Um dos patrimônios culturais da humanidade, eleito pela Unesco em 1999, Diamantina se reiventou como destino turístico. Agora, caminhar pelos seus 300 anos de história, espelhada em rico acervo arquitetônico colonial, neoclássico, gótico e, claro, barroco, não é mais a única opção para o turista. Berço da seresta, a cidade também aposta em sua veia musical com uma extensa programação de gêneros variados – inclusive, a reprodução dos mesmos acordes que embalaram Xica da Silva, tirados no antigo órgão recém-restaurado da igreja de Nossa Senhora do Carmo –, assim como no turismo de aventura, privilegiado pelos exuberantes recursos naturais do entorno.
Em fase experimental, Diamantina também já fincou raízes no mundo do vinho, com parreiral irrigado. O rótulo Quinta D’Alva, que produz três varietais (shiraz, tempranillo e sauvignon blanc) e uma assemblage de shiraz e tempranillo, já está em avaliação nas principais mesas de degustação especializada do país.
Porém, como não só de Baco vive a vida etílica, a cidade ainda tem suas próprias cervejarias artesanais: a Capistrana e a Diamantina, com a produção de cinco tipos de cerveja cada.
Porta de entrada do Vale do Jequitinhonha, a cidade – de nome inspirado no diamante, a pedra preciosa (que então brotava abundante de suas entranhas) responsável pelo seu passado de glórias e importante legado histórico – é um verdadeiro manancial de festas folclóricas e religiosas, além de oferecer o original artesanato da região.
Órgão
Os sons que embalaram Xica
A musicalidade é um dos patrimônios imateriais de Diamantina, que, segundos historiadores, já era valorizada nos idos de sua formação. Não por acaso, a cidade possui um dos mais antigos órgãos do país, de fabricação alemã. Emudecido por cem anos, depois de ter embalado as preces nos tempos de Xica da Silva, ele foi reformado e, desde o ano passado, é a estrela do Concerto do Órgão Histórico Almeida e Silva – Lobo de Mesquita, na igreja Nossa Senhora do Carmo.
Artes
Um exemplo a ser seguido
Premiada em 2010 pelo Salão de Turismo Roteiros do Brasil como responsável pela “sustentabilidade cultural de Diamantina”, a escola Arte Miúda ensina, desde 1988, artes plásticas, cênicas, balé e diversos instrumentos musicais para adultos e crianças a partir de 2 anos. Sob a direção da pianista e regente Soraya Alcântara, a escola criou o coral Arte Miúda, hoje uma referência na região. Em 17 de julho, lançou o primeiro álbum de partituras de seresta, com 12 músicas.
Museu
Para lembrar Juscelino
Na pequena casa de arquitetura simples, onde o mais ilustre dos diamantinenses passou sua infância, o visitante vai ver documentos e pertences do ex-presidente Juscelino Kubitschek e de seus familiares, além de tomar conhecimento sobre a rotina e os hábitos do ex-presidente. Para quem quiser saber mais sobre o maior estadista do Brasil, basta dar um dedo de prosa com Serafim Jardim, 81, que foi amigo pessoal e secretário particular de JK, e preside a Casa JK há 34 anos.
Musicalidade
Desde os tempos de Juscelino Kubitschek – que, aliás, teria sido o maior divulgador da veia musical que ecoa na cidade –, que as serestas dominam a cena musical de Diamantina, com apresentações regulares do gênero. Mas, há 19 anos, as noites seresteiras ganharam um concorrente de peso (e ritmo): a Vesperata de Diamantina, um espetáculo clássico-popular ao ar livre, realizado de março a outubro. Hoje, inclusive, está acontecendo uma edição, que se repete em 20 deste mês, 17 e 24 de setembro e 8 e 22 de outubro, fechando o ano de 2016.
No domingo posterior ao concerto, o coral Arte Miúda realiza um sarau cênico-musical na igreja de São Francisco, com capacidade para 240 pessoas.
