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Ouro Preto
16 de fevereiro de 2023
Por Karina Peres
A Prefeitura de Ouro Preto lançou nas redes sociais duas campanhas de conscientização sobre o uso de drogas e sobre sexo seguro durante o carnaval da cidade. Os cartazes trazem dizeres como “Drogas não combinam com o carnaval, drogas matam” e “Ah que bão, sexo seguro dá samba e prevenção”.
O objetivo é alertar os foliões sobre os riscos que o uso de drogas e de relações sexuais sem camisinha trazem. A campanha explica o que é uma IST, as formas de transmissão e também informa que os postos de saúde do município oferecem preservativos gratuitos. Vale destacar que o Governo Federal oferece gratuitamente pelo SUS o PEP (Profilaxia Pós-Exposição ao HIV), que é uma medida de prevenção de urgência para ser utilizada em situação de risco à infecção pelo HIV, existindo também profilaxia específica para o vírus da hepatite B e para outras infecções sexualmente transmissíveis (IST).
O PEP consiste no uso de medicamentos ou imunobiológicos para reduzir o risco de adquirir essas infecções. Deve ser utilizada após qualquer situação em que exista risco de contágio, tais como: violência sexual; relação sexual desprotegida (sem o uso de camisinha ou com seu rompimento) e acidente ocupacional (com instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico).
Portanto, caso ocorra alguma dessas situações com o folião durante o carnaval ou qualquer época do ano, basta procurar a rede pública de saúde e solicitar o tratamento. Também é importante informar que essa é uma medida de urgência médica e deve ser iniciada o mais rápido possível, preferencialmente nas primeiras duas horas após a exposição de risco e no máximo em até 72 horas. A profilaxia deve ser realizada por 28 dias e a pessoa tem que ser acompanhada pela equipe de saúde, inclusive após esse período realizando os exames necessários.
Internautas questionam eficiência da campanha contra drogas
Em comentários deixados nas redes sociais da Prefeitura, a população questiona a eficiência da campanha. “É muito ufanista achar que as pessoas não vão usar drogas no carnaval, a começar pelo álcool. Bora rever essa abordagem aí, prefs? Menos moralismo e mais informação pras pessoas terem moderação na folia”, disse um dos internautas. Outros também questionaram sobre qual tipo de droga a Prefeitura estava se referindo, visto que bebidas alcoólicas, apesar de lícitas, também são consideradas drogas e podem causar danos à saúde e segurança do folião. Os internautas também falaram sobre a política de redução de danos, que seria mais eficaz.
Essa política é um conjunto de princípios e ações para a abordagem dos problemas relacionados ao uso de drogas que é utilizado internacionalmente e apoiado pelas instituições formuladoras das políticas sobre drogas no Brasil, como a Secretaria Nacional de Política sobre Drogas (SENAD) e o Ministério da Saúde.O foco da redução de risco está na formulação de práticas, direcionadas aos usuários de drogas e aos grupos sociais com os quais eles convivem, que têm por objetivo a diminuição dos danos causados pelo uso de drogas, e não a extinção do uso. E que portanto, tem uma abordagem diferente da utilizada pela Prefeitura.
Jornal O Liberal
Região dos Inconfidentes
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