Ao som da tradicional charanga do Galo, foi sepultado na manhā desta quarta-feira, no cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte, o corpo do radialista e narrador Willy Gonser. Em cerimônia simples, mas emocionante, amigos e familiares se despediram do profissional que ficou conhecido como "o mais completo do Brasil" e "voz do Galo".
Coberto por uma bandeira do Atlético, o cortejo foi acompanhado também por um pequeno grupo de torcedores atleticanos e até por alguns cruzeirenses.
Quando o caixão desceu, a charanga tocou o hino do Atlético, sob aplausos. Em um rápido agradecimento, o filho do narrador, o também jornalista Guilherme Gonser, lembrou a trajetória marcante do pai e as qualidades do eterno radialista.
"Lembramos meu pai com muita alegria. Ele sempre foi uma pessoa alegre, apaixonado pelo que fazia. Era com certeza o que ele gostaria. Por isso chamamos a charanga, para essa homenagem", afirmou Guilherme.
HISTÓRICO
Willy Gonser morreu na manhã de terça-feira, vítima de uma pneumonia, aos 80 anos. Natural de Curitiba (PR), Willy começou sua trajetória em 1953, na Rádio Marumby, em sua terra natal. À época, ele atuava nas chamadas musicais e noticiários cotidianos. Sua primeira chance na editoria de esportes veio em 1955, quando substituiu um narrador que estava passando mal. Desde então, não abandonou mais os microfones.
Em 1979, ele passou a emocionar os torcedores mineiros com sua voz, pela Rádio Itatiaia. Naquele ano, ele narrava as partidas de todos os clubes. Porém, pouco depois, passou a ser exclusivo do Atlético, clube que criou uma grande identificação, sendo, inclusive, homenageado com o Galo de Prata, maior honraria alvinegra, em 2002.
Além de narrar jogos do clube alvinegro, sua potente voz esteve presente em 11 Copas do Mundo. Do Mundial do Chile, em 1962, até o torneio disputado na Alemanha, em 2006, Willy esteve presente em todas as edições, com a única exceção da Copa do Mundo da Inglaterra, realizada em 1966.
Após pouco mais de 30 anos, Willy deixou a Itatiaia em setembro de 2009. Ele chegou a trabalhar como comentarista esportivo a partir de junho de 2015, desta vez na Rádio Inconfidência. Porém, anunciou sua saída pouco menos de seis meses após sua efetivação.
Além de um dos maiores radialistas da história do Brasil, Willy também foi craque nas letras, sendo um dos colunistas mais prestigiados do Jornal O Tempo.
O Tempo
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