Campanha #CadêMinhaCasa quer conscientizar a população sobre a realidade das mais de 19 mil famílias despejadas desde o início da pandemia
Imagine acordar um dia e ser obrigado a sair de sua casa. Essa situação é realidade de quase 20 mil famílias em todo o país que perderam suas casas durante a pandemia da Covid-19. Para dar rosto e voz a algumas dessas famílias, a Habitat para a Humanidade Brasil lança a campanha #CadêMinhaCasa. A Campanha tem como objetivo gerar visibilidade para a causa dos despejos no Brasil, contando como acontecem, quem são as pessoas afetadas e o que a sociedade pode fazer para mudar a situação. Ao despertar a atenção da população pelo toque da realidade, a campanha busca mobilizar um movimento de apoio a famílias em situação de vulnerabilidade. O conteúdo pode ser acessado nas redes sociais e site da organização.
As profundas desigualdades sociais já existentes no país foram agravadas com a pandemia do coronavírus, que aumentou o desemprego e a crise econômica no país. E assim se formou a tempestade perfeita. O já acentuado déficit habitacional brasileiro que, segundo a Fundação João Pinheiro é de 5,8 milhões de residências, ganha contornos mais trágicos com mais de 93 mil famílias ameaçadas de despejo no país. O número também abrange moradias precárias, sem acesso a saneamento básico, água e políticas públicas dignas.
“É necessário que a população entenda que o direito à moradia digna é um direito constitucional. Ver famílias morando nas ruas, sem acesso a condições dignas de sobrevivência deveria chocar, mas, infelizmente, é encarada com uma normalidade aterradora. A campanha busca sensibilizar e educar a população sobre o tema e promover um movimento de luta e defesa dos direitos dessas pessoas”, destaca Socorro Leite, diretora executiva da Habitat para a Humanidade Brasil.
A campanha contará histórias de pessoas como Tainá Dias e Dona Sebastiana, de Manaus, que se encontraram na luta pelo direito à moradia. Moradoras da Ocupação Alcir Matos, no centro da capital, que reúne 52 mulheres e suas famílias, batalham para que o prédio abandonado seja requalificado como habitação de interesse social.
A história segue os mesmos passos da pernambucana Priscilla Santos. Forçada a abandonar sua casa quando adolescente junto com a mãe e um irmão por constantes episódios de violência doméstica, vive hoje no conjunto Residencial Zeferino Agra, em Recife. A construção do prédio é fruto da luta das famílias que ocuparam um terreno abandonado na cidade. Hoje, Priscilla é formada em serviço social.
“Mulheres e crianças são as principais vítimas da falta de políticas habitacionais que priorizem a construção de moradias de interesse social. É inspirador ver a luta das pessoas por moradia digna e todos os impactos positivos que advêm dessas vitórias populares. Quando falamos de políticas públicas, falamos da garantia de um direito, mas também de oportunidades econômicas para o país”, reforça Socorro.
Para conhecer essas e outras histórias, acesse: habitatbrasil.org.br/cademinhacasa.
Sobre a Habitat para a Humanidade Brasil
Habitat para a Humanidade Brasil é uma organização da sociedade civil que, desde 1992, atua para combater as desigualdades e garantir que pessoas em condições de pobreza tenham um lugar digno para viver. Presente em mais de 70 países, a organização promove incidência em políticas públicas pelo direito à cidade e soluções de acesso à moradia, à água e ao saneamento, em articulação com diversos setores e comunidades.
Informações para imprensa
Matheus Zanon
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