A leitura de uma carta de um neto foi o único contato que o deputado federal Paulo Maluf teve com a família no domingo, 24, véspera do Natal.
"Ele ficou absolutamente emocionado", disse o advogado Antonio Carlos de Almeida e Castro, o Kakay, que leu a carta para o cliente. O advogado conta que o ex-prefeito não teve permissão para ficar com a carta.
Maluf teve na noite de Natal um jantar composto de arroz com passas, tutu de feijão, carne assada e batata, como os demais custodiados do Centro de Detenção Provisória (CDP). Este foi o cardápio ofertado aos presos da Ala A, Bloco 5, do CDP do Complexo Penitenciário da Papuda, onde se encontra desde sexta-feira.
O almoço de Natal, desta segunda-feira (25), contou com arroz colorido, feijão em caldo, frango assado e purê de cenouras. Nas duas refeições natalinas, para beber, havia suco de frutas.
Advogados se revezaram nas visitas feitas a Maluf nos dois dias. Segundo Kakay, o ex-prefeito de São Paulo está sendo bem tratado, mas tem sofrido com as más condições de saúde. O advogado afirma que Maluf tem necessitado da ajuda dos colegas de cela - cerca de quatro - para ir ao sanitário.
Para haver a visita de parentes, é necessário concluir um cadastro de pessoas na lista de cada detento, processo que leva alguns dias. Para presos classificados como vulneráveis, no CDP, como o deputado, as visitas são permitidas apenas nas sextas-feiras. Não houve alteração em função do feriado natalino
A defesa, no entanto, afirma ter a esperança de que antes da próxima sexta ele já consiga decisão favorável na Vara de Execuções Penais do Distrito Federal para passar deixar o regime fechado e seguir para a prisão domiciliar.
O pedido da prisão domiciliar será analisado pelo juiz Bruno Aielo Macacari após o recebimento da perícia médica completa que pediu sobre o estado de saúde do deputado. O prazo determinado para entrega do laudo completo se esgota nesta terça-feira, dia 26. A defesa espera decisão no mesmo dia.
"Ele está sendo bem tratado na Papuda, e não tem reclamação nem da direção nem de seus colegas de sala nem de tratamento das pessoas que tomam conta dele. A questão é ver o que vai acontecer, se ele resistirá. Porque é muita responsabilidade de um médico falar que ele tem condições de ser tratado lá. Com é que pode ser tratado um cidadão que não levanta da cama sozinho, que não consegue tomar um banho sozinho?", disse Kakay.
"A situação é grave, é lamentável, acho que o IML e os médicos têm que ter essa responsabilidade de que disso está dependendo não só o bem-estar, mas a vida dele. Esperamos até por uma questão humanitária que essa prisão domiciliar seja concedida", disse.
Maluf foi condenado em maio pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos, 9 meses e 10 dias de prisão pelo crime de lavagem de dinheiro, por desvios milionários em obras viárias como Túnel Airton Senna, Avenida Água Espraiada e Avenida Roberto Marinho, em São Paulo, da época em que foi prefeito entre 1993 e 1996.
O Tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário