sexta-feira, 10 de setembro de 2021

OURO PRETO CELEBRA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL E 100 ANOS DA SEMANA DE ARTE MODERNA

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Ouro Preto

08 de setembro de 2021
Imagem - Ane Souz

Na manhã de terça-feira (7), a Prefeitura Municipal de Ouro Preto, em frente à Casa de Gonzaga, celebrou os 199 anos da Independência do Brasil e o centenário da Semana de Arte Moderna. Desde 1822, após o famoso “Grito da Independência'', proferido às margens do rio Ipiranga pelo imperador do Brasil, Dom Pedro I, a data de 7 de Setembro marca um dos principais acontecimentos da história brasileira: a emancipação do Brasil do reino de Portugal. Cem anos depois, em 1922, a Semana de Arte Moderna resultou dos estudos de vários segmentos artísticos e culturais que debatiam a arte nacional.

“A independência do nosso País nasceu aqui, o desejo de liberdade sempre aflorou nas pedras de Ouro Preto. O nosso sangue foi derramado pela independência, pela liberdade, pela justiça, pela república e pela paz. Por isso, Ouro Preto é esse ponto de convergência de todo sentimento maior de nacionalidade e compromisso do povo brasileiro com a liberdade, com a justiça, com a democracia e a paz”, declarou Angelo Oswaldo, prefeito da cidade.

A secretária adjunta de educação de Ouro Preto, Débora Etrusco, relembrou a importância do dia da independência para a área da educação: “é muito importante que a gente celebre essas datas históricas para que a gente não perca o sentido de luta por um país livre e independente. Por um país moderno, criativo e cheio de esperança. É nesse sentido que a educação pode e deve fazer a diferença [...] É importante que a gente reflita, pense e se sensibilize com a vida das pessoas. A educação é isso, ela precisa refletir sobre a vida [...]”.

O evento cívico contou com a presença da Sociedade Musical Senhor Bom Jesus do Matosinhos, também conhecida como Banda do Rosário, regida pelo maestro Jefferson Ferreira. A banda foi responsável por executar o Hino Nacional e o Hino de Ouro Preto durante o hasteamento da bandeira do Brasil. A Fanfarra da Escola Municipal Professora Juventina Drummond, regida pelo maestro Fernandelli Fernandes, também se apresentou no Largo do São Francisco, seguindo em cortejo até a Casa da Ópera. 

“Ficamos um ano e oito meses parados por causa desse mal que assola a humanidade. A Juventina volta para a praça representando todos os amigos queridos de fanfarras, bandas de música e pessoas que gostam dessa festa. [...] Estamos honrados, coincidentemente, a Fanfarra Juventina faz trinta anos de fundação. Para a gente é muito emocionante, temos muita gratidão. Esses vales, nesta data, contemplam o som dos clarins, dos trombones, dos trompetes, dos bumbos e dos pratos e outrora, ano passado, fomos silenciados”, contou o maestro da fanfarra.

Na ocasião, em nome da senhora Eliane da Silva Gualberto Agostinho, integrante da Fanfarra Juventina Drummond, foram homenageadas as mais de 600 mil vidas interrompidas em decorrência da Covid-19 e as milhares de pessoas que lutam pela sobrevivência. O Bombeiro Militar, Pedro Aihara, que também atuou na linha de frente no rompimento da barragem de Brumadinho, leu uma carta em honra às pessoas acometidas pela Covid-19.

O dia 7 de setembro, também, foi marcado por manifestações em Ouro Preto

Tradicionalmente, o dia 7 de Setembro é comemorado na Praça Tiradentes, no centro histórico. Neste ano, a Prefeitura Municipal, em respeito às manifestações populares, realizou a cerimônia em frente à Casa de Gonzaga. “A Praça Tiradentes é do povo e diversos segmentos da sociedade queriam se manifestar. Por isso, nós deixamos a praça livre”, pontuou Angelo Oswaldo.

Assim, na Praça Tiradentes concentrou-se o Grito dos Excluídos, que reúne diversos movimentos sociais, convocados pela União Brasileira de Mulheres, que se posicionaram contra o Governo Bolsonaro. “Para gente, o 7 de setembro sempre foi dia de ocupar as ruas, colocar que, embora essa independência seja tão propagada e alardeada, a gente ainda tem muito o que conquistar no nosso país. O nosso país é feito de muitos excluídos, especialmente neste momento peculiar da nossa história onde a pobreza tem crescido, onda estamos vivendo uma crise socioeconômica e também sanitária. [...] estamos aqui para dizer que somos contra esse governo genocida, somos contra essa política de preços que eleva a gasolina a 7 reais, o gás a 110 reais, a carne que saiu do prato do brasileiro. [...]”, explicou Débora Queiroz, presidente da UBM.

Segundo o professor da Universidade Federal de Ouro Preto, Rodrigo Fernandes Ribeiro, “além da situação política que estamos vivendo hoje (o governo defendendo abertamente o autoritarismo, o facismo) tem a péssima condição de vida da população. O desemprego alto, fome, carestia. E também um processo de contrarreformas que está tirando direitos. Aqui tem diversos trabalhadores defendendo o direito à água, contra a privatização da Saneouro. E temos, também, trabalhadores do setor público contra a reforma administrativa e outras medidas, que não só o Governo Federal tem empreendido. Mas, tem esse aspecto da questão da luta contra o autoritarismo, contra o facismo que a gente tá enfrentando hoje com os movimentos pelo golpe”.

Já o movimento pró-governo Bolsonaro concentrou-se na Praça da Estação. De acordo com Murilo Dolabela, membro da Direita Minas e um dos organizadores da manifestação, “o objetivo principal do evento é celebrar o 7 de setembro, que é uma data histórica onde conquistamos nossa liberdade e o período atual do país não é muito diferente. Nós vemos a repressão sobre os direitos de liberdade de expressão, de ir e vir. Então nosso objetivo principal é lutar pela liberdade e devolver o Brasil para os brasileiros. Um país democrático, onde as pessoas podem trabalhar, podem empreender, ter sua família sem se preocupar se vão interferir sobre o poder do pai e da mãe sobre os filhos, onde nós podemos andar tranquilamente nas ruas sem violência. Esse é o nosso foco principal. Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

O empresário José Elias, que também estava a favor do governo, explicou que dentre as pautas está o Supremo Tribunal Federal. “Tendo em vista os recentes acontecimentos, no sentido de que o STF não está deixando o Governo Federal cumprir as pautas da última eleição presidencial. Já foram 123 interferências do judiciário no executivo, inclusive a vergonhosa não autorização de nomeação do superintendente da Polícia Federal. Então, sem contar prisão de jornalistas, prisão de deputados, inquéritos ilegais que não têm objetivo, inquéritos ilegais que prendem a pessoa antes do contraditório, do exercício constitucional da ampla defesa. As pautas se resumem a isso, principalmente liberdade. Não temos nada contra o Supremo Tribunal Federal, nada. Temos contra os 11 membros que estão lá hoje, verdadeiras aves de rapina, que simplesmente têm uma pauta que é contrária à pauta que ganhou a eleição em 2018”. 

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