quarta-feira, 24 de agosto de 2022

MUSEU DA INCONFIDÊNCIA CELEBRA 78 ANOS COM LANÇAMENTO DE DOCUMENTÁRIO

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Ouro Preto
24 de agosto de 2022

Na ocasião, também foi comemorado os 80 anos de criação do Panteão dos Inconfidentes

Por Lucas Porfírio  

Fundado em 11 de agosto de 1944, o Museu da Inconfidência completou 78 anos de existência. Em comemoração à data, nesta terça-feira (23), no anexo do museu, foi lançado o documentário “20 Giros: o Relógio do Museu da Inconfidência”. Além disso, os presentes puderam assistir uma apresentação musical com o quarteto da Academia Orquestra Ouro Preto. 

Conhecido por sua arquitetura suntuosa, o prédio da Antiga Casa de Câmara e Cadeia de Vila Rica, na Praça Tiradentes, abriga, desde 1942, o Panteão dos Inconfidentes. “O Museu da Inconfidência por si já é bastante reconhecido. Prova disso é a visitação nos últimos meses de, aproximadamente, 30 mil pessoas. Além de ser um museu importante não somente para cidade, mas para Minas Gerais e para o Brasil. Ele guarda um acervo ligado não só a Inconfidência, mas toda a vida e cultura material do Brasil Colônia”, afirmou o diretor do museu, Alex Calheiros. 

Para Calheiros, celebrar as datas é importante por se tratar de um momento de reestruturação da instituição: “Como todo museu, ele também tem que ser premido pelas solicitações de seu tempo. Então, a gente tem um projeto novo de reestruturação do museu, sobretudo das suas narrativas, tentando atender a demanda de vários grupos que ainda não se sentem representados nesse museu, principalmente questões raciais, de gênero e culturalmente mais diversas”. 

O evento contou com a participação de diversas autoridades, dentre elas o presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Pedro Machado Mastrobuono. “Esse é um aparelho cultural da maior importância. Nosso grande prazer em estar aqui, não só pela importância da data, mas de ver a retomada do museu com uma visitação expressiva. A retomada, também, da função social do museu, já engajado em uma série de releituras, de mudança de paradigmas de como ele vai apresentar o seu conteúdo e vai atuar na sociedade em que está inserido. É tudo muito gratificante”, relatou Mastrobuono. 

Também esteve presente nas comemorações a atual Secretária de Cultura e Turismo e ex-diretora do Museu da Inconfidência, Margareth Monteiro. “É com muita emoção que eu venho junto a equipe do museu comemorar o aniversário dessa instituição museológica tão importante para o Brasil. Ver o Museu da Inconfidência comemorar 78 anos em plena atividade e em plena renovação é um orgulho muito grande, porque eu estive aqui por muitos anos, por muitas décadas. O museu é o que todo museu deve ser, um museu ativo, dinâmico e inclusivo”, pontuou monteiro. 

Lançamento do documentário “20 Giros: o Relógio do Museu da Inconfidência”

Marcando o aniversário da instituição museal, foi exibido o documentário “20 Giros: o Relógio do Museu da Inconfidência”, produzido pelo Projeto Memória Institucional do Museu da Inconfidência. O filme conta a história do relógio do museu, conhecido por toda a população ouro-pretana e visitantes, e de Geraldo Alves Fernandes, cuidador do relógio. 

Popularmente chamado de “senhor Itatiaia”, Geraldo Fernandes, é responsável por fazer a manutenção e cuidar do relógio do Museu da Inconfidência há mais de 30 anos. “Eu agradeço a oportunidade de participar do vídeo. Não podemos deixar que esse relógio pare. A voz do relógio é a voz do nosso tempo passado”, afirmou senhor Itatiaia. 

O filme documentário pode ser assistido nas redes sociais do Museu da Inconfidência. 

Doação do testamento de Marília de Dirceu

Em celebração ao aniversário do Museu da Inconfidência, o Prefeito de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, doou para instituição o testamento de Marília de Dirceu, falecida em 1853, que possui seus restos mortais depositados no Panteão dos Inconfidentes. O documento encontrava-se no arquivo pessoal do historiador Nelson de Sena, que foi diretor do Arquivo Público Mineiro. 

 “Dona Letícia Nelson de Sena me passou esse documento para ser entregue ao Museu da Inconfidência. É uma alegria muito grande para Ouro Preto receber o testamento de Marília de Dirceu como uma peça importantíssima para os arquivos do Museu da Inconfidência. Agora, temos também, além de um bordado que ela fez e pertence ao museu, esse testamento em que ela deixa todos os seus bens para o médico Anacleto Queiroga. Uns dizem que ele era seu afilhado e sobrinho, outros dizem que era seu filho”, relatou Angelo Oswaldo. 

Reestruturação da parte administrativa

Na ocasião, o diretor do Museu da Inconfidência, Alex Calheiros, explicou que a instituição está passando por mudanças em sua área administrativa. Como trata-se de um museu federal, ele deixa de ser uma unidade gestora, passando a ser gerido pelo escritório do Ibram em Minas Gerais, podendo focar em sua atividade finalística de receber o público e desenvolver projetos. 

“O Museu da Inconfidência era o único museu federal em Minas que tinha autonomia na sua gestão. Agora, a gente passa a parte administrativa para o escritório de Minas. Isso deixa o museu mais livre para cuidar da representação política. É muito importante restabelecer o laço e o diálogo com a comunidade e vários outros órgãos e poderes políticos, e sobretudo a direção cultural, que é estar atento para o que o museu precisa atualizar em suas narrativas. Me sinto bastante à vontade, porque vou poder levar adiante aquilo que tem como demanda de diversos grupos sociais e dos visitantes como um todo”, finaliza o diretor. 

Álbum de Fotos

    

Jornal O Liberal
Região dos Inconfidentes

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