A partir de janeiro Minas Gerais irá se espelhar na experiência de enfrentamento de catástrofes e tragédias do Japão, para tentar superar Mariana e recuperar os danos ambientais e sociais. Bombeiros mineiros deverão receber treinamento por meio da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica), a exemplo da troca de experiências que já acontece no Estado com a polícia comunitária, espelhada no model japonês Koban.
O terremoto seguido de um tsunami que devastou a costa nordeste do Japão em 2011 deixando milhares de mortos e desaparecidos, e prejuízos que quase chegaram a US$ 200 bilhões, foi uma das muitas tragédias naturais que o país enfrentou nos últimos anos. Menos de um ano depois da catástrofe, no entanto, o Japão já voltava à rotina. É este tipo de experiência que o Brasil vai buscar em terras nipônicas para lidar com a tragédia ocorrida em Mariana.
A reportagem conversou com o cônsul do Japão no Brasil, Wilson Nélio Brumer, que deu detalhes sobre a ajuda do país na recuperação dos danos ambientais e sociais em Mariana.
Ele conta que a relação Minas Gerais-Japão já acontece há algum tempo. Exemplo disso é o modelo Koban da polícia japonesa que foi adotado no Estado há cerca de cinco anos, mais conhecido por aqui como a polícia comunitária. O mesmo deve acontecer com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, já a partir do início de 2016, por meio da Jica.
"Vamos aplicar a mesma experiência que tivemos com a Polícia Militar de Minas Gerais aos moldes do Koban, com o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, até mesmo para atuar neste caso específico de Mariana. Dois militares do Corpo de Bombeiros já foram treinados no Japão e atuaram fortemente na tragédia", explica.
Além disso, um professor da universidade do Japão e especialista em recuperação ambiental virá ao Brasil em janeiro para avaliar o ocorrido. "Ele vai observar o que pode ser feito e como a experiência do Japão pode ajudar. Certamente os japoneses são muito ágeis nestes processos porque estão acostumados a lidar com tragédias. Após a vinda deste especialista, temos a convicção que o governo japonês estará aberto a ouvir das autoridades brasileiras as demandas que podem vir desta troca de experiências", diz.
A previsão é que troca de experiências renda soluções para a recuperação do rio Doce, reconstrução dos distritos destruídos, contenção das barragens e uma tecnologia específica para amenizar os danos provocados na agricultura. Isso porque o suporte, além da experiência e do apoio da Jica, poderá vir também em forma de tecnologia.
A expectativa é que a visita do especialista aconteça já em janeiro, quando devem começar também os trabalhos com os bombeiros de Minas Gerais.
O Tempo
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