Gente absurdamente rica, sexo, drogas, rivalidade entre a ex-mulher amarga e a atual com metade da idade, filhinho de papai que não liga para dinheiro, adolescente-problema, lavagem de dinheiro, prostituição e tráfico. “Riviera” traz esse pacote completo e embrulhado para presente: mostra um dos lugares mais atraentes do mundo, a Riviera francesa, descrita pelo escritor W. Somerset Maugham como “um lugar ensolarado para pessoas sombrias”. É um universo em que os personagens andam de jatinho, atravessam o mundo só para comprar pinturas de milhões de dólares, usam peças de roupa que valem um ano de salário do cidadão comum e seu quintal é o Principado de Mônaco.
O elenco, se não é de primeira grandeza, está cheio de nomes interessantes. Julia Stiles (“A Identidade Bourne”, “Dexter”) é Georgina Clios, mulher do magnata Constantine Clios (Anthony LaPaglia). Ela vive um conto de fadas, até que seu marido morre na explosão do iate de um traficante de armas russo. O clima post-mortem envolve muito mais choque que luto: os segredos do marido começam a surgir, e ela, que era tida como interesseira, se descobre a maior enganada da história.
A ex-mulher fria e calculista, Irina, é vivida pela sueca Lena Olin (“Alias”, “Vinyl”), que conta ter sido atraída para “Riviera” por causa dos dois papéis femininos fortes. “É um relacionamento interessante porque todos os caminhos que as duas trilharam na vida tornam difícil elas gostarem uma da outra. Mas acontece”, disse Lena Olin.
Enquanto a Georgina de Julia Stiles prosperou no lado legítimo da arte, seu amigo dos tempos de escola Robert Carver (Adrian Lester) se deu bem, mas do lado oposto: o mercado negro que envolve roubo, falsificação, superfaturamento e lavagem de dinheiro. Quando ela precisa sair da zona de conforto e se virar como pode na viuvez cheia de mistérios, descobre que os talentos criminosos do amigo podem ser usados a seu favor.
“Riviera” também é a oportunidade para o público brasileiro conhecer uma outra face do ator e cantor galês Iwan Rheon – que, para a maioria, ainda ostenta o título de homem mais odiado da televisão, graças ao seu cruel Ramsey Bolton em “Game of Thrones”. Em “Riviera” ele é Adam Clios, que rejeita o estilo de vida extravagante da família e quer ser escritor.
Criador e criatura. O problema de “Riviera” está nos créditos iniciais. A série de dez episódios é criação de Neil Jordan. Quando lê na ficha técnica um nome com esse peso, o espectador se sente no direito de criar uma certa expectativa. Que não é correspondida. Quem procura traços de “Traídos pelo Desejo”, “Entrevista com o Vampiro” ou “Os Borgias” sai de “Riviera” bem decepcionado. Sob o sol da costa do Mediterrâneo, não há nem sinal da escuridão multifacetada que Jordan aplicou à maioria de seus trabalhos.
Ele mesmo, ao que parece, sabe disso. Em entrevista ao jornal britânico “The Guardian” em junho deste ano, o cineasta disse que o produto final tem quase nada a ver com ele. “Tudo que posso dizer é ‘boa sorte para eles’. Não posso afirmar que (a minissérie) é minha. Se eu tivesse controlado a coisa, teria sido bem diferente”. Procurado, o grupo Fox, que transmite a série do Aky Atlantic no Brasil, disse que não tem informações sobre as declarações dele.
O intrincado processo colaborativo que dá vida a um programa de televisão, feito a muitas mãos, pode estar no centro da crise de identidade da série. O fato é: se você procura o “selo Neil Jordan”, não vai achar. Mas se quer apenas dez horas de entretenimento honesto, com uma trama cheia de reviravoltas, vale a conferida.
O elenco, se não é de primeira grandeza, está cheio de nomes interessantes. Julia Stiles (“A Identidade Bourne”, “Dexter”) é Georgina Clios, mulher do magnata Constantine Clios (Anthony LaPaglia). Ela vive um conto de fadas, até que seu marido morre na explosão do iate de um traficante de armas russo. O clima post-mortem envolve muito mais choque que luto: os segredos do marido começam a surgir, e ela, que era tida como interesseira, se descobre a maior enganada da história.
A ex-mulher fria e calculista, Irina, é vivida pela sueca Lena Olin (“Alias”, “Vinyl”), que conta ter sido atraída para “Riviera” por causa dos dois papéis femininos fortes. “É um relacionamento interessante porque todos os caminhos que as duas trilharam na vida tornam difícil elas gostarem uma da outra. Mas acontece”, disse Lena Olin.
Enquanto a Georgina de Julia Stiles prosperou no lado legítimo da arte, seu amigo dos tempos de escola Robert Carver (Adrian Lester) se deu bem, mas do lado oposto: o mercado negro que envolve roubo, falsificação, superfaturamento e lavagem de dinheiro. Quando ela precisa sair da zona de conforto e se virar como pode na viuvez cheia de mistérios, descobre que os talentos criminosos do amigo podem ser usados a seu favor.
“Riviera” também é a oportunidade para o público brasileiro conhecer uma outra face do ator e cantor galês Iwan Rheon – que, para a maioria, ainda ostenta o título de homem mais odiado da televisão, graças ao seu cruel Ramsey Bolton em “Game of Thrones”. Em “Riviera” ele é Adam Clios, que rejeita o estilo de vida extravagante da família e quer ser escritor.
Criador e criatura. O problema de “Riviera” está nos créditos iniciais. A série de dez episódios é criação de Neil Jordan. Quando lê na ficha técnica um nome com esse peso, o espectador se sente no direito de criar uma certa expectativa. Que não é correspondida. Quem procura traços de “Traídos pelo Desejo”, “Entrevista com o Vampiro” ou “Os Borgias” sai de “Riviera” bem decepcionado. Sob o sol da costa do Mediterrâneo, não há nem sinal da escuridão multifacetada que Jordan aplicou à maioria de seus trabalhos.
Ele mesmo, ao que parece, sabe disso. Em entrevista ao jornal britânico “The Guardian” em junho deste ano, o cineasta disse que o produto final tem quase nada a ver com ele. “Tudo que posso dizer é ‘boa sorte para eles’. Não posso afirmar que (a minissérie) é minha. Se eu tivesse controlado a coisa, teria sido bem diferente”. Procurado, o grupo Fox, que transmite a série do Aky Atlantic no Brasil, disse que não tem informações sobre as declarações dele.
O intrincado processo colaborativo que dá vida a um programa de televisão, feito a muitas mãos, pode estar no centro da crise de identidade da série. O fato é: se você procura o “selo Neil Jordan”, não vai achar. Mas se quer apenas dez horas de entretenimento honesto, com uma trama cheia de reviravoltas, vale a conferida.
Multitela. “Riviera” está no Fox Premium 1, segundas-feiras, às 22h. O primeiro episódio está gratuito no aplicativo da Fox. Para quem assina a versão paga do app, a minissérie completa já está disponível.
O Tempo
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