Três sócios estão planejando implementar um aplicativo semelhante ao Uber para oferecer transporte de passageiros em motocicletas. Até agora a Piloto 31 já conta com 325 pilotos cadastrados e pretende chegar a 2.000 condutores até o dia 15 de abril, quando o serviço começar a funcionar na capital.
Carlos Matheus da Costa, 28, conta que a ideia surgiu ao perceber os problemas de trânsito em Belo Horizonte. "Temos um dos piores trânsitos do Brasil, com vias que ficam paradas depois das 18h. Mas as motos conseguem andar quando os carros estão parados, elas são a solução para este problema", argumenta.
Costa diz que outras cidades do país já contam com este tipo de serviço e que apesar dos questionamentos, um mandado de segurança coletivo emitido pela 1ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias da Comarca de Belo Horizonte impede que a BHtrans, Guarda Municipal, Polícia Militar e Detran de coibir o uso de aplicativos de transporte individual de passageiros.
A empresa informa que vai oferecer tocas higiênicas descartáveis para os clientes e que estuda a forma com que vai realizar o seguro para acidentes. "Estamos buscando seguradoras que oferecem um serviço específico para este setor, mas também pensamos em usar um seguro organizado entre os condutores do aplicativo. Inicialmente vamos circular apenas com o DPVAT, mas vamos cobrir qualquer ocorrência de furto ocorrida durante as corridas tanto para o passageiro quanto para o condutor", informou a assessoria de comunicação da Piloto 31.
O aplicativo aceita a inscrição de condutores de ambos os sexos, com mais de 21 anos, habilitados nas categorias A ou AB, dois anos de CNH e autorização , com motos acima de 125 cilindradas e com ano de fabricação a partir de 2010.
A empresa informa que o foco da iniciativa não é atrair condutores que pretendem ter o serviço de transporte de passageiros como única fonte de renda, mas sim aqueles que pretendem ter uma renda extra. Os inscritos terão que pagar uma taxa mensal de R$ 100 por mês, mas o aplicativo não cobra uma taxa por viagem dos condutores.
O preço mínimo por corrida é de R$ 5, para trajetos até 4 quilômetros, depois disso são cobrados R$ 0,90 por quilômetro e R$ 0,15 por minuto. O pagamento poderá ser feito tanto em dinheiro quanto no cartão. O site da empresa oferece informações adicionais sobre o produto: www.piloto31.com.br
Questionada sobre a forma com que os condutores vão se orientar durante o trajeto, uma vez que os condutores de carros em serviços semelhantes sempre contam com o apoio do GPS, a empresa informou que o aplicativo terá as instruções do caminho passados em áudio. A orientação é que os motociclistas usem um fone de ouvido para escutar o trajeto e que o outro ouvido fique livre para escutar o passageiro.
A empresa afirma checar os antecedentes criminais dos cadastrados, para garantir a segurança de seus clientes. Entretanto, no cadastro exibido no site não existe nenhuma observação sobre este ponto.
A Polícia Militar informou que as atividades de motofretista e mototaxista foram regulamentadas em âmbito nacional em 2009, porém a mesma legislação prevê cidades e estados podem aplicar regulamentos próprios para as atividades. Cabendo portanto à BHTrans a regulamentação do serviço, o que ainda não foi feito.
Em nota a PM informou que "a conduta de transitar com o veículo efetuando o transporte remunerado de pessoas, quando não for licenciado para esse fim, constitui Infração de Natureza Grave, com multa de 195,00 e o acumulo de 5 pontos no prontuário do condutor, além da apreensão do veiculo conforme o Art 244 inciso VIII do CTB". Ainda de acordo com a polícia, dirigir usando fone de ouvido é uma infração média, com multa de R$ 130 e quatro pontos na carteira.
A Secretaria de Segurança Urbana e Patrimonial de Belo Horizonte informou que caso exista flagrante de transporte remunerada de passageiros, a Guarda Municipal pode atuar, aplicando multa de R$93 e cinco pontos na carteira. A moto não pode apreendia, mas o passageiro não pode voltar a usar o veículo.
O Tempo
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