Genoveva Ribas Claro
Analisando os efeitos desse cenário pela visão da Neurociência, a ciência do cérebro, entra em cena a neuroplasticidade, ou seja, as transformações cerebrais contínuas com as experiências de vida.
O cérebro humano é informado sobre o mundo exterior por vias sensoriais - visão, audição, tato, olfato e paladar – e a elas reage. Tais reações passam, obrigatoriamente, por dimensões emocionais. Assim, ansiedade, medo e estresse são emoções oriundas do cérebro límbico – emocional – tendo em vista as informações sensoriais geradas no mundo externo. Estatísticas de quantas pessoas foram infectadas pelo coronavírus e morreram; número de contaminados e foram curados; dificuldades financeiras de empresas que demitem seus colaboradores, etc... Tais informações provocam, inevitavelmente, um estresse elevado que acarreta em traumas emocionais. Conceitua-se estresse como uma reação bioquímica que acontece no organismo humano tendo em vista uma situação que cause ansiedade ou medo.
No tempo futuro pós-coronavírus é de se deduzir com raciocínio lógico, que o estresse pós-traumático acompanhará a vida de muitos. Dentro da maior brevidade de tempo, com o anúncio de que a quarentena terminou, para a alegria de todos, o álcool em gel e as máscaras provavelmente continuarão na vida de alguns. Nas filas o espaço de dois metros entre as pessoas certamente ainda será observado. E assim será em outras situações congêneres. Mas tal fato também será temporário. O cérebro tem a grande capacidade de se acomodar ao mundo novo e tudo voltará a ser como era antes.
O mundo pós-coronavírus pode ter mudado para os seres humanos. Cada qual, com o seu jeito próprio de ser, relacionar-se-á com a sua realidade. No entanto a Terra, como ponto azul no espaço continuará, silenciosamente, com seus movimentos infinitos. Agora, porém, com uma atmosfera mais pura, com os rios menos poluídos e, oxalá, com seus habitantes mais solidários.
Ivo Carraro é psicólogo e coordenador do Centro de Atendimento Psicopedagógico do Centro Universitário Internacional Uninter.
Genoveva Ribas Claro é professora da Escola Superior de Educação – ESE – do Grupo UNINTER.
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