O câncer de pele é o que tem maior incidência no Brasil. Para se ter uma ideia, esse tipo da doença responde por 33% de todos os diagnósticos da patologia. Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), a cada ano cerca de 180 mil novos casos são registrados.
A enfermidade é provocada pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. Existem três tipos principais de câncer de pele. Os mais comuns são os carcinomas basocelulares e os espinocelulares.
Nesse dois casos, a doença surge mais frequentemente em regiões mais expostas ao sol, como face, orelhas, pescoço, couro cabeludo, ombros e costas. A taxa de letalidade de ambos é baixa. Por outro lado, considerado o tipo mais raro, o carcinoma melanona é o mais perigoso. “Esse tipo tem o pior prognóstico e o mais alto índice de mortalidade, tendo como principal característica a tendência de disseminar a doença pelo corpo, afetando outros órgãos, além da pele”, destaca o oncologista Amândio Fernandes, diretor da Oncomed-BH.
Conforme ele explica, a radiação ultravioleta é a principal responsável pelo desenvolvimento da anomalia e a maioria dos casos está associada à exposição excessiva ao sol ou ao uso de câmaras de bronzeamento.
Cuidados. Os danos na pele causados pela luz do sol ocorrem de maneira mais intensa durante o período das 10h às 15h (11 às 16h no verão). “Quando for inevitável evitar a exposição nesses horários, é aconselhável a proteção com roupas, chapéus e filtro solar com Fator de Proteção Solar (FPS) 15 ou mais, preferencialmente de amplo espectro, com cobertura para raios ultravioletas A e B (UVA e UVB)”, revela o oncologista.
Entretanto, os filtros solares protegem apenas dos raios solares, ou seja, eles não têm o objetivo de prolongar o tempo de exposição solar e devem ser reaplicados com intervalos periódicos. “É importante lembrar que a exposição a fontes artificiais de raios ultravioleta, como cabines de bronzeamento, também devem ser evitadas, uma vez que oferecem os mesmos riscos que a luz solar natural para o desenvolvimento do câncer de pele”, destaca o diretor da Oncomed-BH.
Prevenção. O especialista ressalta ainda que, felizmente, a grande maioria dos casos de câncer de pele com diagnóstico precoce e tratamento imediato pode ser curada. “O índice de cura pode alcançar 98% dos casos iniciais. No entanto, 25% dos casos não detectados precocemente são fatais”, frisa.
O tratamento mais comum para o câncer de pele é a cirurgia ou a destruição das lesões por radioterapia. A escolha terapêutica dependerá do tipo de câncer e do estágio do diagnóstico.
Quanto antes a lesão for retirada, maior também é a chance de evitar a disseminação de células cancerosas para outros órgãos (metástases), muito rara nos casos de carcinoma basocelular, mas muito frequente nos casos de melanoma não tratados.
Curiosidade. Embora o câncer de pele seja mais comum em adultos, cerca de 75% da radiação solar (raios ultravioleta) recebida durante a vida ocorre nos primeiros 20 anos.
Estudos científicos mostram que a exposição excessiva ao sol durante a infância e a adolescência aumenta o risco de desenvolvimento da doença. As consequências dessa exposição frequente e prolongada só se manifestam com o passar do tempo, com o surgimento de manchas na pele e do câncer, na maioria das vezes, após os 40 anos.
O Tempo
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