Nós não temos nada com isso. Essa é resposta da seleção olímpica a quem vê na final deste sábado contra a Alemanha, no estádio do Maracanã, no Rio, chance de vingar a humilhante derrota que a seleção principal sofreu na semifinal da Copa do Mundo de 2014. A conquista do ouro inédito obviamente é o objetivo. Mas os 7 a 1 são problema de quem sofreu.
O tema não tem sido tratado com importância entre jogadores e comissão técnica. Eles sabem ser inevitáveis as menções sobre o desastre de dois anos atrás no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte, mas só falam sobre isso quando são abordados. E a resposta é quase padrão. “Cada jogo tem sua história, é outro momento, são outros jogadores", disse o meia Renato Augusto. “Não temos de ficar pensando em revanche. Temos que pensar na medalha".
Os argumentos dos jogadores são concretos. Quem levou a goleada foi a seleção principal, não a olímpica; foi em uma Copa do Mundo e não em uma Olimpíada: e nenhum jogador do elenco atual participou daquele jogo no Mineirão. Nem mesmo Neymar, que fez parte do grupo então comandado por Felipão, mas que não jogou aquela semifinal por estar contundido. A Alemanha também tem hoje um jogador que estava no time campeão em 2014. Mas o zagueiro Mathias Guinter, além de ser reserva, também estava machucado.
Os jogadores garantem que nem o desejo da torcida, expressado durante os 6 a 0 sobre Honduras na última quarta-feira, no Maracanã, com o aviso “Ô Alemanha, pode esperar! A sua hora vai chegar!" terá alguma influência sobre eles. “Vamos procurar buscar o ouro. Vai criar um clima de Copa pelo que aconteceu, mas não podemos focar nisso", afirmou o goleiro Weverton. “Temos que pensar na medalha de ouro".
O técnico Rogério Micale também defende que o que aconteceu na Copa do Mundo não seja relacionado com a decisão do torneio masculino de futebol da Olimpíada. Ele entende que tanto a comissão técnica como os jogadores precisam se concentrar em como derrotar o forte time alemão, que desde antes do início dos Jogos ele já listava como uma das seleções que brigariam pelo ouro com o Brasil, “por ser uma equipe de um conjunto muito forte".
Rogério Micale, no entanto, não vai alterar a maneira de jogar da equipe. Ele pretende repetir não só a escalação das últimas partidas como também a maneira agressiva de atuar. Reconhece que é preciso cuidado com o poderoso ataque alemão, mas não vê motivo para alterar as características do time.
SEM REVANCHE - Não relacionar os 7 a 1 do Mundial com o jogo deste sábado também é o pensamento do técnico alemão Horst Hrubesch. Assim como os brasileiros, ele lembra que não se pode relacionar as duas partidas. “São situações bem diferentes. Assim como o Brasil, meu time é formado por jovens e estamos numa Olimpíada, não numa Copa", disse.
Hrubesch está bastante confiante nas possibilidades da equipe na decisão, apesar da pressão que espera por parte da torcida brasileira. Ele deu a entender que não teme nem mesmo Neymar. “Nós vamos jogar contra o Brasil e não apenas contra o Neymar. É um time e não só um jogador. Eu deveria perguntar: como você vai parar nosso ataque? Fizemos 21 gols. Você deveria pensar nisso", devolveu em resposta ao questionamento sobre o que faria para neutralizar Neymar.
O Tempo
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