Foi uma novidade na Copa do Mundo da Rússia, por ter inserido no futebol o uso da análise instantânea de imagens em lances decisivos e polêmicos.
A tecnologia é bem simples: câmeras espalhadas por todo o campo registram as situações do jogo. Os árbitros assistentes analisam, de dentro de uma cabine, as imagens. Quando eles julgam necessário, fazem a comunicação com o árbitro principal. O árbitro principal também pode, por sua vez, tomar a iniciativa de entrar em contato com os árbitros assistentes. Assim, por exemplo, em um pênalti, o VAR pode alertar o juiz sobre um detalhe do lance que ele não viu, ou ele próprio pode solicitar a revisão pelo VAR.
Entendo que o ideal seria que os vídeos e áudios utilizados pelo VAR, sobretudo aqueles referentes a lances polêmicos, fossem divulgados após a realização das partidas. Isso daria mais transparência ao processo, permitindo que os clubes e seus torcedores avaliassem a dinâmica das decisões e as próprias decisões.
O Var surgiu para auxiliar a arbitragem em casos difíceis. A ideia é que ele ajudará a melhorar o nível da arbitragem. Contudo, após cada jogo, há muitas vezes grande polêmica entre dirigentes, torcedores e comentaristas sobre a atuação do VAR. É preciso, porém, lembrar que toda novidade gera polêmica. Em alguns países europeus, o VAR já completou três temporadas e já está presente na segunda divisão dos campeonatos. Entre nós, o uso do VAR é mais recente, e ele ainda não chegou à segunda divisão. Pode-se dizer que, entre nós, o VAR ainda está em fase de adaptação. E em fase de adaptação, é natural que sejam necessários alguns ajustes que, quando realizados, levarão a sua maior aceitação tanto por parte de jogadores quanto por parte de dirigentes, torcedores e imprensa esportiva.
Reclamações constantes são as de que o VAR intervém muito (ou seja, muitas vezes) e que as intervenções duram muito tempo. Isso de fato atrapalha o andamento do jogo, tanto para os jogadores quanto para os espectadores. Outra reclamação frequente é a de que, com o VAR, o árbitro principal se exime da responsabilidade em relação a lances duvidosos, deixando a responsabilidade para o árbitro assistente. Recentemente, em um programa esportivo, o Presidente da Comissão de Arbitragem da CBF admitiu um erro do VAR que gerou a anulação de um gol legítimo. Isso gerou muita polêmica. Se, por um lado, é importante ressaltar que erros não deixarão completamente de existir, por outro lado é preciso constatar que, se bem usado, o VAR pode trazer grandes benefícios em termos de atuação da arbitragem.
P.S.
O VAR veio para modernizar!
Mas será que temos que abdicar da modernidade? Devemos recuar no tempo e viver como antigamente. Minha resposta é não. Não acredito em um caminho de volta
Cristóvão Martins Torres
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