Isabella Nalon explica como a questão é fundamental nos projetos residenciais, como também os residenciais;
Para a profissional, design e conforto devem seguir pari passu na composição dos ambientes
Considerar as questões de ergonomia no mobiliário de projetos de ambientes profissionais e residenciais implica em propiciar mais conforto e qualidade de vida às pessoas | Foto: Julia Herman
Ergonomia significa ‘normas de trabalho’ e a origem do termo vem da união de duas palavras do grego: ergon (trabalho) e nomos (normas). Em linhas gerais, trata-se do estudo que avalia o relacionamento entre o homem e o trabalho, equipamento e meio ambiente e tem como foco adaptar o trabalho ao ser humano, ao invés de um pensamento ao contrário.
A ergonomia humana é um dos primeiros pontos em qualquer planejamento de mobiliário. No ambiente, todas as peças eleitas precisam girar em torno das atividades das pessoas e um projeto precisa atender demandas específicas, além de fornecer características atreladas à funcionalidade, bem-estar e segurança. “Ter a compreensão das características dos corpos humanos é fundamental. Arrisco a dizer que, sem ergonomia não existe projeto de mobiliário, pois são os insumos que dão sustentação ao espaço que criamos”, afirma a arquiteta Isabella Nalon, à frente do escritório que leva o seu nome.
Em casa, a ergonomia deve estar presente, inclusive, em projetos de cozinha. No caso dessa, executada pela arquiteta Isabella Nalon, a marcenaria facilita o acesso aos utensílios domésticos: assim o morador não precisa fazer muito esforço alcançar o que se deseja | Foto: Julia Herman
Ergonomia para móveis residenciais
Na cozinha, a ergonomia é fundamental. Deve-se calcular o espaço que compreende a abertura das portas, a altura da bancada e dos armários em relação ao piso, de acordo com as necessidades funcionais do cliente: assim, poupa-se esforços na hora de preparar ou servir refeições. Em linhas gerais, o balcão de preparo de alimentos deve ter entre 90cm a 94cm de altura. Já na bancada de refeições, duas referências: com o uso de cadeiras, deve-se estimar 75cm e, para banquetas altas, uma variação de 90 cm e 1,10m.
Nos balcões inferiores, a arquiteta sugere optar por gavetões em detrimento às portas, pois evita-se a necessidade de agachar para alcançar algum utensílio. Pensando nos armários superiores, a indicação é fugir das portas inacessíveis depois de abertas. “É valioso lembrar que as medidas devem ser adaptadas em caso de necessidades especiais”, ressalta.
A ergonomia prioriza a comodidade. Na sala de esta, entre o sofá e a televisão, a arquitetura de interiores analisa a distância adequada para a acuidade visual dos moradores | Foto: Julia Herman
Na sala de estar, o sofá precisa ser posicionado de forma a possibilitar uma boa visão da tela da televisão, propiciando uma boa postura ao morador. No dormitório, por sua vez, os armários devem oferecer altura proporcional ao morador, de modo a não gerar lesões, assim como as camas – no caso dos idosos, por exemplo, a indicação é que sejam um pouco mais baixas para que os pés se apoiem completamente no chão durante o movimento de se sentar. “O objetivo de toda essa análise é facilitar a movimentação dos usuários dessa faixa etária. E com as crianças, nosso olhar está voltado para a adaptação das medidas de segurança dos pequenos”, enfatiza Isabella.
Na sala de jantar, a definição de mesa e cadeiras leva em consideração a análise das alturas das peças. Com isso, amplia-se a comodidade no momento das refeições | Foto: Julia Herman
Ergonomia para móveis de escritório
No mundo corporativo, a escolha dos móveis impacta diretamente na produtividade dos colaboradores, reduz o índice de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, além de reduzir o desconforto e o cansaço. As empresas têm a responsabilidade de promover um ambiente ergonomicamente adequado e, quando se projeta um ambiente de trabalho, um dos aspectos mais significativos é a especificação do mobiliário – mesas, cadeiras, volantes, armários e demais acessórios –, pois é nesse local que o trabalhador passa a maior parte do seu dia. “A postura incorreta é causadora de problemas nas costas e outras questões ocupacionais”, enfatiza a profissional.
