Um poema inédito de Fernando Pessoa (1888- 1935) foi encontrado pelo bibliófilo brasileiro José Paulo Cavalcanti Filho num “livro de autógrafos” vendido por um alfarrabista português. Ninguém havia notado ainda que o manuscrito na última página era versão inédita de um rascunho conhecido do poeta.
Leia o poema: “Cada palavra dita é a voz de um morto./ Aniquilou-se quem se não velou/ Quem na voz, não em si, viveu absorto./ Se ser Homem é pouco, e grande só/ Em dar voz ao valor das nossas penas/ E ao que de sonho e nosso fica em nós/ Do universo que por nós roçou/ Se é maior ser um Deus, que diz apenas/ Com a vida o que o Homem com a voz:/ Maior ainda é ser como o Destino/ Que tem o silêncio por seu hino/ E cuja face nunca se mostrou.
O Tempo
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