Fabio Mechetti tem uma pergunta na ponta da língua – ou, antes, na extremidade de sua batuta – e não uma resposta, como se costuma esperar de conclusões. Para encerrar a temporada 2017, a Orquestra Filarmônica do Estado se apresenta quinta (14) e sexta-feira (15) com um repertório que traz aspectos em comum.
“A peça ‘Os Planetas’, de Gustav Holst, praticamente não termina, permanece com uma constante reiteração de dois acordes, que a deixa no ar, como se estivesse perdida no universo”, delineia o maestro, em referência à orquestração gerida entre 1914 e 1916 pelo compositor inglês que trazia influências do folk.
“Já em ‘A Pergunta Não Respondida’, de Charles Ives, a melodia é introduzida por um trompete fora do palco, como se fosse um som do além ao qual os músicos tentam responder, mas nunca conseguem”, avalia Mechetti.
A obra de 1906 do norte-americano é entendida pela orquestra como uma alegoria musical às palavras de outro compositor, o francês Edgar Varèse, que determinou: “Em arte, um excesso de razão é mortal. É a imaginação que dá forma aos sonhos”.
Para completar, a companhia selecionou uma criação contemporânea, de autoria do cearense Caio Facó, que recebeu menção honrosa no Festival Tinta Fresca 2016, promovido pela Filarmônica.
“Parece que não, mas ela tem a mesma proposta. O orquestra não responde, mas atua como reflexo do trompete solista que compõe a melodia”, afiança o regente. Intitulada “Aproximações Áureas”, a obra teve o batismo levado em questão. “Tem um sentido espacial. O que virá no próximo ano está em aberto, é uma pergunta”, garante.
Agenda
o quê. Orquestra Filarmônica de Minas Gerais encerra temporada
quando. Quinta (14) e sexta (15), às 20h30
onde. Sala Minas Gerais (rua Tenente Brito Melo, 1.090, Barro Preto)
quanto. De R$ 40 a R$ 105
O Tempo
Nenhum comentário:
Postar um comentário