A emoção de garimpar da grupiara à “fervura” do rio
“Ir a Diamantina e não conhecer o garimpo é como ir à praia e não ver o mar”, compara Belmiro Luiz Nascimento, proprietário do Garimpo Real, aberto à visitação desde 2004 e que, em 2007, passou a integrar os atrativos oficiais da Estrada Real. Segundo ele, garimpa há uns 20 anos nessa área, onde possui direito de lavra garimpeira de 50 hectares. Mesmo escasso, o diamante ainda aflora por “aquelas bandas”.
Nesse passeio, que dura de duas a três horas, o turista vai acompanhar a extração de diamante com era feito há 300 anos, tanto no processo de grupiara como no de leito de rio. Primeiro, visita-se a grupiara – ou seja, uma “área especial, de rara beleza”, onde, pelo seu tipo de sedimento, há a probabilidade de existir ali um veio diamantífero. Os garimpeiros escavam o local em busca da pedra preciosa, com o uso de ferramentas simples, como picaretas, pás e enxadas. “A grupiara é virgem, e como o bem mineral só dá uma safra, ali são encontradas hoje as melhores pedras”, garante Belmiro.
Formações milenares
De lá, segue-se para o ribeirão do Guinda, com profundidades entre 30 cm e 8 m e sobre o qual o dono do Garimpo Real possui o direito de lavra por 4 km de extensão. Na área de rio, o procedimento consiste em movimentar o volume de cascalho, sem mudar o curso de seu leito. Os garimpeiros podem se beneficiar da “fervura”, os trechos com “maior movimento da água, que pré-selecionam o cascalho”.
Para o visitante “sentir a emoção do garimpeiro”, destaca Belmiro, ele sorteia uma peneirada de cortesia, na qual, se for apurado algum diamante, será do sorteado. Ainda no ribeirão, visita-se os caldeirões, uma espécie de tubo dentro da rocha formado há cerca de 600 milhões de anos.
Preços da visita: De 1 a 3 pessoas, custa R$ 100 e, a partir de 4, sai a R$ 30 por pessoa
Preços da visita: De 1 a 3 pessoas, custa R$ 100 e, a partir de 4, sai a R$ 30 por pessoa
Órgão
Os sons que embalaram Xica
A musicalidade é um dos patrimônios imateriais de Diamantina, que, segundos historiadores, já era valorizada nos idos de sua formação. Não por acaso, a cidade possui um dos mais antigos órgãos do país, de fabricação alemã. Emudecido por cem anos, depois de ter embalado as preces nos tempos de Xica da Silva, ele foi reformado e, desde o ano passado, é a estrela do Concerto do Órgão Histórico Almeida e Silva – Lobo de Mesquita, na igreja Nossa Senhora do Carmo.
Artes
Um exemplo a ser seguido
Premiada em 2010 pelo Salão de Turismo Roteiros do Brasil como responsável pela “sustentabilidade cultural de Diamantina”, a escola Arte Miúda ensina, desde 1988, artes plásticas, cênicas, balé e diversos instrumentos musicais para adultos e crianças a partir de 2 anos. Sob a direção da pianista e regente Soraya Alcântara, a escola criou o coral Arte Miúda, hoje uma referência na região. Em 17 de julho, lançou o primeiro álbum de partituras de seresta, com 12 músicas.
Museu
Para lembrar Juscelino
Na pequena casa de arquitetura simples, onde o mais ilustre dos diamantinenses passou sua infância, o visitante vai ver documentos e pertences do ex-presidente Juscelino Kubitschek e de seus familiares, além de tomar conhecimento sobre a rotina e os hábitos do ex-presidente. Para quem quiser saber mais sobre o maior estadista do Brasil, basta dar um dedo de prosa com Serafim Jardim, 81, que foi amigo pessoal e secretário particular de JK, e preside a Casa JK há 34 anos.
O Tempo
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