Patologias raras que surgem nos primeiros anos de vida e na pré-adolescência podem trazer sequelas e complicações graves em pacientes adultos. Ortopedista Dr. David Gusmão explica como cirurgias de colocação de próteses podem devolver mobilidade na locomoção
Duas doenças originadas ainda na infância, se não tratadas, podem resultar em desconfortos e má qualidade de vida para o paciente ao longo da fase adulta. Tratam-se da Legg Perthes Calvé e da Epifisiólise (que ocorre na pré-adolescência), doenças que alteram o formato do fêmur e que resultam em dificuldades de locomoção, desgastes da estrutura e além de dor na região na idade adulta.
Para o médico ortopedista Dr. David Gusmão, especialista em cirurgias no quadril, quando as doenças deixam essas sequelas no corpo do paciente, é possível — e recomendado — que se faça cirurgias corretivas que possam devolver a mobilidade do indivíduo.
“As duas doenças são raras e se manifestam na infância e adolescência, entre 4 a 8 anos e 10 a 16 anos, Legg Perthes Calvé e da Epifisiólise, respectivamente. As sequelas são sentidas anos mais tarde, por volta dos 30 anos, quando há dificuldade para caminhar e movimentar a perna”, detalha. “Com a avaliação e diagnóstico, pode-se fazer cirurgias corretivas ou até mesmo cirurgias de substituição da cabeça do fêmur por uma prótese, além de intervenções na musculatura da perna e quadril”, completa.
Segundo o especialista, cada caso é individual, por isso, cada paciente requer um tratamento específico, podendo ser indicada a cirurgia nas duas pernas ou apenas em uma delas, entretanto, ainda segundo ele, o ideal é fazer a correção logo se constate a patologia.
“Muitas pessoas acreditam que cirurgias ósseas, colocação de próteses devam ser feitas quando o paciente estiver mais velho, porém, nesses casos, a dor e o desconforto impactam diretamente na qualidade de vida da pessoa, impedindo-a de realizar atividades simples e de ter uma vida normal, já que todo o processo resulta em desgaste da cartilagem, o que causa muita dor”, afirma.
Por fim, o médico garante que após a cirurgia e acompanhamento com fisioterapia, em pouco tempo o paciente já está apto a realizar atividades costumeiras, como praticar esportes, caminhar normalmente, dançar, etc. “O ideal é quando a pessoa se esquece que fez a cirurgia e que se sinta com quadril natural”, completa.
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