MARIANA. Desde o rompimento da barragem de Fundão, no dia 5 de novembro, a população da região de Mariana, na região Central, sofre com medo de que outras duas estruturas também se rompam. Com índices de segurança abaixo do recomendado por órgãos técnicos em seu complexo (que é de 1,5 em uma escala de 0 a 2), a Samarco se comprometeu nesta terça a entregar, em até dez dias, um novo laudo assegurando níveis mínimos de estabilidade para as barragens de Santarém e Germano (inclusive do dique Selinha). O compromisso foi feito durante visita técnica de deputados da Comissão de Barragens da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).
Segundo o deputado Rogério Correia (PT), relator da comissão, a empresa se comprometeu a entregar um relatório comprovando a segurança do dique Selinha, o que apresentava maior risco de rompimento.
“A nossa visita hoje (nesta terça) foi para fazer uma comparação com a última, há cerca de um mês, e para verificar a segurança e se as obras caminharam. Quando viemos, ainda havia um risco muito grande de rompimento das barragens, em especial no dique Selinha”, disse o parlamentar. “Essa obra andou bastante e felizmente hoje há uma previsão deles de que daqui a dez dias termine o trabalho a que se propuseram, dando a segurança de 1,5 para a barragem, que é o exigido nas normas da ABNT”, completou Corrêa.
Lama. Outra preocupação dos deputados é a lama de rejeitos que ainda desce das barragens para os afluentes do rio Doce. Mesmo com um prazo determinado pela Justiça, a empresa não conseguirá completar as obras de contenção até o fim da semana. O relator da comissão afirmou que as obras estão adiantadas, no entanto, a contenção total dos resíduos só será finalizada em fevereiro, como adiantado por O Tempo na última semana.
O delegado regional de Ouro Preto, Rodrigo Bustamante, informou nesta terça que irá pedir mais 30 dias para a investigação. Já a Samarco alega que não existe vazamento na barragem de Fundão. Em função das chuvas neste período, a mineradora informou, ocorre movimentação de rejeitos sólidos e obras são realizadas no local.
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Encontro. A criação de um protocolo de intenções públicas e a elaboração de um relatório conjunto das prioridades de cada município para serem entregues ao Ministério Público foram acordadas nesta terça entre prefeitos dos municípios atingidos. Eles também exigem participação na discussão para a aplicação dos R$ 20 bilhões cobrados a Samarco.
Água. A turbidez do rio Doce deve aumentar nos próximos dias devido às chuvas registradas na região do rompimento da barragem, segundo a previsão do Serviço Geológico do Brasil.
Água. A turbidez do rio Doce deve aumentar nos próximos dias devido às chuvas registradas na região do rompimento da barragem, segundo a previsão do Serviço Geológico do Brasil.
Suspenso. O teste que seria realizado na água do rio Doce em Resplendor, na região do Rio Doce, na noite desta segunda, não foi feito, segundo a Copasa, em “respeito à população” que, com medo da qualidade da água, protestou contra a volta da captação. O sistema de rodízio continuará no local.
Indenização de R$ 100 mil será paga até o dia 13 de janeiro
As famílias que tiveram parentes mortos ou desaparecidos devido ao rompimento da barragem de Fundão devem receber as indenizações de R$ 100 mil acordadas judicialmente com a Samarco no próximo dia 13, de acordo com o promotor Guilherme Meneghin. “As famílias estão sendo chamadas para uma reunião com a empresa”, afirmou.
Todas as famílias atingidas de alguma forma pelo desastre devem receber R$ 20 mil até nesta quinta. Além disso, a mineradora se comprometeu a auxiliar pessoas que perderam a fonte de renda e a pagar, mensalmente, um salário mínimo a cada família por mais 12 meses. De acordo com Meneghin, todos os pontos estão sendo cumpridos.
Uma nova audiência entre a empresa e Ministério Público foi marcada para 20 de janeiro.
O Tempo
Todas as famílias atingidas de alguma forma pelo desastre devem receber R$ 20 mil até nesta quinta. Além disso, a mineradora se comprometeu a auxiliar pessoas que perderam a fonte de renda e a pagar, mensalmente, um salário mínimo a cada família por mais 12 meses. De acordo com Meneghin, todos os pontos estão sendo cumpridos.
Uma nova audiência entre a empresa e Ministério Público foi marcada para 20 de janeiro.
O Tempo
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