O Programa de Demissão Voluntária (PDV) dos funcionários da mineradora Samarco começou a valer na última sexta-feira (24). A empresa é a responsável pela barragem de Fundão, que se rompeu em novembro do ano passado e destruiu o distrito de Mariana, Bento Rodrigues, na região Central de Minas, deixando 19 mortes e o Rio Doce devastado. Desde o rompimento, as atividades da mineradora estão embargadas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad) e por causa disso foi necessário o PDV.
Por causa da situação econômica da mineradora e como a previsão é que a Samarco só volte a funcionar com 60% de sua capacidade operacional, a mineradora precisou reduzir em 40% seu quadro de funcionários. O objetivo da Samarco é dispensar por meio do PDV, 1,2 mil dos 3.000 funcionários da empresa
“Até o meio-dia desta segunda-feira (27) tínhamos 250 adesões e o prazo para os funcionários entrarem na PDV é até o dia 29 de julho. A expectativa é que sejam pouco mais de 600 funcionários em Minas e pouco mais de 500 no Espírito Santo”, explicou Roberta Porto, gerente de remuneração e benefício da mineradora.
Os funcionários que aderirem ao programa vão receber uma série de benefícios como metade do salário para cada ano de trabalho, limitado a quatro salários; plano de saúde por seis meses após a demissão, o salário do mês de julho garantido e perdão do adiantamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa.
“Não podem aderir ao programa, funcionários que ocupam cargos acima de chefes de equipe, no caso deles, as demissões serão feitas a critério da empresa. Eles vão receber os mesmos benefícios dos empregados que forem aderir a demissão voluntária, porém serão escolhidos pela empresa”, explicou Roberta.
Ainda de acordo com ela, se a meta de 1,2 mil demissões não for atingida até o fim de julho será aberta uma nova oportunidade de demissão voluntário para os funcionários, no entanto eles vão receber metade dos benefícios oferecidos até 29 de julho pela mineradora. De acordo com a Samarco a decisão da PDV foi construída junto com os sindicatos dos trabalhadores.
“É importante ressaltar que mesmo com as atividades da empresa suspensas desde o ano passado, nós mativemos até junho deste ano todo o quadro de funcionários, mantendo salários, dando férias coletivas e licenças”, concluiu Roberta.
Com as operações da empresa suspensas, os funcionários que não estavam exercendo atividades, realizaram cursos de qualificação. Na última quinta-feira (23) a Samarco protocolou um Estudo de Impacto Ambiental e o Relatório de Impacto no Meio Ambiente (EIA/RIMA) na Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (SEMAD). Os documentos fazem parte do processo para a empresa conseguir o licenciamento para usar a cava confinadas, Alegria Sul, localizada no Complexo Industrial Germano-Alegria que abrange os municípios de Mariana e Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais.
Com a entrega dos documentos a expectativa da Samarco é retomar suas atividades em 60% de sua capacidade e em um novo modelo de operações que utilizará cava confinada.
O Tempo
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