Realidade nas residências brasileiras, o home office deixou de lado o improviso: de acordo com a realidade de cada um, é plenamente possível dispor as condições que influenciam diretamente no bom desempenho nas atividades durante o expediente profissional | Foto: Julia Herman
- Mesas: Bancadas, mesas e painéis determinam as condições de boa postura, visualização e operação, além de disponibilizar as características compatíveis com o tipo de atividade, a distância requerida dos olhos ao campo de trabalho e a altura do assento.
No projeto, a área de trabalho requer fácil alcance e visualização, além de atributos dimensionais que viabilizem o posicionamento e movimentação adequada;
Ainda nesse quesito, é fundamental que a altura do vão abaixo do tampo da mesa permita que as pernas fiquem livres e confortáveis e seu revestimento seja fosco, evitando assim o reflexo direto da luz ambiente. “Outro ponto imprescindível é o espaço na superfície para execução das tarefas, pois se for muito diminuto, certamente causará incômodos”, comenta Isabella;
- Cadeiras: Os modelos adaptáveis e reguláveis para a altura do assento e do encosto são as sugeridas para os ocupantes que trabalham com computador. Na anatomia da peça, também é primordial dispor de apoio para os braços, rodízio de cinco patas e atenção com a espuma e revestimento;
- Acessórios: Para as atividades profissionais realizadas na posição sentada, a depender da estatura do usuário, poderá ser necessário o uso de um suporte para os pés que adaptará o comprimento da perna e, por consequência, que os pés não fique ‘soltos’. O apoio deve ter um tamanho de superfície suficiente para acomodar os dois pés, ser antiderrapante e ter regulagem de inclinação.
- Equipamentos: No ambiente de trabalho, mobilidade é palavra de ordem: a tela do computador necessita se ajustar com a iluminação do ambiente e proporcionar ângulos corretos de visibilidade; o teclado deve ser independente e ajustado de acordo com as tarefas a serem executadas. “O ideal é que tela, teclado e suporte para documentos sejam colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento fiquem aproximadamente iguais”, orienta a arquiteta.
Ela ressalta que toda aquisição de mobiliário certificado precisa acompanhar as normas da ABNT, a NR-17 (Norma Regulamentadora do Ministério do Trabalho), além de considerar o Selo FSC, sistema de certificação florestal que assegura a origem da madeira. Pensar nessas funcionalidades ajuda a criar projetos mais consistentes com a realidade e as necessidades do cliente. “Os móveis podem promover otimização do espaço, potencializar a praticidade no dia a dia e aumentar a sensação de bem-estar. Além de claro, deixar o imóvel mais bonito”, conclui.
Sobre a arquiteta Isabella Nalon
Com uma carreira sólida e experiência proveniente de mais de 20 anos de trabalho, Isabella Nalon percorreu uma trajetória de muitos estudos e pesquisas na área de Decoração e Arquitetura. Sua experiência atuando como arquiteta na Prefeitura da cidade de Münster, na Alemanha (1997), ajudou a criar uma visão plural e ampla de diferentes culturas e públicos, o que se tornou um diferencial em seu percurso profissional. Em 1998, inaugurou seu escritório em São Paulo e se especializou em projetos arquitetônicos residenciais, comerciais e de decoração de interiores. Frequentemente, tem projetos reconhecidos e publicados por renomados portais e revistas de arquitetura e decoração, consolidando o escritório na lista dos mais importantes da capital paulista.
Instagram: @isabellanalon
Site: www.isabellanalon.com
Linkedin: Isabella Nalon
Setembro/2021
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