Conscientização ambiental relembra o impacto das embalagens plásticas no mundo; empresas eco friendly saem na frente com produtos livres do componente
CURITIBA, 13/07/2021 – A poluição de ecossistemas é um assunto tão atual quanto urgente. Só nos oceanos, o plástico já é um problema gigantesco, com ilhas de embalagens flutuando pelo Pacífico. O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) revelou que, anualmente, cinco trilhões de sacolas plásticas de uso único são utilizadas no mundo. E quando esse dado é aliado ao fato de alguns tipos de plástico levarem mais de 450 anos para se decompor, os resultados são alarmantes.
Buscando conscientizar a população, a ONG australiana Plastic Free Foundation vem realizando há dez anos a campanha Plastic Free July. Funciona como um desafio: o “Julho Sem Plástico” atenta às pessoas para essas embalagens de uso único, que criam um volume muito grande de detritos e servem para muito pouco. Canudos plásticos, sacolas de compras, copos de plástico e garrafas descartáveis são alguns dos produtos que a campanha destaca como prejudiciais e que podem ser evitados. O objetivo é aproveitar o desafio para mostrar aos consumidores como é capaz adaptar a rotina para reduzir os plásticos.
Diversas empresas já estão atentas a esse tipo de problema, readaptando suas embalagens e mesmo a composição dos produtos. A startup Verdê, voltada à curadoria de produtos eco friendly e veganos, faz uma seleção de diversas marcas do ramo de beleza e higiene que destacam esta preocupação. “Queremos atrair todas as pessoas que tenham interesse em proteger o meio ambiente, com atitudes e compras que beneficiem sua saúde e o planeta”, explica Mariana Alves, uma das sócias da startup. O site da Verdê (www.lojadaverde.com.br) reúne mais de 30 marcas nacionais e importadas como Prema, The Humble Co. e Herbia, entre outras.
Embalagens ecológicas
A marca Cativa Natureza trabalha com embalagens ecológicas em muitos produtos. Os sabonetes de argila, por exemplo, são envoltos em plástico biodegradável e embalados em papel biodegradável. A Prema Bio Cosméticos também tem essa preocupação, lançando shampoos sólidos (como o de Lavanda e Pracaxi ou Laranja e Aroeira) com embalagens de papel reciclado. O mesmo material embala o sabonete natural de erva doce da Sal Da Terra, enquanto os sabonetes em barra da Verdi Natural são embrulhados em papel celofane vegetal.
Itens da higiene bucal também são alvo de preocupação. Ainda que alguns produtos não tenham descarte imediato, quando jogados fora causam grande impacto. A empresa The Humble Co., por exemplo, tem uma linha de escovas de dente feitas de bambu, que podem facilmente substituir as de plástico e não agridem o meio ambiente, com decomposição muito mais rápida. A marca tem ainda o fio dental vendido na embalagem de papel.
Itens para remoção de maquiagem, geralmente de algodão, podem parecer deslocados desta lista – mas seus recipientes, não. E o uso contínuo requer cada vez mais pacotes. Uma solução é o uso de toalhas faciais, como a da marca Herbia. Com um pouco de água, pode-se remover a maquiagem sem uso de demaquilante, eliminando ainda sujeiras da pele, e pode ser usada por até seis meses.
Itens infantis
Um dos mercados que mais utiliza de plástico e que muitas vezes passa despercebido é o de produtos infantis. Das fraldas aos brinquedos, há um gasto enorme do material, alguns de uso único. As fraldas descartáveis, produzidas com petróleo, celulose de monocultura e partes plásticas, levam mais de 450 anos para se decompor. A empresa Bebês Ecológicos é pioneira no país na produção de fraldas sustentáveis. São itens laváveis e ajustáveis, que o bebê pode usar por muitos meses, combinados a absorventes que podem ser trocados e lavados, e até capas protetoras antivazamentos.
“Existem itens dos quais até esquecemos que têm plásticos, como os brinquedos”, explica Mariana da Verdê. No site, encontra-se a sessão Verdê Kids, com produtos para os pequenos. Além das fraldas da Bebês Ecológicos, há brinquedos de papel e de madeira, que causam um impacto muito menor do que os equivalentes de plástico quando descartados. A marca isralenese Krooom tem quebra-cabeças e figuras de montar feitos de papelão durável 100% reciclável e tinta atóxica. Já a Lume Brinquedos tem peças de encaixar feitos de madeira maciça. A própria Verdê conta com um brinquedo feito todo de algodão e fibra ecológica de garrafas PET recicláveis: A Feirinha Orgânica Passeio, com frutas e verduras de crochê para brincar e educar sobre uma vida mais sustentável.
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