Segundo estimativas até 2050 os casos de demência podem até triplicar no mundo, mas apesar da grande incidência da demência poucos conhecem a fundo as doenças que a causam.
A demência é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela progressiva deterioração de várias funções cognitivas limitando o convívio social do indivíduo afetado, ela também causa delírios, alucinações, mudanças de humor, ansiedade, irritabilidade e alterações de apetite.
Ao contrário do que grande parte da população pensa, a demência não é uma doença específica e sim compreende uma série de patologias que apresentam sintomas neurológicos semelhantes que geram a demência, como por exemplo Alzheimer e Corpos de Lewy.
Na busca por compreender melhor o surgimento e a progressão da doença, o PhD neurocientista e biólogo Dr. Fabiano de Abreu Agrela produziu o estudo “Neuropatologias da demência: Descrição e caracterização” publicado pelo Journal Health and Technology.
O artigo ressalta a dificuldade de identificar as doenças ligadas à demência que deve ser feita através de testes laboratoriais e de imagem, mas mesmo assim, muitas vezes a patologia não é detectada em vida.
“Para complicar ainda mais o diagnóstico e o tratamento, as patologias associadas à demência são difundidas no cérebro idoso mesmo na ausência de demência. Quase 50% dos idosos não dementes que participaram de um estudo post mortem realizado pela realização de autópsias e avaliação [..] apresentaram lesões cerebrais associadas a patologias de demência”.
Saiba mais sobre as principais doenças causadoras da demência:
Doença de Alzheimer (DA)
A Doença de Alzheimer é provavelmente a mais famosa das doenças causadoras de demência, ela é caracterizada por um declínio cognitivo que causa perda de memória e gera dificuldades na linguagem.
“A DA é a principal causa de demência, representando mais de 50% dos casos em indivíduos com mais de 65 anos. O paciente apresenta respostas cognitivas mal adaptativas devido ao seu extenso comprometimento cerebral. [...] O primeiro sintoma da DA é geralmente o declínio da memória episódica, que pode ser seguida por alterações linguísticas, principalmente anomia, distúrbios em funções executivas e habilidades visuais e espaciais”.
“O diagnóstico clínico da DA baseia-se na observação de um quadro clínico compatível e na exclusão de outras causas de demência por meio de exames laboratoriais e neuroimagem estrutural”.
Corpos de Lewy (DCL)
Esse tipo de demência é conhecida por depósitos anormais - conhecidos como propos de Lewy - de uma proteína chamada alfa-sinucleína no cérebro do paciente, esses acúmulos causam alterações em substâncias químicas do cérebro que podem alterar funções como humor, movimento e gerar alucinações.
“A característica central dessa demência é a perda de habilidades relacionadas à percepções visuais, de atenção e executivas, cognição flutuante, alucinações visuais recorrentes [...] DCL. Ele é uma demência com início insidioso, geralmente ocorrendo em pacientes com mais de 60 anos de idade e com uma prevalência ligeiramente maior em homens”.
Existem alguns hábitos simples que podem ser implementados na sua rotina para evitar o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas como a prática de atividades físicas regulares, alimentação saudável baseada em dietas como a mediterrânea e MIND, dormir bem e exercitar o cérebro com jogos e práticas que fortaleçam a cognição.
No entanto, quando a doença já se instalou é essencial diagnosticá-la o mais rápido possível, dessa forma as abordagens médicas serão mais efetivas em reduzir a evolução da patologia.
“As causas da demência podem ser diagnosticadas por histórico médico, exame físico e cognitivo, testes laboratoriais e imagens cerebrais. A gestão deve incluir abordagens não farmacológicas e farmacológicas, embora a eficácia dos tratamentos disponíveis permaneça limitada. O controle dos fatores de risco e a detecção do transtorno em estágios iniciais podem ser importantes na tentativa de amenizar as perdas, diminuindo o número de casos”.
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