domingo, 15 de agosto de 2021

120 ANOS DE PEDRO ALEIXO: SOLENIDADE HOMENAGEIA A MEMÓRIA DO EX-PRESIDENTE

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Mariana
02 de agosto de 2021

Por Karina Peres

Marcado como uma das figuras mais importantes do folclore político brasileiro, foi celebrado neste domingo (01), a memória do marianense e ex-presidente da república, Pedro Aleixo. A solenidade aconteceu na Sede da Associação dos Amigos de Pedro Aleixo, em Bandeirantes, distrito onde o político nasceu.

A cerimônia foi organizada pelo desembargador Caetano Levi Lopes, presidente de honra do Instituto Roque Camêllo, em parceria com a presidente executiva do Instituto, Merânia Camêllo, e da  presidente da Associação dos Amigos do Memorial Pedro Aleixo, Edna Fonseca. O prefeito interino de Mariana, Juliano Duarte, foi convidado para participar da homenagem, onde agradeceu a oportunidade e disse ter planos para a construção de um mausoléu em homenagem à Pedro Aleixo. “É muito importante valorizar as pessoas da nossa cidade que tiveram uma grande importância no cenário nacional, muitos marianenses não conhecem a história de Pedro Aleixo. É uma honra estar aqui nesta homenagem, eu digo que a Prefeitura de Mariana está de portas abertas para firmar parcerias para construir um mausoléu para ele, aqui em Bandeirantes”, afirmou Juliano. 

Mas quem foi Pedro Aleixo?

Apesar de ser um dos marianenses mais importantes da história, os feitos de Pedro Aleixo ainda são desconhecidos para muitos. Nascido no dia 1° de agosto de 1901, casado e pai de três filhos, foi advogado, professor e jornalista, sendo um dos fundadores do jornal Estado de Minas. Começou sua carreira política em 1927, após ser eleito para o conselho municipal, hoje Câmara de Vereadores de Belo Horizonte. Ao mesmo tempo, exercia também as funções de professor na Universidade de Minas Gerais, além da direção do jornal que fundou.

Em 1934, foi eleito deputado, e três anos depois, se tornou presidente da Câmara dos Deputados. Na época, Getúlio Vargas era o presidente do Brasil, e foi o responsável por instaurar o Estado Novo, que para muitos estudiosos, teria marcado o início da ditadura no Brasil. Com o congresso fechado, Pedro Aleixo ficou afastado da área política, mas voltou em 1945, quando fundou o partido União Democrática Nacional (UDN). Em 1947, se tornou deputado estadual e posteriormente, em 1958, foi eleito deputado federal. Em 1966 exerceu o cargo de ministro da Educação e Cultura no governo Castelo Branco e no mesmo ano, se tornou vice-presidente da república na chapa do marechal Artur da Costa e Silva. 


O presidente Pedro Aleixo

Após Costa e Silva sair do país em uma viagem ao Uruguai, entre os dias 11 e 14 de abril de 1967, Pedro Aleixo assumiu a presidência do Brasil. Porém, em 1969, quando o atual presidente do país foi afastado devido a problemas de saúde, Aleixo foi impedido de assumir o comando do Brasil, de modo que o poder foi assumido por militares que posteriormente transmitiram o comando para Emílio Garrastazu Médici. Depois disso, ele não voltou a exercer nenhum papel político, e faleceu em 3 de março de 1975. A reparação do fato só veio em 2011, quando a Lei nº 12.486 reconheceu Pedro Aleixo como presidente da República Federativa do Brasil.

Apoio à ditadura?

Existem diversas teorias sobre o papel que Pedro Aleixo teria exercido em relação ao golpe militar de 1964. À BBC News Brasil, o professor de História da Universidade Federal de Minas Gerais, Rodrigo Patto Sá Motta afirmou que: “ele pertencia à ala de figuras que aceitaram o golpe, mas ao mesmo tempo não desejavam uma ditadura sem limites. Era uma espécie de liberalismo autoritário, a favor da repressão à esquerda, mas que desejava garantias para a opinião política moderada”, disse.


Ainda segundo a BBC, no entanto, Aleixo teria sido parte importante do golpe e da sustentação do governo. Como líder da oposição a João Goulart na Câmara, ele teria participado ativamente das articulações entre civis e militares pela derrubada do então presidente, que a justificaram dizendo que a Constituição estava sob ameaça das propostas socialistas do governo. Apesar de um suposto apoio à ditadura, Pedro Aleixo também marcou seu nome na história política por ter sido o único membro do conselho a votar contra a instituição do Ato Institucional 5, o AI-5. “O conteúdo do AI-5, no entanto, era um limite que Aleixo não podia ultrapassar, dizem pesquisadores. Como liberal, diz Martins Filho, Aleixo tinha certos princípios, todos eles atingidos pelo AI-5: autonomia dos municípios e Estados em relação ao poder central, a independência dos poderes, garantias a direitos individuais”, afirmou a BBC.

Jornal O Liberal

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