atletas de alta performance, Lincoln Nunes essa pergunta envolve alguns fatores que precisam ser considerados antes de ser respondida: “Pressão, perda de propósito, autossabotagem, crença de merecimento, problemas pessoais ou um misto de tudo? Na verdade, não é tão fácil analisar como parece”, garante.

 

“Para começar, não dá para a gente apontar um fator determinante para ele, mas o que é possível é traçar um perfil dos seus ‘bloqueadores’. Ainda há possibilidade de, simplesmente, o atleta pode ter perdido o propósito em algum momento da trajetória. Por mais que as pessoas acreditem que o jogador de futebol já tem tudo. Porém, isso é recorrente com os futebolistas que vieram de baixo e num estalo conquistam muitas coisas. É complicado lidar com essas mudanças”, observa Lincoln.

 

A questão emocional de um atleta envolve tantos detalhes, que até a mudança de ambiente onde vive pode ser crucial para seu desenvolvimento, revela o treinador: “A mudança do Sul para São Paulo também é um fator determinante, principalmente emocional. Se você não está preparado para uma mudança de rotina… demora para se compreender essa quebra de rotina. Além de outras coisas, como jogar no clube do coração. Todas essas opções devem ser colocadas na mesa quando trabalhamos com mentalidade e comportamento dos atletas”.

 

A título de curiosidade, o jogador, durante sua melhor temporada (2016-2017), teve o ano marcado pelo título da Copa Libertadores, e fez 21 gols e 14 assistências em 65 jogos. No momento seguinte, já no Corinthians, em suas duas primeiras temporadas, foram oito gols e assistências em 55 jogos. Sobre estes dados e a queda brusca de rendimento, Nunes destaca: “Grêmio e Corinthians são gigantes, mas a cobrança em São Paulo é muito maior.

 

Ainda tem a questão do valor em que o atleta foi negociado, são quase 30 milhões. Tudo isso, volta ao detalhe central: a sensação de não merecimento. No entanto, para entender o que realmente afeta o atleta, são necessárias algumas sessões. Ele precisa aceitar uma ajuda extra, algo que será positivo tanto para a carreira quanto pessoalmente a longo prazo”, conclui Lincoln.


 

 
 

Créditos de: Divulgação / MF Press Global 


Jennifer de Paula 

Suporte MF Press Global 

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