"Sob o efeito combinado do El Niño e uma tendência de longo prazo para o aquecimento, a Terra registrou recordes de calor pelo segundo ano consecutivo".
Chuva de recordes
As concentrações de três dos principais gases que provocam o efeito estufa, dióxido de carbono (CO2), metano e óxido nitroso, "atingiram novos recordes em 2015", indica o documento, que é baseado em dezenas de milhares de dados extraídos de várias fontes independentes.
No Havaí, no vulcão Mauna Loa, a concentração de dióxido de carbono registrou "o maior aumento desde o início da coleta de dados, há 50 anos", o que permitiu superar pela primeira vez a barra simbólica de 400 partes por milhão (ppm), a 400,8 ppm.
Em todo o planeta, o CO2 se aproximou deste limite em 2015, chegando a 399,4 ppm, um aumento de 2,2 ppm em relação a 2014. Os oceanos atingiram seu nível mais alto, com cerca de 70 milímetros mais do que a média registrada em 1993.
O nível dos oceanos sobe gradualmente na Terra, com um avanço de cerca de 3,3 milímetros por ano, mas o aumento é mais rápido em determinados pontos do Pacífico e do Oceano Índico. Este fenômeno poderia acelerar nas próximas décadas, à medida que as geleiras e icebergs derretem, ameaçando as vidas de milhões de habitantes das zonas costeiras.
O ano de 2015 também marcou uma temporada de chuvas mais abundantes do que a média, provocando graves inundações. Secas severas também afetaram superfícies quase duas vezes maiores em 2015 do que no ano anterior (14% versus 8% em 2014).
Propagação de algas
O Ártico, uma área particularmente sensível às alterações climáticas, continua sofrendo com o aquecimento.
"A temperatura na superfície terrestre do Ártico registrou os níveis alcançados em 2007 e 2011, que foram recordes desde o início das medições no início do século XX, um aumento de 2,8 graus Celsius desde aquela época", segundo o relatório.
Por outro lado, as temperaturas foram mais frias na Antártida. No mundo, o recuo das geleiras nos maciços alpinos continuou pelo 36º ano consecutivo.
As águas mais quentes agravaram o fenômeno da propagação das algas, que afetou no ano passado uma importante região do Pacífico Norte, desde a Califórnia até Columbia Britânica, no Canadá, com "efeitos significativos sobre a vida marinha, os recursos costeiros e as pessoas que dependem desses recursos".
A temporada de furacões no Atlântico foi particularmente moderada pelo segundo ano consecutivo, em grande parte como resultado do El Niño, embora o número de ciclones tropicais "tenha sido bem acima da média global".do efeito estufa bateram os recordes registrados há apenas um ano", advertem os especialistas.O Tempo
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