Batido pelo cansaço em infindável arrozal
ao ouvir os sinos simbólicos da abadia
momento de descansar o corpo e do pecado original
Lembrava-se da casa rústica onde deixara os filhos
a boa companheira era vista no campo de trabalho
talvez também pensasse na culpa de nascer e no orvalho
da manhã daquele dia medieval e de imutáveis trilhos
Era preciso comer e voltar a cuidar do bom arroz
afinal não era ele o culpado pelas mãos arranhadas
tampouco o senhor que lhes garantia as caminhadas
por aquela vida invariável sem relógio e atroz
Assim voltou ao passado nosso homem deste século
um velho homem aposentado e que se atormentava
por nada fazer depois de meio século de jornada
no sonho o pecado original era um inextirpável tubérculo.
Amadeu Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados.
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