Os navajos vivem tranquilamente - hoje - na maior economia do mundo - depois de momentos de guerra na segunda parte do século XIX - cujo sofrimento não impediu, como é próprio dos americanos, sua glamourização, nos embates com as cavalarias azuis devidamente apropriados por Hollywood e a gloriosa literatura dos gibis.
Procederam do norte, como já sinaliza a designação de sua família linguística - "alhapaskan".
Caçadores e pastores, criaram uma história de magia, povoando o nordeste do Arizona até o Novo México e Utah. Área enorme desde Grants no Novo México até o Grand Canion, no Arizona. Margearam o Rio Sã Juan, no Colorado, nas proximidades do Deserto Pintado e da Floresta Petrificada. A sensibilidade única de um povo absolutamente livre e sonhador.
Hoje temos uma população de 220.000 navajos levando uma vida absolutamente harmônica na nação americana, ao longo de 6 milhões de hectares e com um produto interno bruto de 50 milhões de dólares.
Já passaram por agruras e tormentos similares às etnias brasileiras, que não são erradicadas porquanto a Funai e a Funasa perderiam sua razão de ser. Seria, também, muito interessante desenterrar a corrupção entre integrantes desses órgãos e a manipulação dos nossos nativos remanescentes.
Quando dos conflitos, o exército americano degredou mais de 8.000 navajos que, privados de seus belos cavalos, encintaram a "grande caminhada" para terra distante onde sangraram de corpo e alma. Todavia, retornaram não muito depois ao Deserto Pintado e à Floresta Petrificada.
O modo e as razões inconfessáveis como o Brasil trata sua população indígena, agora estimulando grileiros e a depredação, demonstra que não compartilhamos de sonhos existenciais, não pintamos desertos e petrificamos florestas, assim como não propiciamos a essa população condições para um produto interno bruto.
Amadeu Roberto Garrido de Paula, é Advogado, sócio do Escritório Garrido de Paula Advogados e ex-consultor da Unesco para a Funasa.
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