Samarco reafirmou que espera voltar a operar até o fim do ano. A previsão da empresa é que a mineradora retorne com 60% da sua capacidade, o que poderia ocasionar a demissão de parte dos cerca de 6 mil funcionários diretos e indiretos. A afirmação foi feita pela diretoria da mineradora na manhã desta quarta-feira (1º) durante audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) que discutiu o retorno da empresa.
As atividades da está embargada desde o fim do ano passado, quando ocorreu o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, na região Central de Minas. Na ocasião, o desastre deixou 19 mortos e centenas de desabrigados. Sem atividades em Mariana, a paralisação atinge também os servidores da Samarco no Espírito Santo.
Para o retorno ao trabalho, a Samarco iniciou o processo de licenciamento no dia 24 de fevereiro para utilização da cava Alegria Sul, que pertence à Vale. A cava nada mais é que uma cratera decorrente da extração da empresa, que poderia ser utilizada para armazenar os rejeitos no caso da retomada."Temos condição de voltar a operar com segurança. A opção que temos no planejamento é utilizando a cava Alegria Sul (cratera decorrente da exploração mineral). É uma opção segura, estável do ponto de vista técnico, e que nos garantiria alguns anos de armazenamento", disse o diretor de estratégia e planejamento da Samarco, Leonardo Sarlo.
A utilização da cava, caso o retorno da empresa ocorra, depende ainda da entrega de estudos por parte da mineradora, do licenciamento ambiental por parte da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e da autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). "Apesar disso, nosso estudo de retorno prevê que atuaremos com cerca de 60% da capacidade. Com isso, alguns postos de trabalho não serão mantidos", finalizou Wilken.
O subsecretário de Regularização Ambiental Integrada da Semad, Anderson Silva de Aguilar, disse não ter uma previsão para que a licença seja concedida, uma vez que parte dos servidores da pasta estão em greve e a autorização não depende só do órgão. "Na análise preliminar apontamos que destinar o rejeito para uma área sem nenhum recurso natural preservado, como a cava, não seria um problema a princípio. Mas isso precisa ser analisado melhor. Se tudo der certo, é possível que tenhamos esse retorno da empresa no último trimestre do ano", afirmou.
Protesto
A audiência foi acompanhada por centenas de funcionários e apoiadores da volta da Samarco, que fizeram uma manifestação com carro de som, apitos e faixas em frente à ALMG. Segundo Roger Morais, de 43 anos, funcionário da Vale e integrante do movimento "Justiça sim, desemprego não", a preocupação deles é com os 6 mil trabalhadores diretos e indiretos que estão em risco caso a empresa não volte a funcionar.
"O lay off de 1.200 trabalhadores acaba dia 25 de junho e eles devem ser mandados embora caso a empresa não volte a funcionar", explicou.
Atualizada às 15h54
O Tempo
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